Opinião
- 21 de novembro de 2006
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A Ultimato é ecumênica ou não?
Por causa da cobrança alheia, não há quem não passe de vez em quando por um aperto. Certa feita, os fariseus exigiram um pronunciamento de Jesus: “É lícito pagar tributo a César, ou não? Devemos ou não devemos pagar?” (Mc 12.14). Por sua vez, Jesus também encostou na parede os principais sacerdotes, perguntando-lhes: “O batismo de João era do céu ou dos homens?” (Mc 11.30). Jesus saiu-se bem da pergunta dos fariseus, mas os sacerdotes tomaram todo cuidado para não se comprometerem com a pergunta de Jesus e simplesmente responderam: “Não sabemos”.
Agora é a nossa vez. Alguns leitores da Ultimato estão perguntando: “Ultimato é ecumênica ou não é?”
Se dissermos que é, desagradaremos e entristeceremos muitos leitores. Se dissermos que não é, produziremos a mesma reação em muitos outros.
Parece que não é muito difícil sair do aparente aperto. Basta olhar outra vez o que está escrito no expediente da revista: “Órgão de imprensa destinado à evangelização e edificação, sem cor denominacional” (p. 4). O objetivo da revista Ultimato é o mesmo desde o primeiro número, em janeiro de 1968, quando era um jornal mensal de oito páginas. No princípio escrevíamos “Periódico mensal para exaltar as Escrituras Sagradas e proclamar o Evangelho de Jesus Cristo”. A partir de 1969, retiramos a expressão imprópria “para exaltar as Escrituras Sagradas” (só Deus deve ser exaltado) e deixamos “órgão de propaganda evangélica”. A partir de 1975, acrescentamos: “Órgão de propaganda evangélica. Sem cor denominacional. Destinado à evangelização e edificação do povo brasileiro”.
“Sem cor denominacional” significa que não estamos a serviço de uma denominação evangélica ou protestante, embora sejamos membros conscientes e participantes de uma delas (Igreja Presbiteriana do Brasil). A revista não pertence direta ou indiretamente a qualquer denominação ou a qualquer igreja local. A Editora Ultimato é uma empresa familiar.
Não alcançamos apenas leitores evangélicos, que são a maioria. Desde que recebemos um cartão de apreciação do falecido cardeal Dom Vicente Scherrer, de Porto Alegre, em 1971, começamos a enviar a revista para milhares de paróquias católicas. Nunca escondemos delas e de todos os demais leitores que a nossa única intenção era a de exercer uma influência cristocêntrica no meio católico, a mesma que procuramos provocar no meio protestante. Daí a quantidade de cartas que recebemos de sacerdotes católicos, tanto de desaprovação como de apreciação, algumas das quais publicamos.
Temos conceitos diferentes de alguns protestantes por demais anticatólicos ou por demais ecumênicos. Não guardamos mágoas da Igreja Católica por sua já superada intolerância religiosa, da qual temos experiência pessoal no trabalho de pioneirismo realizado aqui em Minas Gerais... Não os tratamos como inimigos. Não os consideramos “a grande Babilônia” do Apocalipse nem a representação do anticristo.
Reconhecemos que grande parte da bagagem que eles têm é igual a nossa. Sabemos que o Brasil é o maior país católico do mundo e que a maioria de seus fiéis são nominais, como muitos protestantes de países protestantes. Entendemos que a separação entre católicos e protestantes ainda é uma necessidade já que não entramos em acordo com referência a certas divergências doutrinárias sérias que provocaram a Reforma do Século XVI. Todavia, isto não nos impede de enxergar as coisas boas que lá acontecem e as coisas más que acontecem no nosso meio. Nunca passou pela nossa cabeça a idéia de contribuir para que haja uma só igreja. Assumimos que o rebanho unificado a que se refere Jesus Cristo (Jo 10.16) não é formado de católicos, ortodoxos ou protestantes, mas daqueles pecadores que se arrependeram e se converteram de seus pecados e idéias errôneas e aceitaram o sacrifício vicário e o senhorio de Jesus Cristo, movidos pelo Espírito Santo. Esse rebanho é a propriamente chamada “igreja invisível”, o corpo de Cristo. O único pastor é o Senhor Jesus Cristo. E é para aumentar e fortalecer esse rebanho que publicamos a revista Ultimato, para a qual pedimos sinceramente a oração de todos os leitores.
(Extraído da edição nº 260, de setembro/outubro de 1999)
Agora é a nossa vez. Alguns leitores da Ultimato estão perguntando: “Ultimato é ecumênica ou não é?”
