Opinião
- 21 de julho de 2022
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Ética cristã na internet
Por Jacira Monteiro
Como jovem, uma nativa digital, já tive conta em várias redes sociais – Orkut, MSN, Tumblr, Facebook, Pinterest – e, agora, tenho usado mais o Instagram e o Twitter, mas nunca fui ensinada – ou mesmo discipulada – a respeito da ética cristã para as redes sociais. Todos nós que utilizamos mídias sociais temos um perfil e muitas vezes criamos uma persona on-line que não condiz com quem/como somos na totalidade da nossa vida fora da internet, acabamos compartimentando a nossa vida sem perceber. “Será que Deus tem se alegrado com a maneira como tenho usado a internet?”. Essa pergunta que tem me perseguido desde o ano passado.
A vida antes dos smartphones, quando a gente conseguia ficar on-line e off-line, era muito mais simples – não estou demonizando os smartphones, eu mesma tenho um que tem sido bastante útil. Hoje em dia, estamos sempre on-line. A internet põe uma pressão, um fardo de punição ao esquecimento se não estivermos on-line e nos leva a um dever moral de comentar todos os assuntos em alta. A internet é uma benção – une pessoas, é uma boa fonte para obter informações etc – mas se não cuidarmos, ela pode nos escravizar e tornar-se um ídolo no nosso coração. Entre os ídolos modernos, devemos acrescentar o celular e as mídias sociais, pois elas têm nos escravizado e muitas vezes nem nos damos conta disso.
Muitas vezes, a atuação cristã nas mídias sociais não reflete os ensinos de Cristo e, por isso, o testemunho cristão é comprometido. Como disse o teólogo Davi Lago no artigo A liberdade cristã na era digital: “As mídias digitais são a nova vitrine de velhos pecados, como orgulho, vaidade e insolência. (...)”. Davi nos chama a refletir se: “Nossas postagens são úteis de algum modo? Ou apenas aumentamos as fileiras dos disseminadores do ódio, os propagadores do caos? O cristão é chamado na Escritura de “ministro da reconciliação”, de “cooperador de Deus”. Não saia nenhuma postagem torpe de vossos dedos.”
Às vezes, nós, cristãos, não atentamos para a vida de santidade para a qual Cristo nos chamou e que isso diz respeito a todas as esferas da vida – inclusive no uso das mídias sociais – e seguimos as ondas de indignação e raiva das redes sociais. Deixamos de remir o tempo (tempo de apenas orar pela notícia que vimos, tempo de só chorar, tempo de conversar com um amigo sobre a notícia ao invés de fazer um post…) e tudo vira um espetáculo. A espetacularização está nos destruindo.
No artigo A cruz contradiz nossas guerras culturais,1 Russell Moore diz que “A Sexta-feira Santa deve nos lembrar que, como cristãos, acrescentar mais indignação e raiva a uma cultura já saturada por sua própria indignação e raiva não é a maneira que Deus define sua sabedoria e seu poder. Construir Babel não pode nos ajudar – o que pode nos ajudar é somente carregar a cruz”. Estamos sendo consumidos pela cultura em seus aspectos negativos, contudo, não podemos nos deixar perder e apodrecer. Não podemos viver de indignação em indignação – incitando nossos seguidores a também tomarem parte nesse ciclo de indignação desesperançosa – e em busca da matéria do dia para termos mais likes em nossos posts... Não podemos agir como o mundo age!
A igreja deve ser agente de paz em um mundo saturado de intrigas, facções e divisão. A igreja deve ser agente de boas novas e de esperança em um mundo saturado de notícias ruins e amargas. E isso também nas mídias sociais. Como disse Davi Lago: “Nossa liberdade não pode ser desculpa para pecar. Sejamos testemunhas de Jesus na cultura-tela”.
Que o Senhor nos ajude a demonstrar os frutos do Espírito nas nossas relações nas telas e a ter uma ética cristã saudável para a internet.
- Jacira Monteiro, autora de “O Estigma da Cor”, pós-graduanda em teologia bíblica e exegética do Novo Testamento (Faculdade Internacional Cidade Viva).
Nota
1- Russel Moore. A cruz contradiz nossas guerras culturais.
SAUDADES DA IGREJA – COMO É BOM E AGRADÁVEL QUANDO O POVO DE DEUS SE JUNTA
Está claro para todos que a pandemia alterou muitos aspectos da sociedade. O impacto dessas mudanças chega às igrejas, denominações e organizações paraeclesiásticas de diferentes maneiras. Retornar às reuniões presenciais será um desafio! Exigirá esforço e ânimo para vencer as dificuldades internas (dentro de nós) e as externas. Para muitas lideranças pastorais o contexto é desanimador. Há pastores emocionalmente esgotados. Liderar neste contexto complexo de mudança é uma prova cheia de obstáculos.
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