Opinião
- 28 de maio de 2021
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A Santíssima Trindade, espelho da família humana
Por Luiz Fernando dos Santos
“Escolhidos de acordo com o pré-conhecimento de Deus Pai, pela obra santificadora do Espírito, para a obediência a Jesus Cristo e a aspersão do seu sangue: Graça e paz lhes sejam multiplicadas” (1 Pedro 1.2).
Os cristãos quando pensam, discursam e oram, têm em mente o Deus Triúno e nunca pensam em Deus como o ‘Um radical’, no absoluto ensimesmamento, uma perfeita solidão. Os cristãos, a partir da revelação bíblica, só podem conceber em sua adoração a existência de um Deus-Comunhão de Pessoas em perfeitíssima relação de amor, uma família, uma ‘ComUnidade’ de santidade, adoração e doação graciosa de si mesmos uns aos outros. Uma perfeita alteridade, existências ‘outrocentradas’ em amor e verdade.
Considerando as relações ‘intra-trinatarianas’, isto é, como reveladas e/ou inferidas das Escrituras Sagradas, os cristãos são levados a entender a vida dentro desta mesmo estrutura comunional, relacional, solidária, amorosa, cujo fim é a felicidade e o bem-estar do outro. Aqui, entendemos que como criação feita à imagem e semelhança deste Deus, o homem foi vocacionado a viver também em sociedade, em relações marcadas pelo amor, pela justiça, pela solidariedade e na busca constante do bem comum, sem exclusões e todo-abrangente. Assim, a família, o lar, deve espelhar-se de alguma maneira no exemplo dado pela Trindade Bendita. Cada membro da família deve, depois de Deus, considerar o propósito e a missão da sua existência a partir do outro. Não obstante termos sido criados de maneira completa, ainda assim, somos mais perfeitamente nós mesmos quando centramos a nossa vida no outro e buscamos a sua felicidade, o seu bem-estar.
Na Trindade, tudo o que o Pai deseja é ver Cristo entronizado nos corações como Rei. O desejo irrenunciável e incondicional do Filho é ver o Pai sumamente amado por toda a criação. A missão do Espírito, e seu mais profundo anelo e contentamento, é ver o Filho exaltado como Senhor e o Pai adorado e temido em cada milímetro quadrado da criação. O Pai e o Filho existem com o propósito de dar glória, honra e magnificência ao Espírito Santo e o desejam habitando as mentes e os corações crentes como o Senhor que dá a vida e conduz à verdade.
Mutatis mutandis e guardando todas as distâncias e com toda a reverência e prudência que o assunto exige, o segredo da felicidade em uma família é essa mesma consciência de proporcionar e estabelecer com diligência um plano de vida comum onde o que se deseja como principal é a plena realização emocional, afetiva, espiritual e existencial do outro. Podemos inclusive simplificar afirmando que o cuidado pelas necessidades do outro, o interesse por seus sonhos e desejos, o investimento moral e espiritual para a realização destes sonhos são boas traduções desta vida ‘outrocentrada’, à moda da Trindade.
Encerrando o mês da família, buscamos, como famílias domésticas e igreja família do Senhor, colocar nossos lares e nossa comunidade aos pés de Jesus, nosso ‘representante’ no seio da Trindade. Em sua humanidade glorificada estamos tanto representados como franquiados para nutrir uma relação de amor com os ‘Benditos Três’. Com isso, entendemos que uma maneira de fazer da Santíssima Trindade um espelho para as nossas famílias é leva-las para o contexto da adoração, que é o ‘oxigênio respirável’ por Deus. A atmosfera interna da Trindade é o de “Lausperene”, isto é, um louvor permanente e sem interrupções de uns pelos outros. É nosso dever introduzir as nossas famílias nessa atmosfera e dar-lhes novos ares para respirar.
Um bom modo de refletir a vida trinitária no lar é, então, o cultivo da vida espiritual de cada membro da família. Pai, mãe, filhos, devem dedicar tempo de qualidade para estarem a sós com Deus, ler e meditar as Escrituras, como quem ouve confidências da parte do Eterno, revelando o segredo da vida feliz. A família, como uma comunhão, fará bem à sua harmonia, se todos frequentarem a mesma comunidade de fé, juntos se dirigirem à Escola Dominical, juntos frequentarem o mesmo culto e depois no almoço e no jantar trocarem as suas impressões e experiências do estudo e da adoração. Em casa, lutando contra as pressões e os desencontros da vida moderna, buscar de quando em vez, juntos, adorar o Senhor como família nuclear, como igreja doméstica. Cantar louvores, interceder pelos interesses do lar, buscar proteção e direção divinas para a vida honrada e digna.
