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- 12 de abril de 2019
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Encontro forma jovens para trabalharem questões ambientais nas igrejas
Por Phelipe Reis
Nos dias 15, 16 e 17 de março, um grupo de 28 jovens se reuniu na cidade de Pesqueira, em Pernambuco, para refletir sobre a relação com o meio ambiente, a partir de uma perspectiva cristã bíblica. Foi a Formação Nós na Criação, um encontro que teve como objetivo fornecer aos jovens a base teológica da Ecoteologia, difundindo o conceito de que a humanidade não está acima da criação, mas é parte dela e precisa estabelecer uma relação de codependência, e não de exploração.
Josias Vieira, graduando em teologia e um dos coordenadores do encontro, conta que tudo começou há dois, após ser criado o grupo de estudos bíblicos Nós na Criação. Segundo ele, a experiência do grupo resultou em mudanças significativas na forma dos participantes compreenderem o seu relacionamento com a criação de Deus. Observando os bons resultados, Simone Vieira, Advocacy da Tearfund Brasil, convidou Josias para criar um modelo que fosse possível repassar a outros jovens, para que estes repliquem em seus contextos de origem.
A vivência do povo Xucuru e a coexistência com a criação
Os participantes se encontraram em Recife e chegaram à cidade de Pesqueira no início da noite de sexta-feira, 15, onde participaram de uma dinâmica de espiritualidade e conhecimento mútuo, e entregaram as atividades que foram solicitadas antes do encontro. No sábado, além da parte teórica, os jovens experimentaram uma imersão na cultura do povo indígena Xucuru, com ervas medicinais e sementes caboclas, 100% livres de agrotóxicos.
O povoado indígena Xucuru fica na Serra de Ororubá, onde existem 25 aldeias ocupando um território de mais de 27 mil hectares, reconquistados após um duro processo de lutas pela garantia dos seus direitos.
A vivência também se estendeu no domingo, com um mergulho na mata para aprendizados da história de resistência do povo e de Bem Viver. De acordo com Josias Vieira, “lidar com as questões da criação não é somente entender que Deus criou tudo e que é necessário preservar. Devemos aprender a coabitar para dar um basta no utilitarismo e superar os pecados estruturais.”
Simone Vieira destacou a importância da imersão entre o povo Xucuru. Para ela, “a experiência ajudou cada jovem a se perceber em harmonia com a natureza, observar como os povos tradicionais cultivam e respeitam o meio ambiente, como uma extensão do seu próprio ser. A fé e a espiritualidade do povo se dão em meio a natureza, não em templos de concreto. Isso nos faz repensar as estruturas dos espaços religiosos, onde investimos tanto tempo e muitas vezes tendem a gerar mais consumo e resíduos.”
Reflexões que geram compromissos
Segundo o jornalista Ray Santana, de Patos, Paraíba, na maioria das vezes, o homem tem trocado o “dominar”, instituído em Gênesis, por “destruir”. “A formação me fez perceber que devemos coabitar com o que existe ao invés de subjugar o que foi criado. Já penso em discutir com a minha igreja formas de não só encorajar as pessoas a preservar ainda mais o meio ambiente, mas de adotar medidas práticas que impactem a comunidade ao nosso redor.”, disse o jovem.
Para Ismael Lopes, represente do Miqueias Jovem, o que mais o impactou no encontro foi perceber o quanto a lógica da cidade é violenta com a criação de Deus. “Vi que o estilo de vida que estava levando é muito errado. Decidi reduzir o consumo de carne e industrializados de uma forma geral e a produzir alguma coisa em uma pequena horta em casa. Me encorajou a mobilizar pessoas para tentarmos mudar a lógica dos nossos territórios, iniciando com rodas de conversa em algumas comunidades de fé.”, comentou o estudante de psicologia e teologia, do Rio de Janeiro.
“Eu já vinha mudando alguns hábitos, substituindo alguns produtos de origem industrial por produtos de origem orgânica. O curso veio reforçar isso, não apenas no âmbito pessoal, mas também sabendo que precisamos incidir sobre as estruturas que promovem o consumo e o capital como bens maiores de nossa sociedade, em detrimento da criação.”, ponderou a jornalista Alice Moreira, de Recife, Pernambuco.
Ao todo, 28 pessoas participaram da formação. Um público diverso, onde estavam representadas quinze igrejas, quatro organizações e os estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Os participantes saíram ansiosos para iniciar as conversas com suas igrejas locais e com pessoas que integrarão os novos grupos de estudos Nós na Criação, pelo Brasil. A intenção é promover outras edições da formação em outras partes do país.
A realização do encontro contou com o apoio da Tearfund Brasil, Diaconia, Instituto Solidare, Projeto Rio Limpo, Cidade Sustentável, e membro da campanha Renovar Nosso Mundo.
