Opinião
- 16 de março de 2016
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Como Jesus evangelizava?
Na leitura dos Evangelhos tem me chamado a atenção o encontro de Jesus com diversos tipos de pessoas. Ao se encontrar com as pessoas, Jesus as cura, ensina, responde perguntas e começa uma conversa. Por meio desses encontros e dos diálogos que são travados podemos perceber a atitude e interesse de Jesus pelas pessoas. Mas ao contrário do que se possa imaginar, Jesus não tem um discurso pronto adotado para toda e qualquer situação. Ainda que sua mensagem seja consistente, a conversa se adapta à realidade e necessidade de seu ouvinte. Isso revela, de um lado, o aspecto contextual do ministério de Jesus, isto é, ele se comunicava com as pessoas a partir da realidade delas. De outro lado, isso mostra a diversidade de classes sociais, religiosas, culturais e étnicas com que Jesus teve contato em seu ministério.
Mateus, em particular, registra muitos desses encontros em forma de diálogo. Posso ver em Mateus pelo menos três grupos específicos com quem Jesus frequentemente encontrou-se e um último grupo que chamo de “multidões”, pois, na verdade, é um misto de diversos grupos. A maior parte dos diálogos de Jesus foi com os discípulos. O segundo grupo com quem Jesus mais conversou foram os religiosos – fariseus, saduceus, principais da sinagoga, entre outros – e, o terceiro grupo, foram os enfermos, dentre estes, alguns estrangeiros. Ao observar esses encontros vemos como a atitude de Jesus para com cada grupo era bem distinta.
Os discípulos eram aqueles a quem Jesus instruía de forma mais particular (Mt 21.20-22). Muitas vezes ele os repreendia por não compreenderem o significado do que falava e fazia (Mt 15.15-18). Aprendemos muitas coisas a respeito da mensagem do reino e da própria missão do Cristo a partir desses diálogos. Essas conversas de Jesus com os discípulos servem não só para instruir os discípulos, mas também nos instrui. Os discípulos representam aqueles que seguem a Jesus, mas nem sempre entendem os atos e palavras de Jesus. Porém, eles têm o privilégio de estar próximo de Jesus para ouvir dele as explicações.
Os religiosos são o segundo grupo com quem Jesus mais conversa – fariseus, saduceus, escribas. Porém, esse grupo não é retratado de maneira muito positiva nos Evangelhos; e Mateus não é diferente. Jesus raramente toma a iniciativa de conversar com eles. Em geral, os religiosos questionavam ou procuravam colocar Jesus à prova. Jesus é rigoroso com eles. Muitas de suas parábolas contêm um juízo contra os religiosos. É que esse grupo representa a religião estabelecida, e uma forma legalista e exclusivista de fé. Jesus condena essa religião que, apesar de tão zelosa da Lei, leva as pessoas a rejeitarem e discriminarem os que não seguem os mesmos preceitos.
Jesus também conversa muitas vezes com enfermos. Apesar de Mateus registrar que Jesus fazia muitas curas e milagres (Mt 4.23-25; 9.35), são poucos os diálogos com as pessoas enfermas. Dos onze diálogos com os enfermos, oito se encontram nos capítulos 8 e 9, ou seja, entre o Sermão do Monte (5 – 7) e o sermão do envio dos Doze (cap. 10). Esses relatos de cura têm o propósito de ensinar os discípulos para o ministério a quem “deu-lhes Jesus autoridade sobre espíritos imundos para os expelir e para curar toda sorte de doenças e enfermidades” (10.1). Servem também para demonstrar a compaixão de Jesus para com os enfermos e aflitos.
Há um conjunto de diálogos formado por diversos tipos de pessoas não caracterizadas social, religiosa ou politicamente por um grupo definido. Na verdade, tratam de pessoas com interesses diversos e de diferentes grupos assim como de alguns anônimos os quais designo aqui de forma geral como multidões. Esses diálogos revelam a acessibilidade de Jesus a diversos tipos de pessoas e servem para revelar quem é Jesus. Por meio desses diálogos, Jesus é revelado como Filho amado (3.16), Filho de Deus (4.3-9), o Cristo (11.2-4), como Mestre (19.16), que veio para servir e dar sua vida em resgate de muitos (20.28), e rei dos judeus (27.11); sua família é identificada com os seus discípulos (12.46-50).
