Opinião
- 26 de fevereiro de 2016
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E o Oscar vai para...
A festa da indústria cinematográfica norte americana é nesse domingo, dia 28. Temos bons nomes na disputa: alguns filmes mais tradicionais, outros mais ousados, mas todos surpreendem de uma forma ou outra. É sempre bom lembrar que o Oscar é um festival muito peculiar: ele é feito por e para Hollywood, ou seja, ele premia filmes dentro de certo espectro que é aceitável para a indústria, o cinema dito clássico. São muitas as artes e os cinemas; nada mais honesto do que identificarmos e reconhecermos uma manifestação pelo que ela é: seria desonesto não o fazer.
Sugiro ao leitor interessado em cinema que busque assistir aos indicados e premiados em outros festivais de cinema igualmente famosos ao redor do mundo: Cannes, Berlim, Veneza, só para citar alguns. Busque também frequentar festivais em sua própria região; afinal, nosso país tem um cinema vibrante que na maior parte das vezes fica sem distribuição adequada. O cinema nacional está vivo e ganhando festivais ao redor do mundo.
Sem delongas, vou me ater às principais categorias, comentar alguns filmes e fazer uma pequena aposta pessoal em cada uma. Posso errar uma ou até todas de minhas apostas: o Oscar é um festival imprevisível em vários sentidos e com frequência a história provou que a Academia errou feio em muitas de suas escolhas. Não tive acesso a todos os filmes de todas as categorias, mas fiz o possível para informar o leitor de algumas. Lá vai:
Melhor filme
Creio que dos oito filmes indicados, podemos separá-los em três grupos. Começando por baixo, temos “Perdido em Marte” e “Mad Max”. Ambos blockbusters, grandes produções, atores famosos, efeitos exuberantes, história com seus altos e baixos... Mas fica por aí. São filmes que estão um pouco fora da curva, fora de contexto na disputa. O leitor poderá se divertir e se emocionar com eles, mas não terá grandes surpresas, nem sairá imensamente movido após vê-los. “Mad Max”, particularmente, é o mais discrepante da categoria: um filme feito apenas de picos narrativos que não oferecem nada além de ação.
O segundo grupo de filmes inclui “O Quarto de Jack”, “Brooklyn” e “Ponte dos Espiões”. O primeiro é um drama bem desenvolvido, mas que ainda decepciona em alguns aspectos: um filme de muito potencial que poderia ter sido melhor explorado em suas várias possibilidades. Pessoalmente é um dos meus preferidos, apesar das falhas na direção. “Brooklyn” é um drama bem narrado sobre uma mulher na década de 50 que emigra da Irlanda para os Estados Unidos. É uma história um pouco clássica no cinema: o arco narrativo da mulher que enfrenta as dificuldades e acaba encontrando o amor em um ambiente estranho e hostil. Fiquei muito grato de ver um tema tão antigo ser renovado no cinema. Talvez por suas próprias limitações temáticas, o filme não parece ter muitas pretensões e acaba sendo ofuscado por outros títulos na disputa. Por último, “Ponte dos Espiões” tem seus altos e baixos, mas é impossível não reconhecer a assinatura de Spielberg na narrativa, e talvez por isso seja igualmente difícil não reconhecer que é um filme muito bom, feito por uma lenda do cinema.
Por fim os filmes que, creio eu, são a elite da categoria, e talvez da premiação como um todo: “O Regresso”, “Spotlight” e “A Grande Aposta”. “O Regresso”, sem dúvida, vai ser o ganhador da noite. Uma história simples, contada de maneira magistral através da câmera, da luz e da atuação comedida e expressiva dos atores. Gostando ou não, seu diretor vai levar mais uma estatueta de melhor filme, pelo segundo ano consecutivo. “Spotlight” e “A grande aposta” encaram um desafio tremendo: contar histórias difíceis, cheias de detalhes e com reviravoltas sutis ao espectador. Ambos alcançam o objetivo de forma surpreendente e, não fosse o projeto imenso que “O Regresso” é, certamente teriam grandes chances de levar a estatueta. O terceiro e último grupo foi uma grata surpresa para mim: são filmes realmente bons, de alto nível e que desafiam o espectador de maneiras muito inteligentes.
