Opinião
- 30 de novembro de 2018
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O que a igreja pode aprender com o fenômeno dos desigrejados?
Por Maurício Zágari
Maurício Zágari – Acima de tudo, pode aprender a amar. O fenômeno do desigrejamento deveria nos conduzir ao exercício do amor. As pessoas que se afastaram não se desigrejaram do nada. Algo aconteceu. E, se queremos trazê-las de volta à comunhão, precisamos agir com graça, empatia e amor extremo. Ortodoxia sem ortopatia não é cristianismo, é legalismo. Lamentavelmente, quando se fala de desigrejados no meio da igreja institucional, via de regra, a postura de muitos é meramente farisaica, no sentido de criticá-los, ofendê-los e tratá-los como rebeldes ou, até, inimigos. Mesmo pastores e teólogos de maior visibilidade têm errado – muito! – nesse sentido. O fenômeno do desigrejamento tem como única e exclusiva solução a prática do amor, com paciência e mansidão. E amar demanda tempo e esforço. Então, é mais fácil, rápido e popular postar cinco linhas nas redes sociais atacando os desigrejados do que sentar dia após dia com eles para tratar suas feridas e amá-los. Precisamos aprender a amar melhor, e os desigrejados podem ser excelentes meios de nos exercitarmos na prática do amor.
Maurício Zágari – Desigrejados ou não, continuamos sendo irmãos, com todas as implicações que a fraternidade em Cristo traz. Os desigrejados estão equivocados em suas decisões? A meu ver, sim, pois desigrejar-se não cura feridas, não evita novas feridas nem resolve os males da igreja institucional. Ou seja, desigrejar-se não resolve absolutamente nenhum dos problemas que levaram alguém a se desigrejar. Porém, por mais equivocados que estejam os desigrejados, ninguém deixa de ser filho do mesmo pai porque comete equívocos. Igreja institucional e desigrejados devem seguir como irmãos (e não inimigos), amando, exercendo os dons e ministérios e fazendo o reino de Deus vicejar nesta Terra. E creio, até, que, se caminharem juntos nesse propósito, com o tempo se reaproximarão e voltarão a se conectar. Porque o amor faz isso.
» Leia na íntegra o especial Desigrejismo – “anomalia” ou opção?
» Conheça o livro Dê Outra Chance à Igreja, de Todd Hunter
Cresce o número daqueles que intencionalmente não se ligam a uma igreja ou que deixaram as igrejas que frequentavam. O fenômeno dos “sem-igreja” é um desafio enorme e alcança comunidades cristãs em todo o mundo.
A edição 374 da revista Ultimato convidou 8 personalidades para conversar sobre o assunto e apresenta o Especial “Desigrejismo – Anomalia ou Opção?”, em matéria de 5 páginas da revista.
A edição 374 da revista Ultimato convidou 8 personalidades para conversar sobre o assunto e apresenta o Especial “Desigrejismo – Anomalia ou Opção?”, em matéria de 5 páginas da revista.
Confira as respostas do jornalista, teólogo e escritor Maurício Zágari.
O que a igreja pode aprender com os desigrejados?
Maurício Zágari – Acima de tudo, pode aprender a amar. O fenômeno do desigrejamento deveria nos conduzir ao exercício do amor. As pessoas que se afastaram não se desigrejaram do nada. Algo aconteceu. E, se queremos trazê-las de volta à comunhão, precisamos agir com graça, empatia e amor extremo. Ortodoxia sem ortopatia não é cristianismo, é legalismo. Lamentavelmente, quando se fala de desigrejados no meio da igreja institucional, via de regra, a postura de muitos é meramente farisaica, no sentido de criticá-los, ofendê-los e tratá-los como rebeldes ou, até, inimigos. Mesmo pastores e teólogos de maior visibilidade têm errado – muito! – nesse sentido. O fenômeno do desigrejamento tem como única e exclusiva solução a prática do amor, com paciência e mansidão. E amar demanda tempo e esforço. Então, é mais fácil, rápido e popular postar cinco linhas nas redes sociais atacando os desigrejados do que sentar dia após dia com eles para tratar suas feridas e amá-los. Precisamos aprender a amar melhor, e os desigrejados podem ser excelentes meios de nos exercitarmos na prática do amor.
Há algo que a igreja institucional e os desigrejados possam fazer juntos?
Maurício Zágari – Desigrejados ou não, continuamos sendo irmãos, com todas as implicações que a fraternidade em Cristo traz. Os desigrejados estão equivocados em suas decisões? A meu ver, sim, pois desigrejar-se não cura feridas, não evita novas feridas nem resolve os males da igreja institucional. Ou seja, desigrejar-se não resolve absolutamente nenhum dos problemas que levaram alguém a se desigrejar. Porém, por mais equivocados que estejam os desigrejados, ninguém deixa de ser filho do mesmo pai porque comete equívocos. Igreja institucional e desigrejados devem seguir como irmãos (e não inimigos), amando, exercendo os dons e ministérios e fazendo o reino de Deus vicejar nesta Terra. E creio, até, que, se caminharem juntos nesse propósito, com o tempo se reaproximarão e voltarão a se conectar. Porque o amor faz isso.
• Maurício Zágari é teólogo, editor da Editora Mundo Cristão, autor de nove livros publicados, comentarista bíblico e jornalista.
» Conheça o livro Dê Outra Chance à Igreja, de Todd Hunter
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