Se pudermos entender esses diálogos de Jesus como a comunicação da mensagem do Reino e de sua missão, devemos buscar neles inspiração para a ação da igreja na evangelização. Não devemos buscar como fonte normativa da evangelização apenas aqueles textos dos Evangelhos e, particularmente de Mateus, em que Jesus envia os discípulos para pregar. É preciso que se observe também como o próprio Jesus realizou a sua missão e como ele lidou com grupos diversos de pessoas. O chamado à evangelização e os modelos a seguir não se encontram apenas nas ordenanças objetivas de Jesus aos discípulos, mas por meio de sua vida e obra. Nelas a igreja encontra o caminho da evangelização como herdeira da missão de Cristo.
Há pelo menos quatro lições que tiro dessa abordagem de Jesus. Sua pregação da boa nova do Reino é:
a) Dialógica. Por meio dos diálogos, Jesus ensinou, revelou sua identidade, demonstrou compaixão, repreendeu, contestou práticas difusas, e preparou e capacitou os discípulos. Esse caráter dialógico da proclamação e do ensino de Jesus serve de lição para as abordagens contemporâneas de comunicação do evangelho. Mesmo que Jesus tenha se comunicado às multidões, foi por meio dos diálogos que ele se comunicou particularmente com pessoas que o procuravam. Os diálogos revelam não só o conteúdo da mensagem de Jesus, mas a sensibilidade ao anseio das pessoas.
b) Vivencial. Os diálogos de Jesus se davam ao longo do caminho, na saída da sinagoga, depois de ensinar uma multidão, dentro de uma casa, na cidade, no campo, enfim, em diversas circunstâncias e momentos. Eles acontecem menos em situações formais do que informais. O ensino formal de Jesus está ligado aos discursos ou, em alguns casos, quando reunia os discípulos para instruí-los. Boa parte dos diálogos se dá na informalidade e, particularmente, em situações de vivências íntimas e existenciais. Foram em momentos de conflitos especiais com enfermidade, morte e opressão que Jesus conversa com as pessoas e manifesta sua compaixão.
c) Contextualizada. Um dos aspectos mais marcantes desses diálogos, consequentemente uma das lições mais proveitosas, é a sensibilidade de Jesus à realidade de seus ouvintes. A sua comunicação e o conteúdo da mensagem se dá de forma direcionada ao grupo específico. A evangelização contextualizada reúne pessoas das mais variadas realidades e situações, gerando assim um grupo heterogêneo de pessoas. Esse sempre será o caminho mais difícil e desafiador, pois exigirá transposição de muitas barreiras. Entretanto, a começar do próprio grupo de discípulos de Jesus, percebe-se que uma marca da comunidade do Reino de Cristo é a diversidade e heterogeneidade.
d) Centrada no Reino. O contraste claro entre a maneira como Jesus se comunicava com os discípulos e como se comunicava com os religiosos evidencia uma nítida distinção do propósito dele. Aparentemente, Jesus não tem muita tolerância para com a religião institucionalizada. Ele quase nunca se dirige a esse público, pelo contrário, sempre são os religiosos que o interrompiam. Isso sugere que a princípio Jesus não tinha um projeto para a religião institucionalizada. No entanto, Jesus ensinava valores, fé, arrependimento, esperança e confiança em Deus.
As relações pessoais na atualidade são de certo modo ambivalentes. Ao mesmo tempo em que as pessoas já não estão dispostas a simplesmente receber e seguir instruções (pelo contrário, querem cada vez mais participar de processo de construção de um ideal), por outro lado, o pragmatismo exacerbado de resultados fáceis e simplistas, a falta de interesse pelo esforço mental e físico, e uma considerável dose de anti-intelectualismo têm levado as pessoas à passividade e acomodação, preferindo às vezes aceitar um discurso pronto a desenvolver um senso crítico. Diante disso, a igreja tem historicamente preferido o caminho do pragmatismo, e a evangelização é talvez onde se percebe mais claramente esse pragmatismo. Em busca de resultados financeiros e numéricos, a evangelização é empregada como meio de fidelizar clientes a uma proposta ministerial particular. A igreja então passa a ocupar aquele lugar que os religiosos no tempo de Jesus ocupavam. Por outro lado, os seguidores de Jesus, os discípulos, que também valorizam a vida em comunidade, são os que buscam viver os ensinamentos do mestre e estabelecer uma comunidade transformadora.
Por conta disso, a evangelização não pode ser compreendida de forma simplista. Pelo contrário, anunciar a boa nova do Reino é o caminho difícil e desafiador. É o caminho que levou Jesus à cruz e os discípulos ao sofrimento, mas é também o caminho que leva à restauração do indivíduo com Deus e a sua nova identidade como membro do Reino de Deus ou corpo de Cristo.
