Opinião
- 25 de março de 2013
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A verdadeira escola do serviço
“Basta ao discípulo ser como o Mestre, e ao servo, como o seu Senhor.” (Mt 10.25).
A igreja não raras vezes, infelizmente, torna-se um ambiente propício para o exercício de uma vaidade megalomaníaca. Muitos confundem ofício com poder, e chegam mesmo a pecar para ocuparem um lugar onde se deve servir por uma conduta santa. Perseguem de tal maneira cargos e posições que chegam mesmo a negar a essência do Evangelho que dizem pregar ou chegam a machucar a Igreja que dizem defender e amar. Querem “ser visto” e não necessariamente “serviço”. Precisam estar sob os holofotes, pois de outra maneira jamais teriam luz.
Mas por que estas coisas teimam em acontecer entre nós? No colégio apostólico reunido por Jesus já encontramos Tiago e João disputando o primeiro lugar. Nos deparamos com Judas Iscariotes arquitetando e decidindo às escondidas do Mestre e dos demais colegas. Esta cobiça pelo poder entre os discípulos tem a ver com a natureza humana caída, enfraquecida e ferida de morte pelo pecado. Tem a ver com a nossa depravação total, com a nossa pecaminosidade. Tem a ver com a nossa irrefreável inclinação para “sermos como Deus”, ou o “deus de nós mesmos”.
Ainda bem que o Senhor mesmo proveu à igreja os mecanismos e o antídoto necessário para este mal que há de nos acompanhar durante toda a vida, mas que precisa de cuidado permanente. Nossa cura começa com uma autêntica conversão, com o novo nascimento. Algo maravilhoso, sobrenatural, que está fora de nosso controle e até de nosso desejo. Mas, que produzido em nossa alma pelo ministério do Espírito Santo nos transforma em novas criaturas.
Esta vida nova deverá ser alimentada por um desenvolvimento gradual e irreversível que costumemos chamar de santificação progressiva. É aquela ação da Graça penetrando em todas as nossas faculdades, livrando-nos da influência do pecado, uma vez que da penalidade já o fomos em nossa conversão. Para que esta santificação aconteça, o Senhor Jesus “instituiu” o processo formativo do discipulado.
O discipulado não é um programa curricular, mas a transmissão e o treinamento de um estilo de vida no seguimento e na imitação de Jesus sob os auspícios da Graça, a orientação do Espírito Santo e o conhecimento e a prática das Escrituras. É no discipulado que aprendemos - às vezes a duras penas - o que é ser servo. Nenhum discípulo é maior que o Mestre, basta que se pareça com Ele. Basta que nos assemelhemos ao Cristo casto, pobre, obediente, manso e humilde de coração. Basta que nos assemelhemos ao Cristo que recusou a bajulação de Herodes, que se recusou a pedir o sangue de seus algozes, mas que orou e pediu o perdão de seus malfeitores. Basta que sejamos como o Cristo que lavou os pés dos discípulos, que não negou o perdão a Pedro, que restaurou a Tomé e que aceitou graciosamente o gesto de amor daquela mulher na casa de Simão.
Ser discípulo é imitar o Senhor Jesus em cuja boca jamais se encontrou maldade ou dolo, mentira ou escárnio. Basta imitar aquele que ensinava as multidões como quem tem autoridade e não como os escribas e fariseus que queriam apenas os primeiros lugares e serem vistos pelos homens. Antes de queremos “posar” de fazedores de discípulos, precisamos ingressar humildemente na escola do Mestre Jesus. Como Maria na casa de Marta, precisamos nos sentar, contemplativos aos pés do Senhor, e nos deixar encantar com sua presença e sua palavra. Numa igreja onde muitos querem ser mestres, faltam humildes discípulos!
A semana das dores ou da paixão de Jesus Cristo que se inicia pode ser um bom começo para o ingresso ou a retomada de nosso discipulado. Jesus, o Rei, entra humilde montado num jumentinho em Jerusalém, bem diferente de César e seu corcel negro ostentando a glória fugidia deste mundo de aparências.
Jesus escolhe os pés dos discípulos à companhia dos abastados. Prefere a púrpura de seu sangue ao manto dos poderosos. Aceita uma cora de espinhos e rejeita os louros de Augusto. Toma em seus ombros uma cruz e dela faz seu trono onde subjuga os poderes deste mundo e concede vida e libertação aos seus.
É nesta escola que você deve ser matriculado. É com o “homem das dores” que você deve aprender a amar e a entregar-se por sua Igreja. É com Ele que eu e você devemos aprender como se dever amar e servir na Igreja e no mundo.