A casa onde habitam os filhos de Deus deve se transformar numa escola de virtudes amparada pelo estudo das Escrituras. Um bom caminho é a redescoberta dos nossos Catecismos e a Confissão de Fé. Verdadeiros tesouros que direcionam o nosso pensamento para a consideração da maravilhosa realidade de Deus, seus discursos, suas Leis, suas promessas, seus feitos como Deus Pai Criador, Deus Filho Redentor e Deus Espírito Santo santificador. Onde Um está, os Três se fazem presentes. Onde os Três atuam, o perfeitamente Único se revela. É olhando para a Trindade como num espelho que as nossas famílias se tornam íntegras e felizes.
Considerando as relações ‘intra-trinatarianas’, isto é, como reveladas e/ou inferidas das Escrituras Sagradas, os cristãos são levados a entender a vida dentro desta mesmo estrutura comunional, relacional, solidária, amorosa, cujo fim é a felicidade e o bem-estar do outro. Aqui, entendemos que como criação feita à imagem e semelhança deste Deus, o homem foi vocacionado a viver também em sociedade, em relações marcadas pelo amor, pela justiça, pela solidariedade e na busca constante do bem comum, sem exclusões e todo-abrangente. Assim, a família, o lar, deve espelhar-se de alguma maneira no exemplo dado pela Trindade Bendita. Cada membro da família deve, depois de Deus, considerar o propósito e a missão da sua existência a partir do outro. Não obstante termos sido criados de maneira completa, ainda assim, somos mais perfeitamente nós mesmos quando centramos a nossa vida no outro e buscamos a sua felicidade, o seu bem-estar.
Na Trindade, tudo o que o Pai deseja é ver Cristo entronizado nos corações como Rei. O desejo irrenunciável e incondicional do Filho é ver o Pai sumamente amado por toda a criação. A missão do Espírito, e seu mais profundo anelo e contentamento, é ver o Filho exaltado como Senhor e o Pai adorado e temido em cada milímetro quadrado da criação. O Pai e o Filho existem com o propósito de dar glória, honra e magnificência ao Espírito Santo e o desejam habitando as mentes e os corações crentes como o Senhor que dá a vida e conduz à verdade.
Mutatis mutandis e guardando todas as distâncias e com toda a reverência e prudência que o assunto exige, o segredo da felicidade em uma família é essa mesma consciência de proporcionar e estabelecer com diligência um plano de vida comum onde o que se deseja como principal é a plena realização emocional, afetiva, espiritual e existencial do outro. Podemos inclusive simplificar afirmando que o cuidado pelas necessidades do outro, o interesse por seus sonhos e desejos, o investimento moral e espiritual para a realização destes sonhos são boas traduções desta vida ‘outrocentrada’, à moda da Trindade.
Encerrando o mês da família, buscamos, como famílias domésticas e igreja família do Senhor, colocar nossos lares e nossa comunidade aos pés de Jesus, nosso ‘representante’ no seio da Trindade. Em sua humanidade glorificada estamos tanto representados como franquiados para nutrir uma relação de amor com os ‘Benditos Três’. Com isso, entendemos que uma maneira de fazer da Santíssima Trindade um espelho para as nossas famílias é leva-las para o contexto da adoração, que é o ‘oxigênio respirável’ por Deus. A atmosfera interna da Trindade é o de “Lausperene”, isto é, um louvor permanente e sem interrupções de uns pelos outros. É nosso dever introduzir as nossas famílias nessa atmosfera e dar-lhes novos ares para respirar.
Um bom modo de refletir a vida trinitária no lar é, então, o cultivo da vida espiritual de cada membro da família. Pai, mãe, filhos, devem dedicar tempo de qualidade para estarem a sós com Deus, ler e meditar as Escrituras, como quem ouve confidências da parte do Eterno, revelando o segredo da vida feliz. A família, como uma comunhão, fará bem à sua harmonia, se todos frequentarem a mesma comunidade de fé, juntos se dirigirem à Escola Dominical, juntos frequentarem o mesmo culto e depois no almoço e no jantar trocarem as suas impressões e experiências do estudo e da adoração. Em casa, lutando contra as pressões e os desencontros da vida moderna, buscar de quando em vez, juntos, adorar o Senhor como família nuclear, como igreja doméstica. Cantar louvores, interceder pelos interesses do lar, buscar proteção e direção divinas para a vida honrada e digna.
A casa onde habitam os filhos de Deus deve se transformar numa escola de virtudes amparada pelo estudo das Escrituras. Um bom caminho é a redescoberta dos nossos Catecismos e a Confissão de Fé. Verdadeiros tesouros que direcionam o nosso pensamento para a consideração da maravilhosa realidade de Deus, seus discursos, suas Leis, suas promessas, seus feitos como Deus Pai Criador, Deus Filho Redentor e Deus Espírito Santo santificador. Onde Um está, os Três se fazem presentes. Onde os Três atuam, o perfeitamente Único se revela. É olhando para a Trindade como num espelho que as nossas famílias se tornam íntegras e felizes.
Luiz Fernando dos Santos (1970-2022), foi ministro presbiteriano e era casado com Regina, pai da Talita e professor de teologia no Seminário Presbiteriano do Sul e no Seminário Teológico Servo de Cristo.
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