Opinião
- 14 de outubro de 2021
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A criança é a igreja hoje. Mas como é isso na prática?
Por Márcia Barbutti
Se você frequentou a igreja nos anos de 1970 e 1980, certamente ouviu a frase “a criança é a igreja do amanhã”. Nessa época a expectativa era que a criança seria ativa somente no futuro, quando iria desempenhar suas habilidades na comunidade de fé. Alguns anos depois esse mote foi substituído por “a criança é a igreja hoje”, ressaltando a necessidade de ela ser um membro ativo desde já no corpo de Cristo. Verdade seja dita, a criança é parte da igreja no presente, porém, se não formos líderes e professores comprometidos e intencionais, parte das nossas crianças engordará as estatísticas sobre adolescentes e jovens desviados do Caminho. Então, como ser intencionais no ministério infantil hoje? Em Marcos 10, vemos o conhecido episódio de Jesus com as crianças. Esse será o nosso ponto de partida para ver as crianças como o Mestre as vê.
Os discípulos estavam alertas; eles se preocupavam com a segurança do Mestre e era normal o empenho deles em afastar qualquer ameaça à sua integridade física ou à perda de tempo e propósito. Era assim que os alunos de Jesus viam as crianças e seus pais – pessoas de pouca importância ou contribuição para o ministério dele. Além disso, eles não viam a real necessidade dos pais e seus filhos e consideravam socialmente inapropriado incomodar o Rabi com pequenas causas. Mas Jesus viu toda aquela situação com outros olhos, e sua indignação nos aponta alguns princípios.
1. Jesus ama as crianças
Seu amor foi demonstrado com atitudes. Ele dispensa seu tempo sem pressa ou correria. Imagine a cena: Jesus pega a primeira criança em seus braços, a abençoa carinhosamente com palavras sinceras ao seu Pai. Seu olhar é terno e seu toque sobre a cabeça é suave. Cuidadosamente, ele entrega a criança aos pais e coloca a segunda criança em seus braços. O sorriso é largo e compassivo. Ele faz isso com todas as crianças. É preciso amar para abençoar. Você pode imaginar como essa cena foi impactante para cada criança e para seus pais?
Em outros momentos, Jesus demonstrou seu amor curando crianças da sua terra e também estrangeiras, expulsando demônios, libertando-as da opressão e até da morte. Seu amor era claramente percebido.
Reflita:
• De que modo demonstro meu amor pelas crianças que o Senhor me deu em minha classe e igreja?
• Quanto tempo dispenso em oração por elas?
2. Jesus valida a capacidade espiritual das crianças
Ao enfatizar que as crianças devem ir a ele sem qualquer impedimento, Jesus deixa claro que as crianças têm capacidade de desenvolver um relacionamento pessoal com ele. As crianças são aptas para crerem em Cristo como seu Senhor e Salvador. Contudo, precisamos ressaltar que a credulidade natural da criança não deve ser confundida com a fé salvadora. Segundo destacou Perry Downs em seu livro Ensino e crescimento (Editora Cultura Cristã), quando ensinamos uma criança na fé cristã, nós dirigimos a tendência natural de crer para crer no Senhor Jesus Cristo. Ainda que ela não compreenda todas as implicações dessa decisão, ela é capaz de colocar em Jesus a sua confiança.
Reflita:
• Quando apresento o evangelho e as verdades das Escrituras às crianças, realmente creio que as crianças são capazes de crer, ou uso boa parte do tempo com entretenimento?
• Eu me esforço para levar às crianças as sagradas letras que levam à sabedoria para receber a salvação que vem pela fé em Cristo Jesus (2Tm 3.15)?
Essas mesmas características nos mostram a necessidade que elas têm de serem conduzidas a Jesus com todo cuidado. Lembre-se, a criança é crédula e muito sugestionável. Quanto mais nova ela for, maior é o poder de influência que temos sobre ela. Se formos levianos podemos induzi-la ao erro e ao engano e causar muitos danos. Por outro lado, que grande privilégio ser um instrumento de Deus para modelar e influenciar a vida de uma criança que fará diferença imediata em seu lar, em sua igreja, escola e qualquer outro lugar de convívio, pois crianças são ávidas em compartilhar as boas novas, quando mostramos a importância e como se faz, por meio do nosso ensino e exemplo.
