Concurso cultural 55 anos de encontros e reconciliação Ultimato

Três participantes foram premiados nas categorias “imagem” e “texto”. Abaixo você encontra o texto de Thaís dos Santos Zamba (1º lugar) e a ilustração de Bernardo Ramonfaur (1º lugar).

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Enfim/sem fim, aliançados
Por Thaís dos Santos Zamba

Aliança. Círculo sem começo nem fim. Onde cabeçalho e rodapé se misturam, onde o primeiro cola no último e desenha o eterno. Nesse reformatar, a junção de horizontal e vertical, em forma de amor que constrange, dando sentido ao que antes era só morte. Elo que nem o túmulo quebra.

Cabem tantas formas no refazer de um elo.

Reconciliação é colar os dois extremos em aliança. O que se partiu no verde do jardim é refeito na escuridão do calvário, e hoje brilha como prévia da santa cidade. Em Cristo, cada cor do plano de salvação tem seu lugar e brilho. Nele convergimos, nos movemos e existimos.

A aliança refeita se espalha: espaço e tempo, vida e morte, homens e mulheres. Nela cada beleza é vislumbre e cada ferida é lembrete: a vida não acaba aqui. As dores de parto são prefácio da eternidade. E quando as pontas soltas se juntam, o paradoxo do reino proclama que os extremos se enlaçam, os opostos se nivelam como montes e vales diante do Rei. Não há quem possa evitar o desfecho: o mortal é engolido pela vida! As divisões morrem na cruz e nós vivemos!

Pelo mistério revelado, seguimos como embaixadores. Nós, últimos que são primeiros, pequenos chamados pelo Grande, proclamamos: na aliança infinita ainda cabem mais eleitos. Venham, que há tempo.

• Thaís dos Santos Zamba é técnica em assuntos educacionais na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e escritora. @oithaiszamba

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• Bernardo Ramonfaur mora no México e produz arte sacra contemporânea. @bernardoramonfaur

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