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- 19 de junho de 2019
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Como igrejas estão ajudando famílias afetadas pelas chuvas em Recife (PE)
Por Phelipe Reis
A população da região metropolitana de Recife, Pernambuco, viveu dias caóticos por causa das fortes chuvas que iniciaram no último dia 13 de junho. Houve deslizamentos de terras, vias ficaram alagadas, aulas foram suspensas em escolas e universidades, voos foram cancelados, nove pessoas morreram num deslizamento de uma barreira em Camaragibe e muitas famílias ficaram desabrigadas (Fonte: G1).
Diante do sofrimento da população, duas igrejas localizadas no bairro Coqueiral abriram suas portas para acolher e ajudar as famílias que tiveram suas casas inundadas pelas águas do rio Tejipió, que transbordou por causa do grande volume de chuvas. A Igreja Batista em Coqueiral (IBC) e a Igreja Batista Nacional acolheram as famílias, ofereceram alimentação e providenciaram doações para reparos emergenciais.
Após a IBC divulgar a situação em suas redes sociais, muitas pessoas, igrejas e ONG’s da região metropolitana de Recife começaram a fazer doações e se disponibilizar para ajudar. Josias Vieira, membro da IBC, conta que foram surpreendidos com tantas doações chegando ao mesmo tempo. “Através destes gestos de amor pudemos preparar um canto quentinho para as famílias dormirem, alimentar-se, vestir-se, e até mesmo levarem comidas para seus lares, junto a produtos de higiene pessoal e doméstico, e o mais importante, ouvir suas histórias, acalmá-las, fazer com que o seu dia pudesse ser mais tranquilo”, conta Josias.
Mais de 500 casas foram afetadas pelas inundações. Após as águas baixarem, as pessoas tiveram que retomar às suas casas para fazer a limpeza, contabilizar os prejuízos e proteger seus objetos de possíveis roubos. Além do acolhimento das famílias realizado pelas igrejas e da distribuição das doações já recebidas, estão sendo mobilizados mais recursos que possam prover a aquisição de móveis e materiais necessários para a distribuição entre as famílias.
De acordo com Josias Vieira, são insuficientes as ações dos órgãos públicos responsáveis. “Fica bastante evidente que a gestão pública não está preparada para esse tipo de situação. Um exemplo foi a falta de atendimento por parte da Coordenadoria de Defesa Civil do Recife (CODECIR), pois passamos a manhã inteira tentando acionar tal órgão, mas não obtivemos sucesso. Ficou por nossa conta a tomada de decisão frente ao quadro calamitoso”, pontuou Vieira.
O déficit habitacional de Recife e assoreamento do rio Tejipió
Para Josias, as famílias que residem nas proximidades do rio estão ali por não terem outra opção – o que revela o déficit habitacional da cidade. “A chuva e o rio não seriam problemas para ninguém se houvesse a garantia do direito à moradia e um meio ambiente equilibrado”, afirma. Vieira explica ainda que as inundações são causadas, principalmente, pelo assoreamento da calha do rio Tejipió, já que o rio tem sido depósito de resíduos domésticos e industriais, o que impede que as águas do rio sigam seu curso normal. As inundações eram um drama histórico, que se persistia por anos. Mas desde 2017 as famílias não tinham suas casas invadidas pelas águas, como ocorreu na semana passada.
Desde 2016, o Instituto Solidare, organização vinculada à Igreja Batista Coqueiral, desenvolve o projeto “Projeto Rio Limpo, Cidade Sustentável” com ações de educação socioambiental para a população e incidência política junto ao poder público para que sejam tomadas providências para a revitalização do rio Tejipió. Várias ações já foram desenvolvidas, como gincanas, formações, caminhadas, audiências públicas, abaixo-assinado, debates, entre outras.
Executado em parceria com a Tearfund, o projeto integra diversos atores sociais, como organizações da comunidade, pastores e lideranças comunitárias locais. O projeto está em busca de constituir o Fórum Popular do Rio Tejipió, como um veículo de interlocução entre a comunidade e o Poder Público.
Josias Vieira considera que tragédias como essa, bem como o rompimento das barragens em Mariana e Brumadinho, são reflexos de um sistema em que o lucro e o acúmulo de riquezas se sobrepõem à vida, resultando em uma relação desordenada e irresponsável com o meio ambiente. Segundo Vieira, é preciso parar de compreender a criação de Deus apenas como um pacote de recursos e passar a vê-la como o resultado do seu amor, e que tem por objetivo proclamar a glória de Deus, conforme o Salmo 19.
Doações
A Igreja Batista em Coqueiral está recebendo doações para ajudar as famílias. Estão sendo solicitados materiais de limpeza e higiene pessoal, alimentos não perecíveis, roupas, mobiliário doméstico em geral. Doações em dinheiro podem ser feitas na conta da Igreja Batista em Coqueiral | Banco do Brasil | Agência: 4118-1 | Conta corrente: 9019-0 | CNPJ: 10.669.760/0001-40.
Endereço para entrega de doações: Rua Alcântara, 176, Coqueiral, Recife. CEP 50.920-620. Responsável: Roberval Mesquita. Contato: (81) 9 9673-1647.
