Opinião
- 23 de fevereiro de 2017
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6 motivos para cair (ou não) na folia
Por Cláudio Marra
Não vou dizer que o carnaval está aí, porque acho que todo mundo já notou. Mas pode ser que alguém ainda esteja na dúvida se cai na farra ou não. São dias para ficar à toa e, para ajudar sua escolha, veja essas razões:
1. Você pode ser quem você quiser
É enfiar uma máscara e sair livre por aí. Para dizer a verdade, nem precisa de máscara, porque a sua própria cara funciona como a máscara do Máskara. Além disso, não vai ter patrulhamento, é cada um na sua, escolha o que ou quem quer ser e vamo-que-vamo.
2. Você pode ser você mesmo
Isso aí. Se é no resto do ano que você fica mascarado, agora libere seu assanhamento, solte a franga, vá para galera, curta adoidado, leve os quatro dias numa boa. Ninguém vai te estranhar, porque todos os conhecidos vão pensar que você está se mascarando, afinal, o ano inteiro você é careta. Só você sabe que a hora é de se soltar e assumir a sua real identidade.
3. O carnaval faz a gente esquecer os problemas do país
Ninguém merece: estão dizendo que a economia está melhorando (há quem acredite...), mas a política é claro que não mudou, porque “eles” continuam lá e continuam rindo. Solução? Quatro dias no bloco dos Otários do (ainda) Morro (disso) ou no cordão do carnavalesco Nadinha Resolvido da Silva. Depois do carnaval está tudo pior, mas ano que vem tem mais.
4. Abandono de regrinhas chatas e sem sentido
Eu sei que muitos políticos vão fazer na vida pública o que eles faziam na privada e aí no carnaval a moda pega. Banheiro público vira isso mesmo: fazer as necessidades em público. É isso que quer dizer aquele antigo hino (des)conhecido:
“brava gente brasileira,
longe vá pudor senil,
veja quanta gente jovem
emporcalhando o Brasil”.
5. Pegação geral e desrespeito às mulheres
Neste país em que mulher é vista por muitos como objeto ano inteiro, no carnaval ela se apresenta desembrulhada, pronta para consumo. Mas o machão brasileiro é exigente, então quer dar uma apertadinha para ver se a fruta está madura, quer degustar para ter certeza de que não leva gato por lebre. Alto nível.
6. Libidação ou liberação geral
Embora pecado tenha muitas modalidades, a ideia de que não existe pecado do lado de baixo do Equador é sempre associada a sexo sem barreiras. Não interessa quem com quem nem com quens, nem quando, nem quantos, nem onde. Toda hora é hora, então, que tal agora? Tem gente passando? Então vamos nessa.
Está bem, chega de ironias. Você não cai nessa farra. O caso, porém, é que, mais do que fugir do carnaval, importante é tirar o carnaval de nós. Se não, a gente pode passar os quatro dias em um retiro abençoado, mas desfilar o ano inteiro no mesmo bloco, na mesma avenida.
Não vou dizer que o carnaval está aí, porque acho que todo mundo já notou. Mas pode ser que alguém ainda esteja na dúvida se cai na farra ou não. São dias para ficar à toa e, para ajudar sua escolha, veja essas razões:
1. Você pode ser quem você quiser
É enfiar uma máscara e sair livre por aí. Para dizer a verdade, nem precisa de máscara, porque a sua própria cara funciona como a máscara do Máskara. Além disso, não vai ter patrulhamento, é cada um na sua, escolha o que ou quem quer ser e vamo-que-vamo.
2. Você pode ser você mesmo
Isso aí. Se é no resto do ano que você fica mascarado, agora libere seu assanhamento, solte a franga, vá para galera, curta adoidado, leve os quatro dias numa boa. Ninguém vai te estranhar, porque todos os conhecidos vão pensar que você está se mascarando, afinal, o ano inteiro você é careta. Só você sabe que a hora é de se soltar e assumir a sua real identidade.
3. O carnaval faz a gente esquecer os problemas do país
Ninguém merece: estão dizendo que a economia está melhorando (há quem acredite...), mas a política é claro que não mudou, porque “eles” continuam lá e continuam rindo. Solução? Quatro dias no bloco dos Otários do (ainda) Morro (disso) ou no cordão do carnavalesco Nadinha Resolvido da Silva. Depois do carnaval está tudo pior, mas ano que vem tem mais.
4. Abandono de regrinhas chatas e sem sentido
Eu sei que muitos políticos vão fazer na vida pública o que eles faziam na privada e aí no carnaval a moda pega. Banheiro público vira isso mesmo: fazer as necessidades em público. É isso que quer dizer aquele antigo hino (des)conhecido:
“brava gente brasileira,
longe vá pudor senil,
veja quanta gente jovem
emporcalhando o Brasil”.
5. Pegação geral e desrespeito às mulheres
Neste país em que mulher é vista por muitos como objeto ano inteiro, no carnaval ela se apresenta desembrulhada, pronta para consumo. Mas o machão brasileiro é exigente, então quer dar uma apertadinha para ver se a fruta está madura, quer degustar para ter certeza de que não leva gato por lebre. Alto nível.
6. Libidação ou liberação geral
Embora pecado tenha muitas modalidades, a ideia de que não existe pecado do lado de baixo do Equador é sempre associada a sexo sem barreiras. Não interessa quem com quem nem com quens, nem quando, nem quantos, nem onde. Toda hora é hora, então, que tal agora? Tem gente passando? Então vamos nessa.
Está bem, chega de ironias. Você não cai nessa farra. O caso, porém, é que, mais do que fugir do carnaval, importante é tirar o carnaval de nós. Se não, a gente pode passar os quatro dias em um retiro abençoado, mas desfilar o ano inteiro no mesmo bloco, na mesma avenida.
Casado com Sandra, é jornalista, pastor presbiteriano e editor da Cultura Cristã.
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