Opinião
- 27 de setembro de 2024
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A oração de Estêvão e a conversão de Paulo: um fruto inesperado da Graça
No momento de agonia, Estêvão intercedeu pelo perdão de seus algozes, e essa intercessão foi atendida de maneira inesperada e transformadora
Por Pedro Paulo Valente
No instante mais sombrio de sua vida, enquanto pedras caíam sobre ele, o diácono Estêvão proferiu uma oração que ressoaria pelos séculos: “Senhor, não lhes imputes este pecado!” (At7.60). Essa intercessão, feita no momento de sua morte, não apenas refletia as palavras de Jesus na cruz — “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23.34) —, mas demonstrava o quanto Estêvão estava profundamente conformado ao seu Mestre. Cheio do Espírito Santo, ele seguiu os passos de Cristo até o fim, amando e perdoando aqueles que o estavam matando.
O impacto dessa oração é extraordinário, pois ela não foi apenas um ato de coragem ou uma demonstração de fé; foi um gesto que mudou vidas. Entre os presentes na cena do apedrejamento estava Saulo, um jovem fariseu zeloso, que não apenas consentia, mas apoiava e incentivava a execução de Estêvão. Saulo era um perseguidor fervoroso da Igreja, empenhado em erradicar o que ele via como uma heresia contra o judaísmo. No entanto, a oração de Estêvão foi respondida por Deus de uma forma que Saulo jamais poderia ter previsto.
Pouco tempo depois, no caminho para Damasco, onde pretendia continuar sua perseguição aos cristãos, Saulo foi surpreendido por uma visão do Cristo ressurreto. A pergunta de Jesus ecoou profundamente: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” (At 9.4). Em um momento, Saulo foi persuadido pelo próprio Cristo ressurreto que, ao perseguir os seus discípulos, estava, na verdade, perseguindo o próprio Senhor. Sua cegueira temporária, que durou três dias, foi um poderoso símbolo de sua cegueira espiritual. A transformação que se seguiu foi radical: Saulo, agora Paulo, tornou-se um instrumento importante nas mãos do Senhor, plantando igrejas e escrevendo boa parte do Novo Testamento.
O que torna essa história tão poderosa é que a conversão de Paulo não foi um evento isolado; ela estava profundamente conectada à oração de Estêvão. Naquele momento de agonia, Estêvão intercedeu pelo perdão de seus algozes, incluindo Saulo, e essa intercessão foi atendida de maneira inesperada e transformadora. O impacto da graça divina em resposta à oração de Estêvão se manifestou na vida de Paulo, que passou de perseguidor a propagador do evangelho.
Estêvão nos ensina que orar pelos nossos inimigos é um ato de profunda confiança em Deus. Não sabemos como nossas intercessões podem impactar o futuro, mas podemos confiar que Deus ouve e responde. A oração de Estêvão transformou o maior perseguidor da Igreja no maior de seus apóstolos. Imagine o que poderia acontecer se seguíssemos esse exemplo de orar por aqueles que se opõem a nós, mesmo em meio a conflitos e perseguições.
A história de Estêvão e Paulo também nos lembra que o Espírito Santo nos capacita a refletir Cristo em situações extremas. Estêvão não apenas seguiu os ensinamentos de Jesus; ele viveu e morreu como Ele, mostrando misericórdia e amor até o fim. Sua imitação de Cristo não foi um esforço humano, mas o resultado de uma vida rendida ao Espírito. E os frutos dessa imitação foram vistos na conversão de Paulo, cujas cartas ainda hoje moldam o cristianismo e inspiram milhões.
Nosso chamado, então, é seguir o exemplo de Estêvão, orando com fervor, inclusive pelos que nos fazem mal, crendo que Deus pode transformar qualquer coração. Podemos nunca saber o impacto completo de nossas orações, mas a história de Estêvão e Paulo nos assegura que nenhuma intercessão é em vão. Que Deus nos ajude a interceder, confiar e amar, sabendo que Ele é poderoso para fazer infinitamente mais do que pedimos ou imaginamos, inclusive transformar perseguidores em proclamadores do evangelho.
REVISTA ULTIMATO – AS BEM-AVENTURANÇAS – MARCAS DE UM NOVO MUNDO
Ultimato quer mostrar a beleza e a atualidade das bem-aventuranças, resgatando seu sentido bíblico e refletindo sobre seu impacto na vida do cristão, da igreja e do mundo.