Leia mais:
» Chuvas no Rio de Janeiro: tragédia que se repete anualmente
A população da região metropolitana de Recife, Pernambuco, viveu dias caóticos por causa das fortes chuvas que iniciaram no último dia 13 de junho. Houve deslizamentos de terras, vias ficaram alagadas, aulas foram suspensas em escolas e universidades, voos foram cancelados, nove pessoas morreram num deslizamento de uma barreira em Camaragibe e muitas famílias ficaram desabrigadas (Fonte: G1).
Diante do sofrimento da população, duas igrejas localizadas no bairro Coqueiral abriram suas portas para acolher e ajudar as famílias que tiveram suas casas inundadas pelas águas do rio Tejipió, que transbordou por causa do grande volume de chuvas. A Igreja Batista em Coqueiral (IBC) e a Igreja Batista Nacional acolheram as famílias, ofereceram alimentação e providenciaram doações para reparos emergenciais.
Após a IBC divulgar a situação em suas redes sociais, muitas pessoas, igrejas e ONG’s da região metropolitana de Recife começaram a fazer doações e se disponibilizar para ajudar. Josias Vieira, membro da IBC, conta que foram surpreendidos com tantas doações chegando ao mesmo tempo. “Através destes gestos de amor pudemos preparar um canto quentinho para as famílias dormirem, alimentar-se, vestir-se, e até mesmo levarem comidas para seus lares, junto a produtos de higiene pessoal e doméstico, e o mais importante, ouvir suas histórias, acalmá-las, fazer com que o seu dia pudesse ser mais tranquilo”, conta Josias.
Mais de 500 casas foram afetadas pelas inundações. Após as águas baixarem, as pessoas tiveram que retomar às suas casas para fazer a limpeza, contabilizar os prejuízos e proteger seus objetos de possíveis roubos. Além do acolhimento das famílias realizado pelas igrejas e da distribuição das doações já recebidas, estão sendo mobilizados mais recursos que possam prover a aquisição de móveis e materiais necessários para a distribuição entre as famílias.
De acordo com Josias Vieira, são insuficientes as ações dos órgãos públicos responsáveis. “Fica bastante evidente que a gestão pública não está preparada para esse tipo de situação. Um exemplo foi a falta de atendimento por parte da Coordenadoria de Defesa Civil do Recife (CODECIR), pois passamos a manhã inteira tentando acionar tal órgão, mas não obtivemos sucesso. Ficou por nossa conta a tomada de decisão frente ao quadro calamitoso”, pontuou Vieira.
O déficit habitacional de Recife e assoreamento do rio Tejipió
Para Josias, as famílias que residem nas proximidades do rio estão ali por não terem outra opção – o que revela o déficit habitacional da cidade. “A chuva e o rio não seriam problemas para ninguém se houvesse a garantia do direito à moradia e um meio ambiente equilibrado”, afirma. Vieira explica ainda que as inundações são causadas, principalmente, pelo assoreamento da calha do rio Tejipió, já que o rio tem sido depósito de resíduos domésticos e industriais, o que impede que as águas do rio sigam seu curso normal. As inundações eram um drama histórico, que se persistia por anos. Mas desde 2017 as famílias não tinham suas casas invadidas pelas águas, como ocorreu na semana passada.
Desde 2016, o Instituto Solidare, organização vinculada à Igreja Batista Coqueiral, desenvolve o projeto “Projeto Rio Limpo, Cidade Sustentável” com ações de educação socioambiental para a população e incidência política junto ao poder público para que sejam tomadas providências para a revitalização do rio Tejipió. Várias ações já foram desenvolvidas, como gincanas, formações, caminhadas, audiências públicas, abaixo-assinado, debates, entre outras.
Executado em parceria com a Tearfund, o projeto integra diversos atores sociais, como organizações da comunidade, pastores e lideranças comunitárias locais. O projeto está em busca de constituir o Fórum Popular do Rio Tejipió, como um veículo de interlocução entre a comunidade e o Poder Público.
Josias Vieira considera que tragédias como essa, bem como o rompimento das barragens em Mariana e Brumadinho, são reflexos de um sistema em que o lucro e o acúmulo de riquezas se sobrepõem à vida, resultando em uma relação desordenada e irresponsável com o meio ambiente. Segundo Vieira, é preciso parar de compreender a criação de Deus apenas como um pacote de recursos e passar a vê-la como o resultado do seu amor, e que tem por objetivo proclamar a glória de Deus, conforme o Salmo 19.
Doações
A Igreja Batista em Coqueiral está recebendo doações para ajudar as famílias. Estão sendo solicitados materiais de limpeza e higiene pessoal, alimentos não perecíveis, roupas, mobiliário doméstico em geral. Doações em dinheiro podem ser feitas na conta da Igreja Batista em Coqueiral | Banco do Brasil | Agência: 4118-1 | Conta corrente: 9019-0 | CNPJ: 10.669.760/0001-40.
Endereço para entrega de doações: Rua Alcântara, 176, Coqueiral, Recife. CEP 50.920-620. Responsável: Roberval Mesquita. Contato: (81) 9 9673-1647.
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É natural do Amazonas, casado com Luíze e pai da Elis e do Joaquim. Graduado em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e mestre em Missiologia no Centro Evangélico de Missões (CEM). É missionário e colaborador do Portal Ultimato.
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