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- 14 de fevereiro de 2013
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A conturbada história dos papas
A propósito da renúncia do papa Bento 16, elaboramos uma breve cronologia da história dos papados. A cronologia é baseada no capítulo 3 ("O Papado: sua origem, evolução histórica e significado atual") de A Caminhada Cristã na História, do historiador e colunista da revista Ultimato Alderi Souza de Matos.
“Do ponto de vista protestante, o papado não é uma instituição de origem divina, mas resultou de um longo e complexo processo histórico. (...) Ao mesmo tempo, não se pode deixar de reconhecer que ainda na igreja antiga os bispos de Roma alcançaram grande preeminência, que o papado em muitas ocasiões prestou serviços crucialmente relevantes à igreja e à sociedade e que muitos papas foram homens de grande piedade, integridade moral, saber teológico e habilidade administrativa”, lembra Alderi.
Breve cronologia do papado
Século 1: cresce a importância da igreja local de Roma.
Século 2: Surge a tradição de que os apóstolos Paulo e Pedro teriam sido martirizados em Roma.
Século 5: Leão I, considerado por muitos “o primeiro papa”.
Século 6: Gregório I é o primeiro monge a ocupar o trono papal.
Século 9: O papa Leão III coroa Carlos Magno como sacro imperador romano.
Século 9 (final) e século 11 (início): período sombrio do papado, marcado por imoralidade e corrupção. Um terço dos papas dessa época morreu de forma violenta.
Século 11 (meados): papas reformadores que procuraram moralizar a administração da igreja. O mais notável foi Hildebrando ou Gregório VII (1073-1085), que se notabilizou por sua luta contra a simonia, ou seja, o comércio de cargos eclesiásticos, e ficou célebre por sua confrontação com o imperador alemão Henrique IV.
Entre séculos 14 e 15: novo período de declínio e desmoralização do papado.
Século 16:
- Leão X teria dito: “Agora que Deus nos deu o papado, vamos desfrutá-lo”. Foi ele quem despertou a indignação de Martinho Lutero.
- Reforma Protestante, Contra-Reforma e Reforma Católica.
- Concilio de Trento (1545-1563). O concílio reafirmou o papel dominante dos papas na vida da igreja.
Séculos 17 e 18:
- Centralização do poder papal. Conflito entre os “ultramontanistas” (defensores da centralização) e os “galicanistas” (opositores).
- Revolução Francesa (1789). Profundo conflito entre a Igreja e o ideário republicano da revolução. Dois papas foram presos neste período: Pio VI (1775-1799) e Pio VII (1800-1823).
Século 19: Pio IX atuou por 32 anos (1846-1878). Foi o mais longo pontificado da história. Foi ele quem proclamou, por meio da bula “Ineffabilis”, e sem a realização de um concílio, o dogma da imaculada concepção de Maria (1854). Já no Concílio Vaticano I (1870), Pio IX, proclamou, através do decreto “Pastor aeternus”, o controvertido dogma da infalibilidade papal “ex cathedra”, ou seja, no exercício oficial do seu cargo.
Século 20: duas guerra mundiais. Período conturbado para a Igreja Católica. Em sua repulsa do comunismo anti-religioso e ateu, e em sua preocupação com a defesa dos interesses da igreja, os pontífices do período acabaram estabelecendo fortes laços com regimes de extrema direita em diversos países da Europa. Na segunda guerra, houve absurdo silêncio do papa Pio XII.
1962-1965: João XXIII convoca o Concílio Vaticano II. Esse importante concílio, que teve expressiva participação de bispos do terceiro mundo, aprovou resoluções sem precedentes nas áreas de renovação litúrgica, preocupação com os pobres e diálogo interconfessional.
1963-1978: Paulo VI foi o sucessor de João XXIII e "embora mais contido, deu prosseguimento ao Concílio Vaticano II, no interesse de 'construir uma ponte entre a Igreja e o mundo moderno'. Paulo VI também publicou a controvertida encíclica 'Humanae vitae' (1968), que proibiu aos católicos o uso dos métodos de controle artificial da natalidade".
1978: O polonês João Paulo II (Karol Jozef Wojtyla) é o primeiro papa não italiano desde o século 16.
19 de abril de 2005: Bento 16 é escolhido papa, após a morte de João Paulo II.
11 de fevereiro de 2013: Para surpresa de todos, Bento 16 anuncia sua renúncia que acontecerá no dia 28.