Reflita:
• O meu preparo reflete a minha preocupação em conduzir a criança a Cristo e formar nela o caráter de Cristo?
• Sou como uma criança, dependente do Senhor, ou teimo em minha autossuficiência?
Dicas práticas
1. Promova encontros para fortalecer as amizades intergeracionais – as crianças verão na prática como é a caminhada cristã, os mais velhos terão a experiência de passar o bastão para a próxima geração. Um tempo precioso de uma aprendizagem mútua.
2. Seja um exemplo de alguém que serve com alegria e leve a criança a servir. Mostre oportunidades, ajude-a a reconhecer suas habilidades. Observe sua conduta, anote seus pontos fortes, mostre possibilidades. Veja aqui o exemplo de uma turminha que se uniu para fazer bilhetes com versículos bíblicos em um condomínio.
3. Inclua as crianças na liturgia do culto. Elas podem dirigir algumas partes, eventualmente, mas sempre devem ser incluídas na aplicação da mensagem.
4. Estimule as crianças a fazerem perguntas sobre qualquer dúvida que possam ter. Crie um ambiente seguro para que ela possa expor suas dúvidas. Deixe claro que não existe assunto proibido quando se trata de uma dúvida. Leia esse texto que trata sobre como promover esse ambiente pode evitar futuras desilusões na caminhada cristã.
5. Tenha uma rotina de oração pelos seus alunos e um plano de visitação para o trimestre ou semestre.
Seja intencional na integração da criança visando seu crescimento e engajamento na comunidade de fé hoje e amanhã.
Leia mais:
» Quinze dicas para pais e professores de crianças frente à pandemia
» Como você, criança, pode fazer a sua devocional diária?
Se você frequentou a igreja nos anos de 1970 e 1980, certamente ouviu a frase “a criança é a igreja do amanhã”. Nessa época a expectativa era que a criança seria ativa somente no futuro, quando iria desempenhar suas habilidades na comunidade de fé. Alguns anos depois esse mote foi substituído por “a criança é a igreja hoje”, ressaltando a necessidade de ela ser um membro ativo desde já no corpo de Cristo. Verdade seja dita, a criança é parte da igreja no presente, porém, se não formos líderes e professores comprometidos e intencionais, parte das nossas crianças engordará as estatísticas sobre adolescentes e jovens desviados do Caminho. Então, como ser intencionais no ministério infantil hoje? Em Marcos 10, vemos o conhecido episódio de Jesus com as crianças. Esse será o nosso ponto de partida para ver as crianças como o Mestre as vê.
Os discípulos estavam alertas; eles se preocupavam com a segurança do Mestre e era normal o empenho deles em afastar qualquer ameaça à sua integridade física ou à perda de tempo e propósito. Era assim que os alunos de Jesus viam as crianças e seus pais – pessoas de pouca importância ou contribuição para o ministério dele. Além disso, eles não viam a real necessidade dos pais e seus filhos e consideravam socialmente inapropriado incomodar o Rabi com pequenas causas. Mas Jesus viu toda aquela situação com outros olhos, e sua indignação nos aponta alguns princípios.
1. Jesus ama as crianças
Seu amor foi demonstrado com atitudes. Ele dispensa seu tempo sem pressa ou correria. Imagine a cena: Jesus pega a primeira criança em seus braços, a abençoa carinhosamente com palavras sinceras ao seu Pai. Seu olhar é terno e seu toque sobre a cabeça é suave. Cuidadosamente, ele entrega a criança aos pais e coloca a segunda criança em seus braços. O sorriso é largo e compassivo. Ele faz isso com todas as crianças. É preciso amar para abençoar. Você pode imaginar como essa cena foi impactante para cada criança e para seus pais?
Em outros momentos, Jesus demonstrou seu amor curando crianças da sua terra e também estrangeiras, expulsando demônios, libertando-as da opressão e até da morte. Seu amor era claramente percebido.
Reflita:
• De que modo demonstro meu amor pelas crianças que o Senhor me deu em minha classe e igreja?
• Quanto tempo dispenso em oração por elas?
