Opinião
- 27 de junho de 2008
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Aprendendo com quem menos se espera
Rodrigo de Lima Ferreira
Nossos tempos são complicados. Imitando o presidente Lula, nunca antes na história desse país vimos um crescimento numérico tão expressivo da igreja evangélica. Ao mesmo tempo, nunca antes na história desse país vimos tanta iniqüidade junta. Muito crente, pouco sal fora do saleiro, pouca luz iluminando a escuridão.
Prova disso é a falta de uma discussão positiva com bases cristãs a respeito do movimento gay. Algo que saia fora do já conhecido “homossexualismo é pecado”. Ainda que biblicamente correto, o que isso quer dizer para o homem pós-moderno do século 21? E como nos desvencilhar do cunho moralista que o conceito “pecado” recebeu, retornando ao seu conceito teológico original? Não podemos fechar os olhos: é um movimento que cresce a cada dia, avança sobre todos os espaços, inclusive eclesiásticos, e é politicamente incorreto apontar suas falhas – apesar deles apontarem as falhas alheias a todo momento.
Mas, ainda que o homossexualismo seja pecado (assim como o é a homofobia e também a heterofobia), será que dá para aprendermos lições positivas com o movimento gay? Será que o princípio bíblico de 1 Ts 5.21 (examinar tudo, reter o que é bom) também se aplica aqui? Creio que sim. O risco maior que corremos é encontrarmos coisas positivas que deveríamos encontrar em nossos arraiais, mas que estão em falta.
Por exemplo, o movimento gay é extremamente coeso. Mexeu com um deles, mexeu com todos. Prova disso são as manifestações promovidas por associações gays quando ocorrem crimes contra homossexuais. Eles podem até mesmo nem conhecer pessoalmente a vítima, mas o que importa, na visão deles, é que um do grupo foi atacado, portanto todo o grupo sofre.
Outra coisa que podemos aprender deles é a militância. Estão sempre nos jornais, revistas, TV, rádio, internet, propagando seus valores de uma sexualidade distorcida. Sempre apregoam o seu modo de vida, apresentado por eles como uma alternativa de vida válida para o nosso tempo.
E o que dizer da identificação deles? Estão sempre estimulando os gays “em potencial” a, na gíria deles, “saírem do armário”, ou seja, a se assumirem como gays. Colocam a cara para fora, não se importando se os que estão à volta vão reprová-lo, pois entende que sua essência é assim; não dá para mudar.
Coesão. Militância. Identificação. Coisas que também são caras a nós, cristãos. Mas, onde está a nossa coesão? Como podemos falar em unidade quando o irmão que sofre ao meu lado, por pensar de modo diferente certas nuances teológicas secundárias, é jogado às traças? Como podemos falar em militância quando nossas igrejas gastam milhões em reformas de templos cada vez mais suntuosos, e gastam (quando gastam) das sobras em missões? Como falar em identidade quando não sabemos mais se somos protestantes, neo-medievais ou pós-evangélicos?
Obviamente há exceções, os 7 mil salvos da idolatria a Baal. Contudo onde há exceção, há a confirmação da regra. Poderíamos apresentar o evangelho ao movimento gay, mas (sempre tem um incômodo “mas”) qual deles? O da prosperidade, o do Reino, o dos sinais e maravilhas (nem tão maravilhosos assim), o das novas “unções” (o último do mercado sobrenatural é o dos quatro seres viventes), o do Leão (que não seja o do Imposto de Renda!)?
Quando o movimento gay tem aspectos positivos caros a nós, mas que não estão presentes no movimento evangélico, é hora de se parar e refletir. Será que é isso o que Jesus quer de seu povo? Não será hora de um tempo de arrependimento, perdão e reconciliação com o próximo e com Deus?
Nossos tempos são complicados. Imitando o presidente Lula, nunca antes na história desse país vimos um crescimento numérico tão expressivo da igreja evangélica. Ao mesmo tempo, nunca antes na história desse país vimos tanta iniqüidade junta. Muito crente, pouco sal fora do saleiro, pouca luz iluminando a escuridão.
Prova disso é a falta de uma discussão positiva com bases cristãs a respeito do movimento gay. Algo que saia fora do já conhecido “homossexualismo é pecado”. Ainda que biblicamente correto, o que isso quer dizer para o homem pós-moderno do século 21? E como nos desvencilhar do cunho moralista que o conceito “pecado” recebeu, retornando ao seu conceito teológico original? Não podemos fechar os olhos: é um movimento que cresce a cada dia, avança sobre todos os espaços, inclusive eclesiásticos, e é politicamente incorreto apontar suas falhas – apesar deles apontarem as falhas alheias a todo momento.
Mas, ainda que o homossexualismo seja pecado (assim como o é a homofobia e também a heterofobia), será que dá para aprendermos lições positivas com o movimento gay? Será que o princípio bíblico de 1 Ts 5.21 (examinar tudo, reter o que é bom) também se aplica aqui? Creio que sim. O risco maior que corremos é encontrarmos coisas positivas que deveríamos encontrar em nossos arraiais, mas que estão em falta.
Por exemplo, o movimento gay é extremamente coeso. Mexeu com um deles, mexeu com todos. Prova disso são as manifestações promovidas por associações gays quando ocorrem crimes contra homossexuais. Eles podem até mesmo nem conhecer pessoalmente a vítima, mas o que importa, na visão deles, é que um do grupo foi atacado, portanto todo o grupo sofre.
Outra coisa que podemos aprender deles é a militância. Estão sempre nos jornais, revistas, TV, rádio, internet, propagando seus valores de uma sexualidade distorcida. Sempre apregoam o seu modo de vida, apresentado por eles como uma alternativa de vida válida para o nosso tempo.
E o que dizer da identificação deles? Estão sempre estimulando os gays “em potencial” a, na gíria deles, “saírem do armário”, ou seja, a se assumirem como gays. Colocam a cara para fora, não se importando se os que estão à volta vão reprová-lo, pois entende que sua essência é assim; não dá para mudar.
Coesão. Militância. Identificação. Coisas que também são caras a nós, cristãos. Mas, onde está a nossa coesão? Como podemos falar em unidade quando o irmão que sofre ao meu lado, por pensar de modo diferente certas nuances teológicas secundárias, é jogado às traças? Como podemos falar em militância quando nossas igrejas gastam milhões em reformas de templos cada vez mais suntuosos, e gastam (quando gastam) das sobras em missões? Como falar em identidade quando não sabemos mais se somos protestantes, neo-medievais ou pós-evangélicos?
Obviamente há exceções, os 7 mil salvos da idolatria a Baal. Contudo onde há exceção, há a confirmação da regra. Poderíamos apresentar o evangelho ao movimento gay, mas (sempre tem um incômodo “mas”) qual deles? O da prosperidade, o do Reino, o dos sinais e maravilhas (nem tão maravilhosos assim), o das novas “unções” (o último do mercado sobrenatural é o dos quatro seres viventes), o do Leão (que não seja o do Imposto de Renda!)?
Quando o movimento gay tem aspectos positivos caros a nós, mas que não estão presentes no movimento evangélico, é hora de se parar e refletir. Será que é isso o que Jesus quer de seu povo? Não será hora de um tempo de arrependimento, perdão e reconciliação com o próximo e com Deus?
Casado, duas filhas, é pastor da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil desde 1997. Graduado em teologia e mestre em missões urbanas pela FTSA, é autor de "Princípios Esquecidos" (Editora AGBooks).
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