Opinião
- 16 de julho de 2009
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Ainda Michael Jackson
Rodrigo de Lima Ferreira
Todos aqueles que não fizeram uma viagem a Marte nesses últimos tempos já está sabendo: Michael Jackson estão morto, e presumivelmente enterrado.
Sua vida foi um festival de excentricidades, para não usar o termo “bizarrices”. Nasceu pobre, em uma numerosa família, tornou-se multimilionário. Multimilionário, fez uma gigante dívida de 500 milhões de dólares. Nasceu negro, mas lutou para tornar-se branco, submetendo-se a inúmeras e inconfessadas cirurgias plásticas. Sentia-se sozinho em vida, mas seu suposto funeral foi acompanhado por milhões de pessoas. Trabalhou como um adulto na infância, e na vida adulta comportava-se como criança.
Porém, o mais incrível na morte do cantor é que ela revelou o que há de mais tacanho em nós, que é a nossa grande hipocrisia. Até um dia antes da sua morte, ele era tido como um sujeito bizarro, um verdadeiro “freak”, com sua cara deformada e suas esquisitices, como andar na rua de máscara cirúrgica e até mesmo de cadeira de rodas. Chamávamos o cantor de “esquisitão”, para dizer o mínimo. Zombávamos de sua família, de seus trejeitos, de sua falência, de Neverland, de seu zoológico particular.
Depois de sua morte, tudo mudou. O cantor “freak” se tornou vítima de uma infância violenta. Suas esquisitices foram varridas para debaixo do tapete. Sua suposta pedofilia foi desmascarada por uma das pretensas vítimas (que, espertamente, não devolveu os milhões de dólares lucrados no acordo extrajudicial). Começamos até mesmo a sentir pena de seus filhos, coisa que não fazíamos antes.
Queiramos ou não, Deus, como Senhor da história, está usando este episódio para desmascarar nossa hipocrisia e falsidade. Temos nos arrogado o papel de autossuficientes e donos de nosso rumo. Reputamos nossa própria justiça como a melhor existente. Quem é Deus, diz o homem moderno, para me dar uma lição de moral? Afinal, Deus não foi morto por Darwin e enterrado por Nietzsche?
Essa piada de mau gosto (afinal, os postulados de Darwin são questionados atualmente e Nietzsche, além de ser um dos pilares do nazismo, morreu louco) é repetida como um mantra em nosso mundo. E, ainda que de modo inconsciente, por nossa igreja. Porém, como Deus não é um objeto estático, mas antes um ser dinâmico, ele desmente a arrogância dos insensatos. Deus zomba de quem o zomba (Sl 2.4), através de atos corriqueiros da história, como o falecimento de um popstar.
Michael Jackson morreu. Com ele, um pouco da nossa capa de hipocrisia. Que Deus tenha misericórdia do cantor. E que Deus tenha misericórdia de nós.
Todos aqueles que não fizeram uma viagem a Marte nesses últimos tempos já está sabendo: Michael Jackson estão morto, e presumivelmente enterrado.
Sua vida foi um festival de excentricidades, para não usar o termo “bizarrices”. Nasceu pobre, em uma numerosa família, tornou-se multimilionário. Multimilionário, fez uma gigante dívida de 500 milhões de dólares. Nasceu negro, mas lutou para tornar-se branco, submetendo-se a inúmeras e inconfessadas cirurgias plásticas. Sentia-se sozinho em vida, mas seu suposto funeral foi acompanhado por milhões de pessoas. Trabalhou como um adulto na infância, e na vida adulta comportava-se como criança.
Porém, o mais incrível na morte do cantor é que ela revelou o que há de mais tacanho em nós, que é a nossa grande hipocrisia. Até um dia antes da sua morte, ele era tido como um sujeito bizarro, um verdadeiro “freak”, com sua cara deformada e suas esquisitices, como andar na rua de máscara cirúrgica e até mesmo de cadeira de rodas. Chamávamos o cantor de “esquisitão”, para dizer o mínimo. Zombávamos de sua família, de seus trejeitos, de sua falência, de Neverland, de seu zoológico particular.
Depois de sua morte, tudo mudou. O cantor “freak” se tornou vítima de uma infância violenta. Suas esquisitices foram varridas para debaixo do tapete. Sua suposta pedofilia foi desmascarada por uma das pretensas vítimas (que, espertamente, não devolveu os milhões de dólares lucrados no acordo extrajudicial). Começamos até mesmo a sentir pena de seus filhos, coisa que não fazíamos antes.
Queiramos ou não, Deus, como Senhor da história, está usando este episódio para desmascarar nossa hipocrisia e falsidade. Temos nos arrogado o papel de autossuficientes e donos de nosso rumo. Reputamos nossa própria justiça como a melhor existente. Quem é Deus, diz o homem moderno, para me dar uma lição de moral? Afinal, Deus não foi morto por Darwin e enterrado por Nietzsche?
Essa piada de mau gosto (afinal, os postulados de Darwin são questionados atualmente e Nietzsche, além de ser um dos pilares do nazismo, morreu louco) é repetida como um mantra em nosso mundo. E, ainda que de modo inconsciente, por nossa igreja. Porém, como Deus não é um objeto estático, mas antes um ser dinâmico, ele desmente a arrogância dos insensatos. Deus zomba de quem o zomba (Sl 2.4), através de atos corriqueiros da história, como o falecimento de um popstar.
Michael Jackson morreu. Com ele, um pouco da nossa capa de hipocrisia. Que Deus tenha misericórdia do cantor. E que Deus tenha misericórdia de nós.
Casado, duas filhas, é pastor da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil desde 1997. Graduado em teologia e mestre em missões urbanas pela FTSA, é autor de "Princípios Esquecidos" (Editora AGBooks).
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