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- 18 de julho de 2018
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Conversão, sofrimento e a missão da igreja
Por Antonia Leonora van der Meer
O livro A Mensagem de Atos1, de John Stott, foi importante para mim na época que me mudei para Angola para servir num país em guerra, com um povo muito pobre, faminto, cansado da guerra. Depois foi muito útil quando preparava missionários no Centro Evangélico de Missões, e depois quando escrevia minha dissertação para o doutorado.
No culto de despedida para ir à Angola, o pastor me deu o texto de Atos 9:15-16. Fiquei a princípio um pouco chocada, havia a clara confirmação do meu chamado, mas acompanhado pela promessa de “quanto lhe importa sofrer pelo meu nome”. Eu sabia que era mesmo uma palavra do Senhor para mim.
John Stott, comentando o capítulo 9 e a conversão de Saulo, deixa claro que este não “decidiu por Cristo”, pelo contrário, estava perseguindo a Cristo. Foi antes Cristo que decidiu por ele e entrou em sua vida. Saulo que esperava entrar em Damasco na plenitude de seu orgulho e poder, como confiante inimigo de Cristo, foi levado à cidade, humilhado, ficou cego e tornou-se um cativo do Cristo que havia perseguido. A graça de Deus lhe conquistou, brilhou em seu coração e transbordou sobre ele como uma enchente.
Deus então enviou seu servo Ananias para orar por Saulo, batizá-lo e transmitir a mensagem sobre seu chamado como “instrumento escolhido para levar o meu nome perante gentios e... filhos de Israel; pois eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo meu nome”.
Pensei que essa mensagem seria para grandes escolhidos de Deus, mas percebi que vale também para os pequenos que Ele escolhe.
Outro texto que me tocou muito no livro de Stott foi o comentário sobre a conversão de Cornélio. O autor comenta o tremendo muro de separação que havia entre judeus e gentios (mesmo os tementes a Deus). Esse preconceito não tinha base no Antigo Testamento, onde ficava claro que Deus queria abençoar todas as famílias da terra. A tragédia foi que Israel torceu a doutrina de eleição para um favoritismo, se encheu de orgulho e desprezou os “cães” gentios. O assunto do capítulo 10 não foi tanto a conversão de Cornélio, mas muito mais a conversão de Pedro.
A maior parte do livro acompanha Paulo em suas viagens, mostra como realizava seu ministério e transmitia seu ensino em contextos muito diversos. Também mostra como as lutas e perseguições, os perigos, as inimizades, o cansaço e o sofrimento físico e emocional fizeram parte desse ministério, mas não puderam impedir o reino de Deus de seguir avante.
Todo o comentário está cheio de ensinos preciosos para a obra missionária, não criando heróis humanos, mas mostrando como Deus transforma e usa homens e mulheres para brilhar sua luz entre os povos.
Nota
1. Stott, John. A Mensagem de Atos. São Paulo: ABU Editora, 1994.
• Antonia Leonora van der Meer, professora de missiologia, trabalhou durante dez anos em Angola. É autora de Eu, Um Missionário?, Missionários Feridos e O Estudo Bíblico Indutivo.
Leia mais
» Série “Lendo a Bíblia com John Stott” ganha mais dois volumes
» Vídeo mostra cinco países mais perigosos para ser cristão
O livro A Mensagem de Atos1, de John Stott, foi importante para mim na época que me mudei para Angola para servir num país em guerra, com um povo muito pobre, faminto, cansado da guerra. Depois foi muito útil quando preparava missionários no Centro Evangélico de Missões, e depois quando escrevia minha dissertação para o doutorado.
No culto de despedida para ir à Angola, o pastor me deu o texto de Atos 9:15-16. Fiquei a princípio um pouco chocada, havia a clara confirmação do meu chamado, mas acompanhado pela promessa de “quanto lhe importa sofrer pelo meu nome”. Eu sabia que era mesmo uma palavra do Senhor para mim.
John Stott, comentando o capítulo 9 e a conversão de Saulo, deixa claro que este não “decidiu por Cristo”, pelo contrário, estava perseguindo a Cristo. Foi antes Cristo que decidiu por ele e entrou em sua vida. Saulo que esperava entrar em Damasco na plenitude de seu orgulho e poder, como confiante inimigo de Cristo, foi levado à cidade, humilhado, ficou cego e tornou-se um cativo do Cristo que havia perseguido. A graça de Deus lhe conquistou, brilhou em seu coração e transbordou sobre ele como uma enchente.
Deus então enviou seu servo Ananias para orar por Saulo, batizá-lo e transmitir a mensagem sobre seu chamado como “instrumento escolhido para levar o meu nome perante gentios e... filhos de Israel; pois eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo meu nome”.
Pensei que essa mensagem seria para grandes escolhidos de Deus, mas percebi que vale também para os pequenos que Ele escolhe.
Outro texto que me tocou muito no livro de Stott foi o comentário sobre a conversão de Cornélio. O autor comenta o tremendo muro de separação que havia entre judeus e gentios (mesmo os tementes a Deus). Esse preconceito não tinha base no Antigo Testamento, onde ficava claro que Deus queria abençoar todas as famílias da terra. A tragédia foi que Israel torceu a doutrina de eleição para um favoritismo, se encheu de orgulho e desprezou os “cães” gentios. O assunto do capítulo 10 não foi tanto a conversão de Cornélio, mas muito mais a conversão de Pedro.
A maior parte do livro acompanha Paulo em suas viagens, mostra como realizava seu ministério e transmitia seu ensino em contextos muito diversos. Também mostra como as lutas e perseguições, os perigos, as inimizades, o cansaço e o sofrimento físico e emocional fizeram parte desse ministério, mas não puderam impedir o reino de Deus de seguir avante.
Todo o comentário está cheio de ensinos preciosos para a obra missionária, não criando heróis humanos, mas mostrando como Deus transforma e usa homens e mulheres para brilhar sua luz entre os povos.
Nota
1. Stott, John. A Mensagem de Atos. São Paulo: ABU Editora, 1994.
• Antonia Leonora van der Meer, professora de missiologia, trabalhou durante dez anos em Angola. É autora de Eu, Um Missionário?, Missionários Feridos e O Estudo Bíblico Indutivo.
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