Se dissermos que é, desagradaremos e entristeceremos muitos leitores. Se dissermos que não é, produziremos a mesma reação em muitos outros.
Parece que não é muito difícil sair do aparente aperto. Basta olhar outra vez o que está escrito no expediente da revista: “Órgão de imprensa destinado à evangelização e edificação, sem cor denominacional” (p. 4). O objetivo da revista Ultimato é o mesmo desde o primeiro número, em janeiro de 1968, quando era um jornal mensal de oito páginas. No princípio escrevíamos “Periódico mensal para exaltar as Escrituras Sagradas e proclamar o Evangelho de Jesus Cristo”. A partir de 1969, retiramos a expressão imprópria “para exaltar as Escrituras Sagradas” (só Deus deve ser exaltado) e deixamos “órgão de propaganda evangélica”. A partir de 1975, acrescentamos: “Órgão de propaganda evangélica. Sem cor denominacional. Destinado à evangelização e edificação do povo brasileiro”.
“Sem cor denominacional” significa que não estamos a serviço de uma denominação evangélica ou protestante, embora sejamos membros conscientes e participantes de uma delas (Igreja Presbiteriana do Brasil). A revista não pertence direta ou indiretamente a qualquer denominação ou a qualquer igreja local. A Editora Ultimato é uma empresa familiar.
Não alcançamos apenas leitores evangélicos, que são a maioria. Desde que recebemos um cartão de apreciação do falecido cardeal Dom Vicente Scherrer, de Porto Alegre, em 1971, começamos a enviar a revista para milhares de paróquias católicas. Nunca escondemos delas e de todos os demais leitores que a nossa única intenção era a de exercer uma influência cristocêntrica no meio católico, a mesma que procuramos provocar no meio protestante. Daí a quantidade de cartas que recebemos de sacerdotes católicos, tanto de desaprovação como de apreciação, algumas das quais publicamos.
Temos conceitos diferentes de alguns protestantes por demais anticatólicos ou por demais ecumênicos. Não guardamos mágoas da Igreja Católica por sua já superada intolerância religiosa, da qual temos experiência pessoal no trabalho de pioneirismo realizado aqui em Minas Gerais... Não os tratamos como inimigos. Não os consideramos “a grande Babilônia” do Apocalipse nem a representação do anticristo.
Reconhecemos que grande parte da bagagem que eles têm é igual a nossa. Sabemos que o Brasil é o maior país católico do mundo e que a maioria de seus fiéis são nominais, como muitos protestantes de países protestantes. Entendemos que a separação entre católicos e protestantes ainda é uma necessidade já que não entramos em acordo com referência a certas divergências doutrinárias sérias que provocaram a Reforma do Século XVI. Todavia, isto não nos impede de enxergar as coisas boas que lá acontecem e as coisas más que acontecem no nosso meio. Nunca passou pela nossa cabeça a idéia de contribuir para que haja uma só igreja. Assumimos que o rebanho unificado a que se refere Jesus Cristo (Jo 10.16) não é formado de católicos, ortodoxos ou protestantes, mas daqueles pecadores que se arrependeram e se converteram de seus pecados e idéias errôneas e aceitaram o sacrifício vicário e o senhorio de Jesus Cristo, movidos pelo Espírito Santo. Esse rebanho é a propriamente chamada “igreja invisível”, o corpo de Cristo. O único pastor é o Senhor Jesus Cristo. E é para aumentar e fortalecer esse rebanho que publicamos a revista Ultimato, para a qual pedimos sinceramente a oração de todos os leitores.
(Extraído da edição nº 260, de setembro/outubro de 1999)
Elben Magalhães Lenz César foi o fundador da Editora Ultimato e redator da revista Ultimato até a sua morte, em outubro de 2016. Fundador do Centro Evangélico de Missões e pastor emérito da Igreja Presbiteriana de Viçosa (IPV), é autor de, entre outros, Por Que (Sempre) Faço o Que Não Quero?, Refeições Diárias com Jesus, Mochila nas Costas e Diário na Mão, Para (Melhor) Enfrentar o Sofrimento, Conversas com Lutero, Refeições Diárias com os Profetas Menores, A Pessoa Mais Importante do Mundo, História da Evangelização do Brasil e Práticas Devocionais. Foi casado por sessenta anos com Djanira Momesso César, com quem teve cinco filhas, dez netos e quatro bisnetos.
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