Melhor direção
Dos indicados para melhor direção, creio que os diretores dos três últimos filmes que falei aqui disputarão a estatueta de igual para igual. Alejandro Gonzáles Iñárritu, a primeira vista, parece que vai ganhar a categoria com “O Regresso”. Gostaria, porém, de acreditar que não. Se compararmos a cinegrafia do autor, percebe-se que seu último filme é um projeto discrepante em seu estilo de direção. Mais ainda, carrega imensas semelhanças com o estilo de Terrence Malick (“A árvore da vida”), mais especificamente com “Além da linha vermelha”. Não creio que emular um estilo seja algo ruim, mas é certamente um desafio emular Terrence Malick, e talvez essa seja uma fraqueza no filme: aplicar um estilo que não se tem domínio sobre. Mais que uma tentativa de renovação, creio que o tiro de Iñarritu saiu pela culatra.
“Spotlight” por sua vez oferece um alto risco, como já dito, e em resposta temos uma direção segura e bem desenvolta de Tom McCarthy. Porém, minha aposta, e torcida, fica para Adam Mckay, com “A grande aposta”. Essa sim foi uma direção muitíssimo arriscada e de muita coragem, utilizando-se de elementos os mais diversos para contar o colapso da economia norte americana em 2008. Creio que a Academia deveria premiar Mckay por seu método inovador e pela coragem na utilização de uma narrativa intrincada e, em certos momentos, fragmentada. Um filme que, finalmente, impressiona muito por sua firmeza e ousadia.
Melhor ator em papel principal
Vou ser direto nessa categoria: a estatueta é, merecidamente, de Leonardo DiCaprio. A Academia tem postergado esse prêmio ao ator há alguns anos, e cada vez que o faz ela comete mais um erro. Ao que parece, DiCaprio decidiu que a estatueta era sua ao interpretar Hugh Glass em “O Regresso”: faz uma das interpretações de sua vida sem nem ao menos precisar de muitas falas. É um dos grandes atores de nosso tempo, e é bom que a Academia reconheça isso de uma vez por todas.
Melhor atriz em papel principal
Essa é uma categoria muito disputada e, ao mesmo tempo, um pouco imprevisível esse ano. Três atuações chamam a atenção: a de Cate Blanchett, Brie Larson e a Saoirse Ronan. Muitos têm apostado na primeira atriz em seu papel em “Carol”. Eu, porém, gostaria de divergir dessa opinião. Brie Larson interpreta uma mãe machucada e tremendamente abalada que tenta sobreviver e criar seu filho pequeno após ter passado sete anos presa em um quarto, obrigada a manter relações sexuais com um homem mais velho. A atriz já vem de boas performances, destaque aqui para o lindo “Short term 12”, e creio que é uma das atrizes mais brilhantes atualmente. Por sua vez, Saoirse Ronan impressiona no papel de uma Irlandesa que imigra para os Estados Unidos. Sua economia de gestos, sutileza nas expressões e olhares a fazem uma das melhores interpretações do Oscar: seu corpo inteiro vive a personagem. “Brooklyn” não é um dos melhores filmes da disputa, mas se ainda é um bom filme, Saoirse é certamente a responsável por seu sucesso. Por fim, minha aposta fica com Brie Larson e Saoirse Ronan.
Melhor ator coadjuvante
Confesso que essa foi a categoria mais difícil de julgar. Novamente, três nomes dominam a disputa: Tom Hardy, Mark Ruffalo e Christian Bale. Hardy interpreta o antagonista de Leonardo DiCaprio em “O Regresso”. Seu sotaque carregado, personalidade forte e bem decidida, diria até má, o fazem um personagem interessantíssimo. Uma atuação difícil e brilhante. Mark Ruffalo, por sua vez, interpreta um dos repórteres na investigação dos casos de abuso de menores por padres da Igreja Católica em Boston. Interpretação muitíssimo fluida, natural e de grande carga emocional. Ruffalo deixa entrever, apenas com o olhar, um repórter que está obcecado e ao mesmo tempo perdido com as informações que descobre. Está tudo ali: não há necessidade que se fale muito, é possível ver no modo como para e escuta um colega, como volta o olhar para seu chefe... Porém, minha escolha é Christian Bale. Interpretando um investidor excêntrico, é até difícil de acreditar na minúcia do ator. Por ter feito uma interpretação incrível, e que provavelmente vai ficar na memória de muita gente, minha torcida e aposta vai para o Christian Bale em “A Grande Aposta”.