Leia também
A turma de Jesus (revista Ultimato 324)
Evangelização ou colonização? (Analzira Nascimento)
Evangelização – definições protestantes (revista Ultimato 286)
História da Evangelização do Brasil (Elben César)
Imagem: Linden Laserna/ Freeimages.com
Mateus, em particular, registra muitos desses encontros em forma de diálogo. Posso ver em Mateus pelo menos três grupos específicos com quem Jesus frequentemente encontrou-se e um último grupo que chamo de “multidões”, pois, na verdade, é um misto de diversos grupos. A maior parte dos diálogos de Jesus foi com os discípulos. O segundo grupo com quem Jesus mais conversou foram os religiosos – fariseus, saduceus, principais da sinagoga, entre outros – e, o terceiro grupo, foram os enfermos, dentre estes, alguns estrangeiros. Ao observar esses encontros vemos como a atitude de Jesus para com cada grupo era bem distinta.
Os discípulos eram aqueles a quem Jesus instruía de forma mais particular (Mt 21.20-22). Muitas vezes ele os repreendia por não compreenderem o significado do que falava e fazia (Mt 15.15-18). Aprendemos muitas coisas a respeito da mensagem do reino e da própria missão do Cristo a partir desses diálogos. Essas conversas de Jesus com os discípulos servem não só para instruir os discípulos, mas também nos instrui. Os discípulos representam aqueles que seguem a Jesus, mas nem sempre entendem os atos e palavras de Jesus. Porém, eles têm o privilégio de estar próximo de Jesus para ouvir dele as explicações.
Os religiosos são o segundo grupo com quem Jesus mais conversa – fariseus, saduceus, escribas. Porém, esse grupo não é retratado de maneira muito positiva nos Evangelhos; e Mateus não é diferente. Jesus raramente toma a iniciativa de conversar com eles. Em geral, os religiosos questionavam ou procuravam colocar Jesus à prova. Jesus é rigoroso com eles. Muitas de suas parábolas contêm um juízo contra os religiosos. É que esse grupo representa a religião estabelecida, e uma forma legalista e exclusivista de fé. Jesus condena essa religião que, apesar de tão zelosa da Lei, leva as pessoas a rejeitarem e discriminarem os que não seguem os mesmos preceitos.
Jesus também conversa muitas vezes com enfermos. Apesar de Mateus registrar que Jesus fazia muitas curas e milagres (Mt 4.23-25; 9.35), são poucos os diálogos com as pessoas enfermas. Dos onze diálogos com os enfermos, oito se encontram nos capítulos 8 e 9, ou seja, entre o Sermão do Monte (5 – 7) e o sermão do envio dos Doze (cap. 10). Esses relatos de cura têm o propósito de ensinar os discípulos para o ministério a quem “deu-lhes Jesus autoridade sobre espíritos imundos para os expelir e para curar toda sorte de doenças e enfermidades” (10.1). Servem também para demonstrar a compaixão de Jesus para com os enfermos e aflitos.
Há um conjunto de diálogos formado por diversos tipos de pessoas não caracterizadas social, religiosa ou politicamente por um grupo definido. Na verdade, tratam de pessoas com interesses diversos e de diferentes grupos assim como de alguns anônimos os quais designo aqui de forma geral como multidões. Esses diálogos revelam a acessibilidade de Jesus a diversos tipos de pessoas e servem para revelar quem é Jesus. Por meio desses diálogos, Jesus é revelado como Filho amado (3.16), Filho de Deus (4.3-9), o Cristo (11.2-4), como Mestre (19.16), que veio para servir e dar sua vida em resgate de muitos (20.28), e rei dos judeus (27.11); sua família é identificada com os seus discípulos (12.46-50).
Se pudermos entender esses diálogos de Jesus como a comunicação da mensagem do Reino e de sua missão, devemos buscar neles inspiração para a ação da igreja na evangelização. Não devemos buscar como fonte normativa da evangelização apenas aqueles textos dos Evangelhos e, particularmente de Mateus, em que Jesus envia os discípulos para pregar. É preciso que se observe também como o próprio Jesus realizou a sua missão e como ele lidou com grupos diversos de pessoas. O chamado à evangelização e os modelos a seguir não se encontram apenas nas ordenanças objetivas de Jesus aos discípulos, mas por meio de sua vida e obra. Nelas a igreja encontra o caminho da evangelização como herdeira da missão de Cristo.