(Atualizado em 19/02/2013)
Leia mais
O papado – dos primórdios ao Renascimento
O papado – do Renascimento até João Paulo II
A Caminhada Cristã na História
“Do ponto de vista protestante, o papado não é uma instituição de origem divina, mas resultou de um longo e complexo processo histórico. (...) Ao mesmo tempo, não se pode deixar de reconhecer que ainda na igreja antiga os bispos de Roma alcançaram grande preeminência, que o papado em muitas ocasiões prestou serviços crucialmente relevantes à igreja e à sociedade e que muitos papas foram homens de grande piedade, integridade moral, saber teológico e habilidade administrativa”, lembra Alderi.
Breve cronologia do papado
Século 1: cresce a importância da igreja local de Roma.
Século 2: Surge a tradição de que os apóstolos Paulo e Pedro teriam sido martirizados em Roma.
Século 5: Leão I, considerado por muitos “o primeiro papa”.
Século 6: Gregório I é o primeiro monge a ocupar o trono papal.
Século 9: O papa Leão III coroa Carlos Magno como sacro imperador romano.
Século 9 (final) e século 11 (início): período sombrio do papado, marcado por imoralidade e corrupção. Um terço dos papas dessa época morreu de forma violenta.
Século 11 (meados): papas reformadores que procuraram moralizar a administração da igreja. O mais notável foi Hildebrando ou Gregório VII (1073-1085), que se notabilizou por sua luta contra a simonia, ou seja, o comércio de cargos eclesiásticos, e ficou célebre por sua confrontação com o imperador alemão Henrique IV.
Entre séculos 14 e 15: novo período de declínio e desmoralização do papado.
Século 16:
- Leão X teria dito: “Agora que Deus nos deu o papado, vamos desfrutá-lo”. Foi ele quem despertou a indignação de Martinho Lutero.
- Reforma Protestante, Contra-Reforma e Reforma Católica.
- Concilio de Trento (1545-1563). O concílio reafirmou o papel dominante dos papas na vida da igreja.
Séculos 17 e 18:
- Centralização do poder papal. Conflito entre os “ultramontanistas” (defensores da centralização) e os “galicanistas” (opositores).
- Revolução Francesa (1789). Profundo conflito entre a Igreja e o ideário republicano da revolução. Dois papas foram presos neste período: Pio VI (1775-1799) e Pio VII (1800-1823).
Século 19: Pio IX atuou por 32 anos (1846-1878). Foi o mais longo pontificado da história. Foi ele quem proclamou, por meio da bula “Ineffabilis”, e sem a realização de um concílio, o dogma da imaculada concepção de Maria (1854). Já no Concílio Vaticano I (1870), Pio IX, proclamou, através do decreto “Pastor aeternus”, o controvertido dogma da infalibilidade papal “ex cathedra”, ou seja, no exercício oficial do seu cargo.
Século 20: duas guerra mundiais. Período conturbado para a Igreja Católica. Em sua repulsa do comunismo anti-religioso e ateu, e em sua preocupação com a defesa dos interesses da igreja, os pontífices do período acabaram estabelecendo fortes laços com regimes de extrema direita em diversos países da Europa. Na segunda guerra, houve absurdo silêncio do papa Pio XII.
1962-1965: João XXIII convoca o Concílio Vaticano II. Esse importante concílio, que teve expressiva participação de bispos do terceiro mundo, aprovou resoluções sem precedentes nas áreas de renovação litúrgica, preocupação com os pobres e diálogo interconfessional.
1963-1978: Paulo VI foi o sucessor de João XXIII e "embora mais contido, deu prosseguimento ao Concílio Vaticano II, no interesse de 'construir uma ponte entre a Igreja e o mundo moderno'. Paulo VI também publicou a controvertida encíclica 'Humanae vitae' (1968), que proibiu aos católicos o uso dos métodos de controle artificial da natalidade".
1978: O polonês João Paulo II (Karol Jozef Wojtyla) é o primeiro papa não italiano desde o século 16.
19 de abril de 2005: Bento 16 é escolhido papa, após a morte de João Paulo II.
11 de fevereiro de 2013: Para surpresa de todos, Bento 16 anuncia sua renúncia que acontecerá no dia 28.
(Atualizado em 19/02/2013)
Leia mais
O papado – dos primórdios ao Renascimento
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