Melhor atriz coadjuvante
Apesar de ser uma categoria difícil, o nome de Rooney Mara é o que se destaca na lista, por sua atuação em “Carol”. Creio que esse ano não trará muitas surpresas nesse sentido.
Melhor direção de fotografia
Por fim, a última categoria a ser comentada. Talvez essa seja a categoria com nomes mais consagrados da fotografia de cinema. Todos já foram indicados e/ou ganharam o Oscar em algum momento. Roger Deakins, por exemplo, fotógrafo de Sicario, já foi indicado 13 vezes. Todos têm trabalhos importantes, reconhecidos e já estão na indústria há muitos anos. Um trabalho, porém, se destaca. Mais uma vez “O Regresso” dá as caras e, sem sombra de dúvidas, Emmanuel Lubezki vai levar sua terceira estatueta pelo terceiro ano consecutivo (“Gravidade”, “Birdman” e, espero, “O Regresso”). É, de fato, um dos maiores nomes atualmente quando se pensa em direção de fotografia, e com razão.
Categoria bônus: o que ficou de fora
Particularmente senti falta de uma indicação na categoria de melhor ator: Jason Segel no papel de David Foster Wallace em “O fim da turnê”. O filme em si não tem os créditos para concorrer ao Oscar, mas a atuação de Jason é certamente uma das melhores que se viu ano passado. Apesar de não ser uma obra grandiosa nem de grandes pretensões, é uma memória muito bonita de quem foi David Foster Wallace e a relação que travou com David Lipsky, repórter que o entrevistou durante 5 dias. Um dos meus preferidos de 2015.
No mais, espero que o leitor aproveite a cerimônia de entrega do Oscar, sempre regada a bom humor e a muitas surpresas. Certamente será uma edição interessante.
• Gabriel Brisola tem 25 anos, é fotógrafo e mestrando em Artes pela UFMG, e faz parte do coletivo Severina de arte e artistas cristãos.
Leia também
Cinema e fé cristã
Engolidos pela cultura pop
Perdido em Marte
O Oscar, Leonadro DiCaprio e Salomão
Sugiro ao leitor interessado em cinema que busque assistir aos indicados e premiados em outros festivais de cinema igualmente famosos ao redor do mundo: Cannes, Berlim, Veneza, só para citar alguns. Busque também frequentar festivais em sua própria região; afinal, nosso país tem um cinema vibrante que na maior parte das vezes fica sem distribuição adequada. O cinema nacional está vivo e ganhando festivais ao redor do mundo.
Sem delongas, vou me ater às principais categorias, comentar alguns filmes e fazer uma pequena aposta pessoal em cada uma. Posso errar uma ou até todas de minhas apostas: o Oscar é um festival imprevisível em vários sentidos e com frequência a história provou que a Academia errou feio em muitas de suas escolhas. Não tive acesso a todos os filmes de todas as categorias, mas fiz o possível para informar o leitor de algumas. Lá vai:
Melhor filme
Creio que dos oito filmes indicados, podemos separá-los em três grupos. Começando por baixo, temos “Perdido em Marte” e “Mad Max”. Ambos blockbusters, grandes produções, atores famosos, efeitos exuberantes, história com seus altos e baixos... Mas fica por aí. São filmes que estão um pouco fora da curva, fora de contexto na disputa. O leitor poderá se divertir e se emocionar com eles, mas não terá grandes surpresas, nem sairá imensamente movido após vê-los. “Mad Max”, particularmente, é o mais discrepante da categoria: um filme feito apenas de picos narrativos que não oferecem nada além de ação.