2. Jesus valida a capacidade espiritual das crianças
Ao enfatizar que as crianças devem ir a ele sem qualquer impedimento, Jesus deixa claro que as crianças têm capacidade de desenvolver um relacionamento pessoal com ele. As crianças são aptas para crerem em Cristo como seu Senhor e Salvador. Contudo, precisamos ressaltar que a credulidade natural da criança não deve ser confundida com a fé salvadora. Segundo destacou Perry Downs em seu livro Ensino e crescimento (Editora Cultura Cristã), quando ensinamos uma criança na fé cristã, nós dirigimos a tendência natural de crer para crer no Senhor Jesus Cristo. Ainda que ela não compreenda todas as implicações dessa decisão, ela é capaz de colocar em Jesus a sua confiança.
Reflita:
• Quando apresento o evangelho e as verdades das Escrituras às crianças, realmente creio que as crianças são capazes de crer, ou uso boa parte do tempo com entretenimento?
• Eu me esforço para levar às crianças as sagradas letras que levam à sabedoria para receber a salvação que vem pela fé em Cristo Jesus (2Tm 3.15)?
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3. As crianças precisam ser conduzidas a Cristo
A criança é total, completa e objetivamente dependente de um adulto. Jesus ressaltou essa característica ao dizer que devemos nos tornar como uma criança para entrar no reino do céu. Alguns afirmam que essa característica seria a inocência, mas isso é incompatível com a realidade de que todos pecaram (Rm 3.23) e a criança não é uma categoria à parte. Jesus deixa claro que é a humildade e a dependência.
A criança é total, completa e objetivamente dependente de um adulto. Jesus ressaltou essa característica ao dizer que devemos nos tornar como uma criança para entrar no reino do céu. Alguns afirmam que essa característica seria a inocência, mas isso é incompatível com a realidade de que todos pecaram (Rm 3.23) e a criança não é uma categoria à parte. Jesus deixa claro que é a humildade e a dependência.
Essas mesmas características nos mostram a necessidade que elas têm de serem conduzidas a Jesus com todo cuidado. Lembre-se, a criança é crédula e muito sugestionável. Quanto mais nova ela for, maior é o poder de influência que temos sobre ela. Se formos levianos podemos induzi-la ao erro e ao engano e causar muitos danos. Por outro lado, que grande privilégio ser um instrumento de Deus para modelar e influenciar a vida de uma criança que fará diferença imediata em seu lar, em sua igreja, escola e qualquer outro lugar de convívio, pois crianças são ávidas em compartilhar as boas novas, quando mostramos a importância e como se faz, por meio do nosso ensino e exemplo.
Reflita:
• O meu preparo reflete a minha preocupação em conduzir a criança a Cristo e formar nela o caráter de Cristo?
• Sou como uma criança, dependente do Senhor, ou teimo em minha autossuficiência?
Dicas práticas
1. Promova encontros para fortalecer as amizades intergeracionais – as crianças verão na prática como é a caminhada cristã, os mais velhos terão a experiência de passar o bastão para a próxima geração. Um tempo precioso de uma aprendizagem mútua.
2. Seja um exemplo de alguém que serve com alegria e leve a criança a servir. Mostre oportunidades, ajude-a a reconhecer suas habilidades. Observe sua conduta, anote seus pontos fortes, mostre possibilidades. Veja aqui o exemplo de uma turminha que se uniu para fazer bilhetes com versículos bíblicos em um condomínio.
3. Inclua as crianças na liturgia do culto. Elas podem dirigir algumas partes, eventualmente, mas sempre devem ser incluídas na aplicação da mensagem.
4. Estimule as crianças a fazerem perguntas sobre qualquer dúvida que possam ter. Crie um ambiente seguro para que ela possa expor suas dúvidas. Deixe claro que não existe assunto proibido quando se trata de uma dúvida. Leia esse texto que trata sobre como promover esse ambiente pode evitar futuras desilusões na caminhada cristã.
5. Tenha uma rotina de oração pelos seus alunos e um plano de visitação para o trimestre ou semestre.
Seja intencional na integração da criança visando seu crescimento e engajamento na comunidade de fé hoje e amanhã.
Leia mais:
» Quinze dicas para pais e professores de crianças frente à pandemia
» Como você, criança, pode fazer a sua devocional diária?
É editora assistente da Editora Cultura Cristã, responsável pelos materiais infanto-juvenis.
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