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A igreja não raras vezes, infelizmente, torna-se um ambiente propício para o exercício de uma vaidade megalomaníaca. Muitos confundem ofício com poder, e chegam mesmo a pecar para ocuparem um lugar onde se deve servir por uma conduta santa. Perseguem de tal maneira cargos e posições que chegam mesmo a negar a essência do Evangelho que dizem pregar ou chegam a machucar a Igreja que dizem defender e amar. Querem “ser visto” e não necessariamente “serviço”. Precisam estar sob os holofotes, pois de outra maneira jamais teriam luz.
Mas por que estas coisas teimam em acontecer entre nós? No colégio apostólico reunido por Jesus já encontramos Tiago e João disputando o primeiro lugar. Nos deparamos com Judas Iscariotes arquitetando e decidindo às escondidas do Mestre e dos demais colegas. Esta cobiça pelo poder entre os discípulos tem a ver com a natureza humana caída, enfraquecida e ferida de morte pelo pecado. Tem a ver com a nossa depravação total, com a nossa pecaminosidade. Tem a ver com a nossa irrefreável inclinação para “sermos como Deus”, ou o “deus de nós mesmos”.
Ainda bem que o Senhor mesmo proveu à igreja os mecanismos e o antídoto necessário para este mal que há de nos acompanhar durante toda a vida, mas que precisa de cuidado permanente. Nossa cura começa com uma autêntica conversão, com o novo nascimento. Algo maravilhoso, sobrenatural, que está fora de nosso controle e até de nosso desejo. Mas, que produzido em nossa alma pelo ministério do Espírito Santo nos transforma em novas criaturas.
Esta vida nova deverá ser alimentada por um desenvolvimento gradual e irreversível que costumemos chamar de santificação progressiva. É aquela ação da Graça penetrando em todas as nossas faculdades, livrando-nos da influência do pecado, uma vez que da penalidade já o fomos em nossa conversão. Para que esta santificação aconteça, o Senhor Jesus “instituiu” o processo formativo do discipulado.
O discipulado não é um programa curricular, mas a transmissão e o treinamento de um estilo de vida no seguimento e na imitação de Jesus sob os auspícios da Graça, a orientação do Espírito Santo e o conhecimento e a prática das Escrituras. É no discipulado que aprendemos - às vezes a duras penas - o que é ser servo. Nenhum discípulo é maior que o Mestre, basta que se pareça com Ele. Basta que nos assemelhemos ao Cristo casto, pobre, obediente, manso e humilde de coração. Basta que nos assemelhemos ao Cristo que recusou a bajulação de Herodes, que se recusou a pedir o sangue de seus algozes, mas que orou e pediu o perdão de seus malfeitores. Basta que sejamos como o Cristo que lavou os pés dos discípulos, que não negou o perdão a Pedro, que restaurou a Tomé e que aceitou graciosamente o gesto de amor daquela mulher na casa de Simão.
Ser discípulo é imitar o Senhor Jesus em cuja boca jamais se encontrou maldade ou dolo, mentira ou escárnio. Basta imitar aquele que ensinava as multidões como quem tem autoridade e não como os escribas e fariseus que queriam apenas os primeiros lugares e serem vistos pelos homens. Antes de queremos “posar” de fazedores de discípulos, precisamos ingressar humildemente na escola do Mestre Jesus. Como Maria na casa de Marta, precisamos nos sentar, contemplativos aos pés do Senhor, e nos deixar encantar com sua presença e sua palavra. Numa igreja onde muitos querem ser mestres, faltam humildes discípulos!
A semana das dores ou da paixão de Jesus Cristo que se inicia pode ser um bom começo para o ingresso ou a retomada de nosso discipulado. Jesus, o Rei, entra humilde montado num jumentinho em Jerusalém, bem diferente de César e seu corcel negro ostentando a glória fugidia deste mundo de aparências.
Jesus escolhe os pés dos discípulos à companhia dos abastados. Prefere a púrpura de seu sangue ao manto dos poderosos. Aceita uma cora de espinhos e rejeita os louros de Augusto. Toma em seus ombros uma cruz e dela faz seu trono onde subjuga os poderes deste mundo e concede vida e libertação aos seus.
É nesta escola que você deve ser matriculado. É com o “homem das dores” que você deve aprender a amar e a entregar-se por sua Igreja. É com Ele que eu e você devemos aprender como se dever amar e servir na Igreja e no mundo.
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Luiz Fernando dos Santos (1970-2022), foi ministro presbiteriano e era casado com Regina, pai da Talita e professor de teologia no Seminário Presbiteriano do Sul e no Seminário Teológico Servo de Cristo.
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