O segundo grupo de filmes inclui “O Quarto de Jack”, “Brooklyn” e “Ponte dos Espiões”. O primeiro é um drama bem desenvolvido, mas que ainda decepciona em alguns aspectos: um filme de muito potencial que poderia ter sido melhor explorado em suas várias possibilidades. Pessoalmente é um dos meus preferidos, apesar das falhas na direção. “Brooklyn” é um drama bem narrado sobre uma mulher na década de 50 que emigra da Irlanda para os Estados Unidos. É uma história um pouco clássica no cinema: o arco narrativo da mulher que enfrenta as dificuldades e acaba encontrando o amor em um ambiente estranho e hostil. Fiquei muito grato de ver um tema tão antigo ser renovado no cinema. Talvez por suas próprias limitações temáticas, o filme não parece ter muitas pretensões e acaba sendo ofuscado por outros títulos na disputa. Por último, “Ponte dos Espiões” tem seus altos e baixos, mas é impossível não reconhecer a assinatura de Spielberg na narrativa, e talvez por isso seja igualmente difícil não reconhecer que é um filme muito bom, feito por uma lenda do cinema.
Por fim os filmes que, creio eu, são a elite da categoria, e talvez da premiação como um todo: “O Regresso”, “Spotlight” e “A Grande Aposta”. “O Regresso”, sem dúvida, vai ser o ganhador da noite. Uma história simples, contada de maneira magistral através da câmera, da luz e da atuação comedida e expressiva dos atores. Gostando ou não, seu diretor vai levar mais uma estatueta de melhor filme, pelo segundo ano consecutivo. “Spotlight” e “A grande aposta” encaram um desafio tremendo: contar histórias difíceis, cheias de detalhes e com reviravoltas sutis ao espectador. Ambos alcançam o objetivo de forma surpreendente e, não fosse o projeto imenso que “O Regresso” é, certamente teriam grandes chances de levar a estatueta. O terceiro e último grupo foi uma grata surpresa para mim: são filmes realmente bons, de alto nível e que desafiam o espectador de maneiras muito inteligentes.
Melhor direção
Dos indicados para melhor direção, creio que os diretores dos três últimos filmes que falei aqui disputarão a estatueta de igual para igual. Alejandro Gonzáles Iñárritu, a primeira vista, parece que vai ganhar a categoria com “O Regresso”. Gostaria, porém, de acreditar que não. Se compararmos a cinegrafia do autor, percebe-se que seu último filme é um projeto discrepante em seu estilo de direção. Mais ainda, carrega imensas semelhanças com o estilo de Terrence Malick (“A árvore da vida”), mais especificamente com “Além da linha vermelha”. Não creio que emular um estilo seja algo ruim, mas é certamente um desafio emular Terrence Malick, e talvez essa seja uma fraqueza no filme: aplicar um estilo que não se tem domínio sobre. Mais que uma tentativa de renovação, creio que o tiro de Iñarritu saiu pela culatra.
“Spotlight” por sua vez oferece um alto risco, como já dito, e em resposta temos uma direção segura e bem desenvolta de Tom McCarthy. Porém, minha aposta, e torcida, fica para Adam Mckay, com “A grande aposta”. Essa sim foi uma direção muitíssimo arriscada e de muita coragem, utilizando-se de elementos os mais diversos para contar o colapso da economia norte americana em 2008. Creio que a Academia deveria premiar Mckay por seu método inovador e pela coragem na utilização de uma narrativa intrincada e, em certos momentos, fragmentada. Um filme que, finalmente, impressiona muito por sua firmeza e ousadia.
Melhor ator em papel principal
Vou ser direto nessa categoria: a estatueta é, merecidamente, de Leonardo DiCaprio. A Academia tem postergado esse prêmio ao ator há alguns anos, e cada vez que o faz ela comete mais um erro. Ao que parece, DiCaprio decidiu que a estatueta era sua ao interpretar Hugh Glass em “O Regresso”: faz uma das interpretações de sua vida sem nem ao menos precisar de muitas falas. É um dos grandes atores de nosso tempo, e é bom que a Academia reconheça isso de uma vez por todas.
