Opinião
- 13 de março de 2009
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A "perspectiva de Deus" para a crise
Carlos Nomoto
A atual crise nos mercados é considerada entre aquelas que provocaram o maior impacto sistêmico da história da humanidade. Bolsas de valores que derretem, moedas que se desvalorizam, taxas de juros em alta em alguns países e em baixa em outros. Isso nós já vivemos. Mas a amplitude e os valores envolvidos são desproporcionalmente maiores e calcados em garantias ainda mais duvidosas, títulos que não valem mais nada ou que estão prestes a “virar pó”.
Aliás, do pó viemos e ao pó retornaremos. Entenda isso em termos de existência humana ou, na atual conjuntura, investimento financeiro. Decidi correr o risco de escrever sobre qual seria a perspectiva de Deus para este cenário. Certamente será uma perspectiva limitada, pois parte de um simples homem, mas acho que será, no mínimo, divertido.
Para começar, não acho que Deus esteja de longe, em uma cadeira de balanço, vendo seus filhinhos “se pegando” por briguinhas internas. Acredito que ele está, sim, interessado e disposto a se revelar no meio de tudo isso e, ainda, tentar fazer com que as pessoas encontrem algum sentido para suas vidas. Não tenho dúvidas de que, para Deus, as pessoas são mais importantes do que as perdas financeiras.
Sejamos profundos e precisos para identificar o problema nesta crise. Não se trata de encontrar uma solução financeira ou social. Temos que encontrar um sentido para a nossa existência, como indivíduos e como sociedade. Sem isso, qualquer solução será paliativa; não haverá fundo de emergência de qualquer governo que dê conta.
Nós criamos os mecanismos de alavancagem via derivativos, engenharia financeira. Nós criamos a bolha da internet e agora a bolha do mercado imobiliário, que desencadeou o estouro de outras bolhas. Nós criamos um modelo que concentra renda e somos nós que exigimos retornos sobre o capital. Aliás, fomos nós, humanidade, que criamos o conceito de capital.
Dito isso, e movidos por um maior ou menor nível de desespero, qual seria a mensagem vinda “diretamente dos céus” para a humanidade?
Eu não acho que seria simplesmente: aonde está o teu tesouro, aí está o teu coração. Temos que reconhecer que isso é uma verdade, mas não é o suficiente.
Acredito que a mensagem de Deus seja algo mais perene, talvez atemporal. Principalmente diante de turbulências, somos levados a analisar os fatos em uma perspectiva bastante limitada de tempo.
Deus sempre teve interesse e amor pela sua criação. Com certo grau de acerto arriscaria a dizer que sua primeira pergunta seria: Qual o sentido da sua vida? Mais do que a crise e suas consequências, que podem ser ainda muito mais desastrosas, o que você quer fazer com o mais valioso ativo que lhe foi dado até hoje, a sua vida?
Acredito que Deus não iria se referir a possíveis dramas ou arrependimentos por ter perdido dinheiro nesta crise (eu também perdi!) e muito menos a criticar o materialismo, capitalismo etc (embora sejam passíveis de críticas).
A atual crise nos mercados é considerada entre aquelas que provocaram o maior impacto sistêmico da história da humanidade. Bolsas de valores que derretem, moedas que se desvalorizam, taxas de juros em alta em alguns países e em baixa em outros. Isso nós já vivemos. Mas a amplitude e os valores envolvidos são desproporcionalmente maiores e calcados em garantias ainda mais duvidosas, títulos que não valem mais nada ou que estão prestes a “virar pó”.
Aliás, do pó viemos e ao pó retornaremos. Entenda isso em termos de existência humana ou, na atual conjuntura, investimento financeiro. Decidi correr o risco de escrever sobre qual seria a perspectiva de Deus para este cenário. Certamente será uma perspectiva limitada, pois parte de um simples homem, mas acho que será, no mínimo, divertido.
Para começar, não acho que Deus esteja de longe, em uma cadeira de balanço, vendo seus filhinhos “se pegando” por briguinhas internas. Acredito que ele está, sim, interessado e disposto a se revelar no meio de tudo isso e, ainda, tentar fazer com que as pessoas encontrem algum sentido para suas vidas. Não tenho dúvidas de que, para Deus, as pessoas são mais importantes do que as perdas financeiras.
Sejamos profundos e precisos para identificar o problema nesta crise. Não se trata de encontrar uma solução financeira ou social. Temos que encontrar um sentido para a nossa existência, como indivíduos e como sociedade. Sem isso, qualquer solução será paliativa; não haverá fundo de emergência de qualquer governo que dê conta.
Nós criamos os mecanismos de alavancagem via derivativos, engenharia financeira. Nós criamos a bolha da internet e agora a bolha do mercado imobiliário, que desencadeou o estouro de outras bolhas. Nós criamos um modelo que concentra renda e somos nós que exigimos retornos sobre o capital. Aliás, fomos nós, humanidade, que criamos o conceito de capital.
Dito isso, e movidos por um maior ou menor nível de desespero, qual seria a mensagem vinda “diretamente dos céus” para a humanidade?
Eu não acho que seria simplesmente: aonde está o teu tesouro, aí está o teu coração. Temos que reconhecer que isso é uma verdade, mas não é o suficiente.
Acredito que a mensagem de Deus seja algo mais perene, talvez atemporal. Principalmente diante de turbulências, somos levados a analisar os fatos em uma perspectiva bastante limitada de tempo.
Deus sempre teve interesse e amor pela sua criação. Com certo grau de acerto arriscaria a dizer que sua primeira pergunta seria: Qual o sentido da sua vida? Mais do que a crise e suas consequências, que podem ser ainda muito mais desastrosas, o que você quer fazer com o mais valioso ativo que lhe foi dado até hoje, a sua vida?
Acredito que Deus não iria se referir a possíveis dramas ou arrependimentos por ter perdido dinheiro nesta crise (eu também perdi!) e muito menos a criticar o materialismo, capitalismo etc (embora sejam passíveis de críticas).
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