Opinião
- 22 de janeiro de 2010
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Filosofia, ciência... e intercessão
Karl Heinz Kienitz
Recentemente participei dum simpósio científico interdisciplinar em que um professor de filosofia propôs mudanças na ética do tratamento dos animais. Muito adequadamente, expôs que atualmente os animais sofrem toda espécie de abusos. Depois, especulou que tais abusos seriam devidos à Bíblia, mais precisamente aos capítulos 1 a 9 do Gênesis, em que se lê que o homem deve "dominar" sobre os animais. Neste contexto, também acusou Lutero, que teria ampliado o espaço para arbitrariedades com sua tradução do termo "dominar". Finalmente, passou a elencar citações de filósofos orientais e de Schopenhauer, que proporcionariam uma alternativa ética adequada.
Na discussão subsequente, o professor (com doutorado e pós-doutorado em filosofia) revelou fraquíssimos conhecimentos bíblicos, teológicos e históricos. Porém, parte da plateia manifestou conhecer as disposições de proteção aos animais da lei mosaica, ignoradas pelo palestrante e também por boa parte da nossa sociedade. Depois, alguém citou Lutero, segundo o qual a conversão a Jesus deve impactar a vida do cristão de tal forma que "até mesmo o animal no estábulo o perceba", e ainda se lembraram de Francisco de Assis, o grande cristão protetor dos animais. Houve até quem elaborasse sobre o vínculo solidário entre homens e animais na perspectiva escatológica de Romanos 8.22.
Curiosamente, ainda durante os dias do simpósio, a mídia informava o grande público sobre abusos extremos contra animais no Nepal, contradizendo assim a afirmativa do palestrante de que, genericamente, no Oriente, a ética no tratamento dos animais seria (mais) adequada.
Este episódio ilustra por que um bom ensino de Bíblia e história em todas as escolas é importante para preservar nossa sociedade de mentiras e desvios. Mostra ainda por que cristãos precisam participar -- com realizações intelectuais e competência científica -- da recuperação do atoleiro produzido em certas áreas das ciências humanas e da filosofia pelo materialismo científico e pelo marxismo, um atoleiro intelectual prejudicial à ciência em geral e à sociedade. Porém, antes de mais nada, episódios como este podem nos motivar a interceder pela vocação de lideranças intelectuais semelhantes às outrora prometidas por Deus a Israel: "E dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, os quais vos apascentarão com ciência e com inteligência" (Jr 3.15).
Leia o livro
• Ciência, Intolerância e Fé, Phillip E. Johnson
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Recentemente participei dum simpósio científico interdisciplinar em que um professor de filosofia propôs mudanças na ética do tratamento dos animais. Muito adequadamente, expôs que atualmente os animais sofrem toda espécie de abusos. Depois, especulou que tais abusos seriam devidos à Bíblia, mais precisamente aos capítulos 1 a 9 do Gênesis, em que se lê que o homem deve "dominar" sobre os animais. Neste contexto, também acusou Lutero, que teria ampliado o espaço para arbitrariedades com sua tradução do termo "dominar". Finalmente, passou a elencar citações de filósofos orientais e de Schopenhauer, que proporcionariam uma alternativa ética adequada.
Na discussão subsequente, o professor (com doutorado e pós-doutorado em filosofia) revelou fraquíssimos conhecimentos bíblicos, teológicos e históricos. Porém, parte da plateia manifestou conhecer as disposições de proteção aos animais da lei mosaica, ignoradas pelo palestrante e também por boa parte da nossa sociedade. Depois, alguém citou Lutero, segundo o qual a conversão a Jesus deve impactar a vida do cristão de tal forma que "até mesmo o animal no estábulo o perceba", e ainda se lembraram de Francisco de Assis, o grande cristão protetor dos animais. Houve até quem elaborasse sobre o vínculo solidário entre homens e animais na perspectiva escatológica de Romanos 8.22.
Curiosamente, ainda durante os dias do simpósio, a mídia informava o grande público sobre abusos extremos contra animais no Nepal, contradizendo assim a afirmativa do palestrante de que, genericamente, no Oriente, a ética no tratamento dos animais seria (mais) adequada.
Este episódio ilustra por que um bom ensino de Bíblia e história em todas as escolas é importante para preservar nossa sociedade de mentiras e desvios. Mostra ainda por que cristãos precisam participar -- com realizações intelectuais e competência científica -- da recuperação do atoleiro produzido em certas áreas das ciências humanas e da filosofia pelo materialismo científico e pelo marxismo, um atoleiro intelectual prejudicial à ciência em geral e à sociedade. Porém, antes de mais nada, episódios como este podem nos motivar a interceder pela vocação de lideranças intelectuais semelhantes às outrora prometidas por Deus a Israel: "E dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, os quais vos apascentarão com ciência e com inteligência" (Jr 3.15).
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Tem doutorado em Engenharia Elétrica pela Escola Politécnica Federal de Zurique, Suíça. É professor de engenharia em São José dos Campos (SP). É editor do blog Fé e Ciência.
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Site: http://www.freewebs.com/kienitz/
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