Melhor atriz em papel principal
Essa é uma categoria muito disputada e, ao mesmo tempo, um pouco imprevisível esse ano. Três atuações chamam a atenção: a de Cate Blanchett, Brie Larson e a Saoirse Ronan. Muitos têm apostado na primeira atriz em seu papel em “Carol”. Eu, porém, gostaria de divergir dessa opinião. Brie Larson interpreta uma mãe machucada e tremendamente abalada que tenta sobreviver e criar seu filho pequeno após ter passado sete anos presa em um quarto, obrigada a manter relações sexuais com um homem mais velho. A atriz já vem de boas performances, destaque aqui para o lindo “Short term 12”, e creio que é uma das atrizes mais brilhantes atualmente. Por sua vez, Saoirse Ronan impressiona no papel de uma Irlandesa que imigra para os Estados Unidos. Sua economia de gestos, sutileza nas expressões e olhares a fazem uma das melhores interpretações do Oscar: seu corpo inteiro vive a personagem. “Brooklyn” não é um dos melhores filmes da disputa, mas se ainda é um bom filme, Saoirse é certamente a responsável por seu sucesso. Por fim, minha aposta fica com Brie Larson e Saoirse Ronan.
Melhor ator coadjuvante
Confesso que essa foi a categoria mais difícil de julgar. Novamente, três nomes dominam a disputa: Tom Hardy, Mark Ruffalo e Christian Bale. Hardy interpreta o antagonista de Leonardo DiCaprio em “O Regresso”. Seu sotaque carregado, personalidade forte e bem decidida, diria até má, o fazem um personagem interessantíssimo. Uma atuação difícil e brilhante. Mark Ruffalo, por sua vez, interpreta um dos repórteres na investigação dos casos de abuso de menores por padres da Igreja Católica em Boston. Interpretação muitíssimo fluida, natural e de grande carga emocional. Ruffalo deixa entrever, apenas com o olhar, um repórter que está obcecado e ao mesmo tempo perdido com as informações que descobre. Está tudo ali: não há necessidade que se fale muito, é possível ver no modo como para e escuta um colega, como volta o olhar para seu chefe... Porém, minha escolha é Christian Bale. Interpretando um investidor excêntrico, é até difícil de acreditar na minúcia do ator. Por ter feito uma interpretação incrível, e que provavelmente vai ficar na memória de muita gente, minha torcida e aposta vai para o Christian Bale em “A Grande Aposta”.
Melhor atriz coadjuvante
Apesar de ser uma categoria difícil, o nome de Rooney Mara é o que se destaca na lista, por sua atuação em “Carol”. Creio que esse ano não trará muitas surpresas nesse sentido.
Melhor direção de fotografia
Por fim, a última categoria a ser comentada. Talvez essa seja a categoria com nomes mais consagrados da fotografia de cinema. Todos já foram indicados e/ou ganharam o Oscar em algum momento. Roger Deakins, por exemplo, fotógrafo de Sicario, já foi indicado 13 vezes. Todos têm trabalhos importantes, reconhecidos e já estão na indústria há muitos anos. Um trabalho, porém, se destaca. Mais uma vez “O Regresso” dá as caras e, sem sombra de dúvidas, Emmanuel Lubezki vai levar sua terceira estatueta pelo terceiro ano consecutivo (“Gravidade”, “Birdman” e, espero, “O Regresso”). É, de fato, um dos maiores nomes atualmente quando se pensa em direção de fotografia, e com razão.
Categoria bônus: o que ficou de fora
Particularmente senti falta de uma indicação na categoria de melhor ator: Jason Segel no papel de David Foster Wallace em “O fim da turnê”. O filme em si não tem os créditos para concorrer ao Oscar, mas a atuação de Jason é certamente uma das melhores que se viu ano passado. Apesar de não ser uma obra grandiosa nem de grandes pretensões, é uma memória muito bonita de quem foi David Foster Wallace e a relação que travou com David Lipsky, repórter que o entrevistou durante 5 dias. Um dos meus preferidos de 2015.
No mais, espero que o leitor aproveite a cerimônia de entrega do Oscar, sempre regada a bom humor e a muitas surpresas. Certamente será uma edição interessante.
• Gabriel Brisola tem 25 anos, é fotógrafo e mestrando em Artes pela UFMG, e faz parte do coletivo Severina de arte e artistas cristãos.
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