Opinião
- 18 de maio de 2018
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Como a Bíblia lida com os novos arranjos familiares
Por Luiz Fernando
“Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus” (Ef 2.19).
“Se alguém não cuida de seus parentes, e especialmente dos de sua própria família, negou a fé e é pior que um descrente” (1 Tm 5.8).
Poucas instituições têm passado por tantas releituras, reinterpretações e rearranjos como a família. Esses processos, por mais bem-intencionados ou por mais que estejam consoantes ao espírito de época, se afastam sempre e cada vez mais do ideal bíblico, do projeto original de Deus. Mormente essas releituras, assim como no caso do divórcio, são realizadas para que a realidade seja adequada ao endurecimento do coração do homem.
Das políticas de Estado ao judiciário, passando pela cultura pop tudo tem conspirado contra a ‘família tradicional’, e os ataques não dão trégua e a cada dia uma nova modalidade é oferecida no mercado. Todavia, nós cristãos também temos sido cooptados pelo espírito de época e nos deixado levar muitas vezes por aquilo que é comum e habitual no contexto desse mundo caído. O divórcio, o adultério, a fornicação e mesmo as relações homoafetivas parecem não mais provocar muitos desconfortos entre os cristãos.
Infelizmente, as pesquisas revelam que tais práticas já se tornaram mais que toleráveis, habituais entre o povo de Deus. Todavia, sem querer acusar ou marginalizar quem quer que seja por tais práticas porque “ao Senhor pertence a vingança” (Dt 32.25; Rm 12.19), os cristãos são chamados a um outro padrão de vida que é claramente estabelecido nas Sagradas Escrituras, objeto material de nossa fé. Porque cremos que a Bíblia é a inerrante e infalível palavra de Deus, por ela nos orientamos no que diz respeito à vida e a dinâmica do lar.
Tudo começa com o nosso entendimento bíblico do que é o casamento para chegar à nossa compreensão de família. Primeiro, o casamento bíblico é heterossexual, isto é, deve ser contraído entre um homem e uma mulher, capazes e responsáveis. Segundo, essa relação deve ser monogâmica, cada homem deve ter a sua mulher e cada mulher o seu homem. Deve haver, além do amor e por causa do amor, fidelidade e exclusividade recíprocas na relação. Essa exclusividade e fidelidade estão baseadas no terceiro aspecto do casamento bíblico. Ele deve ser monossomático, ou seja, os dois pela união de mentes, afetos e corpos formam uma unidade de “uma só carne” que justamente por isso, leva ao quarto aspecto. O casamento bíblico é indissolúvel, não é um ‘test drive’ para a felicidade, mas um pacto de fidelidade indestrutível com base no amor sacrificial e oblativo. Assoma-se a esses aspectos as duas principais funções do casamento, segundo as Escrituras: a felicidade dos cônjuges e a geração de filhos. Daqui resulta a família tradicional, a família cristã. Portanto, os cristãos reconhecem como ideal para a família esse arranjo revelado nas Escrituras.
Note que a “fundação institucional” da família na Bíblia precede a entrada do pecado no mundo. A família é uma dádiva da criação e não foi completamente destruída e nem substituída por uma outra instituição, ainda que manchada pelo pecado. Quis a graça de Deus preservá-la no mundo de geração em geração para que através dela o plano redentor de Deus de reestabelecer a bênção no mundo se realizasse no seio de uma família que acolheu a vida na obscura Nazaré da Galileia.
Entretanto, quando lemos o drama da redenção nas Escrituras, entendemos que a família sempre esteve sob ataque. No início a serpente traz a desarmonia e leva à desobediência o primitivo casal. Depois, pelo pecado, Caim provoca grande tristeza e dor no seio de sua família por ocasião do fratricídio de Abel. Sem falar do faraó que perseguiu as famílias no Egito ou Herodes que mandou matar as crianças contemporâneas do menino Jesus. Assim, em cada época e sob as mais variadas circunstâncias, o inimigo tem se servido da cultura, dos concertos sociais, dos homens investidos de autoridade política e judiciária e tantas outras instâncias para extinguir a família.
Em nome do politicamente correto ou da tolerância, que sempre se mostra intolerante com a fé cristã, o mundo deseja desconfigurar a família de sua configuração original para que assim ela fique impedida de cumprir a sua missão de educar nas virtudes, transferir princípios e valores inegociáveis e ser no tempo e na história a memória viva do plano santo e sábio de felicidade e realização para a pessoa humana.
Resta dizer ainda, que sabemos não viver em um mundo idílico, as vidas concretas possuem dificuldades e também realizações concretas. Lares onde só a mulher se ocupa de todas as tarefas ou homens que se veem sozinhos para educar seus filhos ou os órfãos da violência, etc. Esses merecem não só o nosso respeito, mas na maioria dos casos a nossa admiração. Por esses devemos orar e oferecer toda sorte de apoio possível. Mesmo aqueles que fazem outras opções, como as relações homoafetivas, igualmente devem ser respeitados, tratados com dignidade e alvos de nossas orações.
Quanto ao que cremos, lacemos mãos de toda arma proveniente da luz para defender e proteger as nossas famílias, que estão sob forte ataque.
Leia mais
» A família e seu papel no reino de Deus
“Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus” (Ef 2.19).