Há pelo menos quatro lições que tiro dessa abordagem de Jesus. Sua pregação da boa nova do Reino é:
a) Dialógica. Por meio dos diálogos, Jesus ensinou, revelou sua identidade, demonstrou compaixão, repreendeu, contestou práticas difusas, e preparou e capacitou os discípulos. Esse caráter dialógico da proclamação e do ensino de Jesus serve de lição para as abordagens contemporâneas de comunicação do evangelho. Mesmo que Jesus tenha se comunicado às multidões, foi por meio dos diálogos que ele se comunicou particularmente com pessoas que o procuravam. Os diálogos revelam não só o conteúdo da mensagem de Jesus, mas a sensibilidade ao anseio das pessoas.
b) Vivencial. Os diálogos de Jesus se davam ao longo do caminho, na saída da sinagoga, depois de ensinar uma multidão, dentro de uma casa, na cidade, no campo, enfim, em diversas circunstâncias e momentos. Eles acontecem menos em situações formais do que informais. O ensino formal de Jesus está ligado aos discursos ou, em alguns casos, quando reunia os discípulos para instruí-los. Boa parte dos diálogos se dá na informalidade e, particularmente, em situações de vivências íntimas e existenciais. Foram em momentos de conflitos especiais com enfermidade, morte e opressão que Jesus conversa com as pessoas e manifesta sua compaixão.
c) Contextualizada. Um dos aspectos mais marcantes desses diálogos, consequentemente uma das lições mais proveitosas, é a sensibilidade de Jesus à realidade de seus ouvintes. A sua comunicação e o conteúdo da mensagem se dá de forma direcionada ao grupo específico. A evangelização contextualizada reúne pessoas das mais variadas realidades e situações, gerando assim um grupo heterogêneo de pessoas. Esse sempre será o caminho mais difícil e desafiador, pois exigirá transposição de muitas barreiras. Entretanto, a começar do próprio grupo de discípulos de Jesus, percebe-se que uma marca da comunidade do Reino de Cristo é a diversidade e heterogeneidade.
d) Centrada no Reino. O contraste claro entre a maneira como Jesus se comunicava com os discípulos e como se comunicava com os religiosos evidencia uma nítida distinção do propósito dele. Aparentemente, Jesus não tem muita tolerância para com a religião institucionalizada. Ele quase nunca se dirige a esse público, pelo contrário, sempre são os religiosos que o interrompiam. Isso sugere que a princípio Jesus não tinha um projeto para a religião institucionalizada. No entanto, Jesus ensinava valores, fé, arrependimento, esperança e confiança em Deus.
As relações pessoais na atualidade são de certo modo ambivalentes. Ao mesmo tempo em que as pessoas já não estão dispostas a simplesmente receber e seguir instruções (pelo contrário, querem cada vez mais participar de processo de construção de um ideal), por outro lado, o pragmatismo exacerbado de resultados fáceis e simplistas, a falta de interesse pelo esforço mental e físico, e uma considerável dose de anti-intelectualismo têm levado as pessoas à passividade e acomodação, preferindo às vezes aceitar um discurso pronto a desenvolver um senso crítico. Diante disso, a igreja tem historicamente preferido o caminho do pragmatismo, e a evangelização é talvez onde se percebe mais claramente esse pragmatismo. Em busca de resultados financeiros e numéricos, a evangelização é empregada como meio de fidelizar clientes a uma proposta ministerial particular. A igreja então passa a ocupar aquele lugar que os religiosos no tempo de Jesus ocupavam. Por outro lado, os seguidores de Jesus, os discípulos, que também valorizam a vida em comunidade, são os que buscam viver os ensinamentos do mestre e estabelecer uma comunidade transformadora.
Por conta disso, a evangelização não pode ser compreendida de forma simplista. Pelo contrário, anunciar a boa nova do Reino é o caminho difícil e desafiador. É o caminho que levou Jesus à cruz e os discípulos ao sofrimento, mas é também o caminho que leva à restauração do indivíduo com Deus e a sua nova identidade como membro do Reino de Deus ou corpo de Cristo.
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Imagem: Linden Laserna/ Freeimages.com
Pastor presbiteriano e doutor em Antigo Testamento, é professor e capelão no Seminário Presbiteriano do Sul, e tradutor de obras teológicas. É autor do livro O propósito bíblico da missão.
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