Este é o desafio: voltar a ler as bem-aventuranças como quem lê a mensagem pela primeira vez, com reverência – para perceber e memorizar as exigências do seguimento – e alegre expectativa.
É disso que trata a matéria de capa da edição 409 da revista Ultimato. Para assinar, clique aqui.
Saiba mais:
» Oração de Petição – Uma investigação filosófica, Scott A. Davison
» Súplicas de Um Necessitado – Oração e vigilância, Elben Magalhães Lenz César
Por Pedro Paulo Valente
No instante mais sombrio de sua vida, enquanto pedras caíam sobre ele, o diácono Estêvão proferiu uma oração que ressoaria pelos séculos: “Senhor, não lhes imputes este pecado!” (At7.60). Essa intercessão, feita no momento de sua morte, não apenas refletia as palavras de Jesus na cruz — “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23.34) —, mas demonstrava o quanto Estêvão estava profundamente conformado ao seu Mestre. Cheio do Espírito Santo, ele seguiu os passos de Cristo até o fim, amando e perdoando aqueles que o estavam matando.
O impacto dessa oração é extraordinário, pois ela não foi apenas um ato de coragem ou uma demonstração de fé; foi um gesto que mudou vidas. Entre os presentes na cena do apedrejamento estava Saulo, um jovem fariseu zeloso, que não apenas consentia, mas apoiava e incentivava a execução de Estêvão. Saulo era um perseguidor fervoroso da Igreja, empenhado em erradicar o que ele via como uma heresia contra o judaísmo. No entanto, a oração de Estêvão foi respondida por Deus de uma forma que Saulo jamais poderia ter previsto.
Pouco tempo depois, no caminho para Damasco, onde pretendia continuar sua perseguição aos cristãos, Saulo foi surpreendido por uma visão do Cristo ressurreto. A pergunta de Jesus ecoou profundamente: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” (At 9.4). Em um momento, Saulo foi persuadido pelo próprio Cristo ressurreto que, ao perseguir os seus discípulos, estava, na verdade, perseguindo o próprio Senhor. Sua cegueira temporária, que durou três dias, foi um poderoso símbolo de sua cegueira espiritual. A transformação que se seguiu foi radical: Saulo, agora Paulo, tornou-se um instrumento importante nas mãos do Senhor, plantando igrejas e escrevendo boa parte do Novo Testamento.
O que torna essa história tão poderosa é que a conversão de Paulo não foi um evento isolado; ela estava profundamente conectada à oração de Estêvão. Naquele momento de agonia, Estêvão intercedeu pelo perdão de seus algozes, incluindo Saulo, e essa intercessão foi atendida de maneira inesperada e transformadora. O impacto da graça divina em resposta à oração de Estêvão se manifestou na vida de Paulo, que passou de perseguidor a propagador do evangelho.
Estêvão nos ensina que orar pelos nossos inimigos é um ato de profunda confiança em Deus. Não sabemos como nossas intercessões podem impactar o futuro, mas podemos confiar que Deus ouve e responde. A oração de Estêvão transformou o maior perseguidor da Igreja no maior de seus apóstolos. Imagine o que poderia acontecer se seguíssemos esse exemplo de orar por aqueles que se opõem a nós, mesmo em meio a conflitos e perseguições.
A história de Estêvão e Paulo também nos lembra que o Espírito Santo nos capacita a refletir Cristo em situações extremas. Estêvão não apenas seguiu os ensinamentos de Jesus; ele viveu e morreu como Ele, mostrando misericórdia e amor até o fim. Sua imitação de Cristo não foi um esforço humano, mas o resultado de uma vida rendida ao Espírito. E os frutos dessa imitação foram vistos na conversão de Paulo, cujas cartas ainda hoje moldam o cristianismo e inspiram milhões.
Nosso chamado, então, é seguir o exemplo de Estêvão, orando com fervor, inclusive pelos que nos fazem mal, crendo que Deus pode transformar qualquer coração. Podemos nunca saber o impacto completo de nossas orações, mas a história de Estêvão e Paulo nos assegura que nenhuma intercessão é em vão. Que Deus nos ajude a interceder, confiar e amar, sabendo que Ele é poderoso para fazer infinitamente mais do que pedimos ou imaginamos, inclusive transformar perseguidores em proclamadores do evangelho.
- Pedro Paulo Valente, pastor na Igreja Presbiteriana de Viçosa, Minas Gerais.
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Ricardo Barbosa