Opinião
- 18 de abril de 2023
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A Palavra em todo lugar
Por Ricardo Wesley M. Borges
Recentemente fiz uma visita à CECE, a Comunidade de Estudantes Cristãos do Equador. Esse é o movimento universitário cristão no país afiliado à Comunidade Internacional de Estudantes Evangélicos (IFES, em inglês). Uma linda experiência foi ver e aprender com a maneira como os estudantes abordaram as Escrituras em seu evento de formação. Menciono alguns aspectos.
Primeiro, a maneira como realizam um devocional comunitário em que, juntos, guiados por um facilitador, leem e meditam na passagem bíblica individualmente e, logo depois, compartilham o que encontram na Palavra. Em seguida, minha esposa Ruth e eu realizamos exposições bíblicas do texto do dia. Logo após, todos foram convidados a responder à Palavra usando diferentes expressões artísticas. Também seguiram em pequenos grupos buscando aprofundar-se na passagem e nas conexões entre a Palavra e a sua realidade.
Um dos presentes mais especiais do trabalho entre estudantes de diferentes países é aprender com suas diferentes perspectivas ao estudar a Palavra. Percebemos isso por meio da riqueza como cada um se aproxima das Escrituras a partir de diferentes situações da vida, dos desafios particulares de cada cultura e do contexto. No Equador, estudamos juntos a primeira carta de Paulo aos Coríntios. Nela, descobrimos que Paulo não falou aos cristãos de Corinto simplesmente sobre princípios e conceitos abstratos. A mensagem do evangelho de Cristo compartilhada pelo apóstolo não lhes foi dada em um vácuo.
O que encontramos na carta não é uma apresentação teórica, uma fórmula simples que possa ser repetida magicamente, não são discussões abstratas, mas tudo o que Paulo diz está diretamente relacionado às realidades, aos desafios que enfrentavam nas situações concretas e aos problemas que experimentavam.
Em outras palavras, a carta de Paulo é enviada a pessoas reais de uma comunidade real, enfrentando dificuldades do mundo real com problemas reais, e é neste contexto que o evangelho vem para instruí-los e encorajá-los sobre como devem viver à luz do Cristo que lhes foi pregado.
Ao final das contas, é a experiência de ler e aproximar-se da Palavra expondo diante dela a imensa variedade de desafios que vivemos em nosso mundo, em nossa nação, ou ainda nas realidades particulares que cada um de nós enfrenta. Quando ouvimos a Palavra de Deus – é assim que melhor nos aproximamos dela – abrindo-a com as perguntas que vêm das situações concretas da vida, muitas delas bem difíceis. E que bom que as Escrituras também nos questionam de volta. A Bíblia por vezes nos consola, mas ela também nos desconcerta, nos desafia, nos dá respostas que não estávamos esperando, ou ainda desafia o status quo da cultura em que estamos inseridos, daquilo que é comumente mais aceito por todos em meu meio.
Quando permitimos que a Palavra cumpra o seu papel, experimentamos uma relação dinâmica com as Escrituras, de idas e vindas, que nos transforma e à realidade ao nosso redor. Lançar mão de diferentes abordagens ajuda muito. Aprender a ler e a explorar o texto individualmente, expor bem a Palavra (pregação ainda é importante e tem o seu lugar!), aproveitar a fantástica experiência do aprendizado em comunidade nos pequenos grupos, usar todos os sentidos, nossas emoções e a arte para responder à Palavra. Com isso, se somos humildes e abertos à direção do Espírito, nossos pontos cegos, que são muitos, vão sendo diminuídos, minimizados, porque uma comunidade diversa ouve e responde à voz do Senhor que nos traz vida.
Onde? Aqui, ali, no Equador, no Brasil, em todo lugar.
O QUE ESPERAM OS CRISTÃOS? | REVISTA ULTIMATO
A esperança cristã possibilita alegria hoje, guia os nossos afetos e o modo como vivemos, nos relembra da nossa condição de peregrinos, nos anima na evangelização e na missão, nos dá a perspectiva correta com relação ao sofrimento atual, alinha os nossos planos aos de Deus, não permite que nos acomodemos às facilidades do mundo.
Saiba mais:
» Para Entender a Bíblia, John Stott
» Pequenos Grupos - Para a igreja crescer integralmente, Valberto da Cruz, Fabiana Ramos
» A Bíblia, John Stott
É casado com Ruth e pai de Ana Júlia e Carolina. Integra o corpo pastoral da Igreja Metodista Livre da Saúde, em São Paulo (SP), serve globalmente como secretário adjunto para o engajamento com as Escrituras na IFES (International Fellowship of Evangelical Students) e também apoia a equipe da IFES América Latina.
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