Leia mais:
» Quem ama o Criador cuida da criação
» Fé cristã e Meio Ambiente
Nos dias 15, 16 e 17 de março, um grupo de 28 jovens se reuniu na cidade de Pesqueira, em Pernambuco, para refletir sobre a relação com o meio ambiente, a partir de uma perspectiva cristã bíblica. Foi a Formação Nós na Criação, um encontro que teve como objetivo fornecer aos jovens a base teológica da Ecoteologia, difundindo o conceito de que a humanidade não está acima da criação, mas é parte dela e precisa estabelecer uma relação de codependência, e não de exploração.
Josias Vieira, graduando em teologia e um dos coordenadores do encontro, conta que tudo começou há dois, após ser criado o grupo de estudos bíblicos Nós na Criação. Segundo ele, a experiência do grupo resultou em mudanças significativas na forma dos participantes compreenderem o seu relacionamento com a criação de Deus. Observando os bons resultados, Simone Vieira, Advocacy da Tearfund Brasil, convidou Josias para criar um modelo que fosse possível repassar a outros jovens, para que estes repliquem em seus contextos de origem.
A vivência do povo Xucuru e a coexistência com a criação
Os participantes se encontraram em Recife e chegaram à cidade de Pesqueira no início da noite de sexta-feira, 15, onde participaram de uma dinâmica de espiritualidade e conhecimento mútuo, e entregaram as atividades que foram solicitadas antes do encontro. No sábado, além da parte teórica, os jovens experimentaram uma imersão na cultura do povo indígena Xucuru, com ervas medicinais e sementes caboclas, 100% livres de agrotóxicos.
O povoado indígena Xucuru fica na Serra de Ororubá, onde existem 25 aldeias ocupando um território de mais de 27 mil hectares, reconquistados após um duro processo de lutas pela garantia dos seus direitos.
A vivência também se estendeu no domingo, com um mergulho na mata para aprendizados da história de resistência do povo e de Bem Viver. De acordo com Josias Vieira, “lidar com as questões da criação não é somente entender que Deus criou tudo e que é necessário preservar. Devemos aprender a coabitar para dar um basta no utilitarismo e superar os pecados estruturais.”
Simone Vieira destacou a importância da imersão entre o povo Xucuru. Para ela, “a experiência ajudou cada jovem a se perceber em harmonia com a natureza, observar como os povos tradicionais cultivam e respeitam o meio ambiente, como uma extensão do seu próprio ser. A fé e a espiritualidade do povo se dão em meio a natureza, não em templos de concreto. Isso nos faz repensar as estruturas dos espaços religiosos, onde investimos tanto tempo e muitas vezes tendem a gerar mais consumo e resíduos.”
Reflexões que geram compromissos
Segundo o jornalista Ray Santana, de Patos, Paraíba, na maioria das vezes, o homem tem trocado o “dominar”, instituído em Gênesis, por “destruir”. “A formação me fez perceber que devemos coabitar com o que existe ao invés de subjugar o que foi criado. Já penso em discutir com a minha igreja formas de não só encorajar as pessoas a preservar ainda mais o meio ambiente, mas de adotar medidas práticas que impactem a comunidade ao nosso redor.”, disse o jovem.
Para Ismael Lopes, represente do Miqueias Jovem, o que mais o impactou no encontro foi perceber o quanto a lógica da cidade é violenta com a criação de Deus. “Vi que o estilo de vida que estava levando é muito errado. Decidi reduzir o consumo de carne e industrializados de uma forma geral e a produzir alguma coisa em uma pequena horta em casa. Me encorajou a mobilizar pessoas para tentarmos mudar a lógica dos nossos territórios, iniciando com rodas de conversa em algumas comunidades de fé.”, comentou o estudante de psicologia e teologia, do Rio de Janeiro.
“Eu já vinha mudando alguns hábitos, substituindo alguns produtos de origem industrial por produtos de origem orgânica. O curso veio reforçar isso, não apenas no âmbito pessoal, mas também sabendo que precisamos incidir sobre as estruturas que promovem o consumo e o capital como bens maiores de nossa sociedade, em detrimento da criação.”, ponderou a jornalista Alice Moreira, de Recife, Pernambuco.
Ao todo, 28 pessoas participaram da formação. Um público diverso, onde estavam representadas quinze igrejas, quatro organizações e os estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Os participantes saíram ansiosos para iniciar as conversas com suas igrejas locais e com pessoas que integrarão os novos grupos de estudos Nós na Criação, pelo Brasil. A intenção é promover outras edições da formação em outras partes do país.
A realização do encontro contou com o apoio da Tearfund Brasil, Diaconia, Instituto Solidare, Projeto Rio Limpo, Cidade Sustentável, e membro da campanha Renovar Nosso Mundo.
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