“Se alguém não cuida de seus parentes, e especialmente dos de sua própria família, negou a fé e é pior que um descrente” (1 Tm 5.8).
Poucas instituições têm passado por tantas releituras, reinterpretações e rearranjos como a família. Esses processos, por mais bem-intencionados ou por mais que estejam consoantes ao espírito de época, se afastam sempre e cada vez mais do ideal bíblico, do projeto original de Deus. Mormente essas releituras, assim como no caso do divórcio, são realizadas para que a realidade seja adequada ao endurecimento do coração do homem.
Das políticas de Estado ao judiciário, passando pela cultura pop tudo tem conspirado contra a ‘família tradicional’, e os ataques não dão trégua e a cada dia uma nova modalidade é oferecida no mercado. Todavia, nós cristãos também temos sido cooptados pelo espírito de época e nos deixado levar muitas vezes por aquilo que é comum e habitual no contexto desse mundo caído. O divórcio, o adultério, a fornicação e mesmo as relações homoafetivas parecem não mais provocar muitos desconfortos entre os cristãos.
Infelizmente, as pesquisas revelam que tais práticas já se tornaram mais que toleráveis, habituais entre o povo de Deus. Todavia, sem querer acusar ou marginalizar quem quer que seja por tais práticas porque “ao Senhor pertence a vingança” (Dt 32.25; Rm 12.19), os cristãos são chamados a um outro padrão de vida que é claramente estabelecido nas Sagradas Escrituras, objeto material de nossa fé. Porque cremos que a Bíblia é a inerrante e infalível palavra de Deus, por ela nos orientamos no que diz respeito à vida e a dinâmica do lar.
Tudo começa com o nosso entendimento bíblico do que é o casamento para chegar à nossa compreensão de família. Primeiro, o casamento bíblico é heterossexual, isto é, deve ser contraído entre um homem e uma mulher, capazes e responsáveis. Segundo, essa relação deve ser monogâmica, cada homem deve ter a sua mulher e cada mulher o seu homem. Deve haver, além do amor e por causa do amor, fidelidade e exclusividade recíprocas na relação. Essa exclusividade e fidelidade estão baseadas no terceiro aspecto do casamento bíblico. Ele deve ser monossomático, ou seja, os dois pela união de mentes, afetos e corpos formam uma unidade de “uma só carne” que justamente por isso, leva ao quarto aspecto. O casamento bíblico é indissolúvel, não é um ‘test drive’ para a felicidade, mas um pacto de fidelidade indestrutível com base no amor sacrificial e oblativo. Assoma-se a esses aspectos as duas principais funções do casamento, segundo as Escrituras: a felicidade dos cônjuges e a geração de filhos. Daqui resulta a família tradicional, a família cristã. Portanto, os cristãos reconhecem como ideal para a família esse arranjo revelado nas Escrituras.
Note que a “fundação institucional” da família na Bíblia precede a entrada do pecado no mundo. A família é uma dádiva da criação e não foi completamente destruída e nem substituída por uma outra instituição, ainda que manchada pelo pecado. Quis a graça de Deus preservá-la no mundo de geração em geração para que através dela o plano redentor de Deus de reestabelecer a bênção no mundo se realizasse no seio de uma família que acolheu a vida na obscura Nazaré da Galileia.
Entretanto, quando lemos o drama da redenção nas Escrituras, entendemos que a família sempre esteve sob ataque. No início a serpente traz a desarmonia e leva à desobediência o primitivo casal. Depois, pelo pecado, Caim provoca grande tristeza e dor no seio de sua família por ocasião do fratricídio de Abel. Sem falar do faraó que perseguiu as famílias no Egito ou Herodes que mandou matar as crianças contemporâneas do menino Jesus. Assim, em cada época e sob as mais variadas circunstâncias, o inimigo tem se servido da cultura, dos concertos sociais, dos homens investidos de autoridade política e judiciária e tantas outras instâncias para extinguir a família.
Em nome do politicamente correto ou da tolerância, que sempre se mostra intolerante com a fé cristã, o mundo deseja desconfigurar a família de sua configuração original para que assim ela fique impedida de cumprir a sua missão de educar nas virtudes, transferir princípios e valores inegociáveis e ser no tempo e na história a memória viva do plano santo e sábio de felicidade e realização para a pessoa humana.
Resta dizer ainda, que sabemos não viver em um mundo idílico, as vidas concretas possuem dificuldades e também realizações concretas. Lares onde só a mulher se ocupa de todas as tarefas ou homens que se veem sozinhos para educar seus filhos ou os órfãos da violência, etc. Esses merecem não só o nosso respeito, mas na maioria dos casos a nossa admiração. Por esses devemos orar e oferecer toda sorte de apoio possível. Mesmo aqueles que fazem outras opções, como as relações homoafetivas, igualmente devem ser respeitados, tratados com dignidade e alvos de nossas orações.
Quanto ao que cremos, lacemos mãos de toda arma proveniente da luz para defender e proteger as nossas famílias, que estão sob forte ataque.
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Luiz Fernando dos Santos (1970-2022), foi ministro presbiteriano e era casado com Regina, pai da Talita e professor de teologia no Seminário Presbiteriano do Sul e no Seminário Teológico Servo de Cristo.
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