Opinião
- 27 de setembro de 2019
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A Bíblia: quem decide o que o filho vai ler?
Por Erní Walter Seibert
Nas últimas décadas, cientistas sociais começaram a procurar características comuns de comportamento entre as pessoas nascidas em um determinado período de tempo. Foram dados nomes a estes grupos: Geração Baby Boomers (nascidos depois da Segunda Guerra Mundial); Geração X (nascidos nos anos 1960 e 1970); Geração Y ou Millenials (nascidos nos anos 1980 e 1990); e Geração Z (nascidos depois de 2005).
Sem entrar no mérito destes conceitos, é importante reconhecer que, de geração em geração, a história da humanidade vai seguindo. Na Bíblia Sagrada, o conceito de geração também está presente.
Nos Dez Mandamentos, em Êxodo 20.5-6, está escrito “eu, o Senhor seu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam, mas faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos”. O texto mostra que uma geração pode deixar um legado de bênção ou maldição para a próxima geração. Em outras palavras, uma geração deve cuidar para deixar um legado de bênção para a outra.
No Salmo 71.18, o salmista pede a Deus “não me desampares, ó Deus, agora que estou velho e de cabelos brancos, até que eu tenha declarado à presente geração a tua força e às gerações vindouras o teu poder”. A preocupação do salmista era que a sua própria geração e a vindoura conhecessem a força e o poder de Deus. Se uma geração falhar nessa tarefa de levar à próxima geração a mensagem do amor de Deus, o prejuízo é, aos olhos humanos, irreparável.
Este é um desafio permanente para todas as gerações que conheceram e confiam em Deus. Levar este conhecimento à próxima geração. Em meados do século passado se popularizou um pensamento de que os pais não deveriam ensinar aos filhos as questões de fé. Dizia-se que os pais deveriam deixar que o filho, quando adulto, decidisse se queria ou não seguir um caminho de fé em Deus. Este mesmo princípio é sustentado em muitos outros círculos, estimulando que os assuntos de fé fiquem restritos à intimidade da pessoa, e não possam ser expressados. Aí há uma clara diferença entre o que a Bíblia ensina e o que estes posicionamentos expressam.
O desafio que a Bíblia nos dá é de que ensinemos à nossa e à próxima geração sobre o amor de Deus. É desafio da atual geração motivar a nova geração a ser temente a Deus e amar a sua Palavra. Esse legado teria consequências enormes. Imaginem uma geração que ama a Deus e que tem amor à Bíblia Sagrada. Não é um belo desafio que temos diante de nós?
• Erní Walter Seibert é diretor-executivo da Sociedade Bíblica do Brasil. Formado em Teologia, é mestre em Teologia e doutor em Ciências da Religião, além de ter MBA em Marketing de Serviços.
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