Opinião
- 15 de dezembro de 2023
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Venha o teu reino e seja feita a tua vontade também nos investimentos?
Temos realmente permitido que a vontade de Deus seja soberana sobre nossas decisões financeiras, incluindo investimentos? Temos caído em tentações ou estamos sendo fiéis e mordomos?
Por Gustavo Ipolito
Por Gustavo Ipolito
Será que realmente entendemos o que estamos pedindo quando oramos “Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu”. Deixamos que o Reino se estabeleça quando estamos decidindo como fazer nossos investimentos ou gerenciando nossos recursos financeiros?
Em Mateus 6.9,13, Jesus nos ensina como devemos orar. Já no segundo parágrafo pedimos que o Reino de Deus venha até nós e que a Sua vontade seja acima de tudo, exatamente como acontece nas regiões celestiais. Após, além de tratar das dívidas e dos devedores, ele nos orienta a pedir para que Deus não nos deixe cair em tentação.
Então vai aqui a primeira provocação à reflexão: nós temos realmente permitido que a vontade de Deus seja soberana sobre nossas decisões financeiras? Temos caído em tentações ou estamos sendo fiéis e mordomos?
Não é incomum me deparar com investidores cristãos que tomam suas decisões de investimento levando em consideração apenas dois fatores, tempo e resultado! Ou seja, buscam investir naquilo que traga o maior resultado em menor tempo, sem se importar onde o recurso financeiro está sendo investido. Muitos entendem que quando se trata de mordomia, “ajudar” financeiramente um projeto na igreja já é o bastante (inclusive, é muito comum ouvirmos isso nos púlpitos, trazendo uma visão limitante sobre a mordomia).
Não vou me aprofundar neste item, pois não teria espaço suficiente aqui para esgotar este assunto, mas exercer a mordomia em uma decisão de investimento deve levar em consideração o estabelecimento do Reino, considerando entre outros fatores: o risco, a liquidez, as possibilidades de retorno financeiro, o prazo do investimento, onde este recurso será alocado pelo gestor do fundo de investimento e, principalmente, quais impactos o resultado poderá causar na Criação (entendendo que Criação é o meio ambiente e os seres humanos) e se ele a abençoa.
A reflexão é: estamos priorizando o nosso livre arbítrio para “escolher” como e onde investir ou estamos buscando fazê-lo segundo a vontade de Deus? Como estabelecemos propósito nos investimentos? O que nos norteia? Estamos sendo agentes do estabelecimento do seu Reino aqui, sendo súditos do Rei? Realmente praticamos a mordomia nesta área? Somos agentes do impacto positivo na criação?
Quando declaramos “Venha a nós o teu Reino”, pedimos que Deus estabeleça aqui o seu reinado e, assim, pedimos para sermos seus súditos. E como súditos iremos seguir todos os direcionamentos de Deus, conforme é estabelecido em Seu reinado celestial.
Desta forma colocamos Deus no centro de tudo e aceitamos que Deus é o dono de tudo, pois Ele é o Rei e a nós nos foi confiado cuidar dos recursos do Reino (e os recursos financeiros são muito importantes).
Jesus deve ser nosso parâmetro na adoração e devoção, nos submetendo à vontade do Pai em todos as situações, em todas as tomadas de decisões. Ele também é o parâmetro para exercermos a gestão financeira, seguindo suas orientações, principalmente entendendo que o recurso financeiro deve “trabalhar” para beneficiar a criação” e não nós trabalharmos para o dinheiro.
Como já abordei anteriormente em outro artigo, Jesus conta a parábola dos talentos para mostrar exatamente isso, ou seja, que devemos ser diligentes nos investimentos, empregando o uso correto dos recursos financeiros que o Rei nos confia, sendo mordomos gerando impactos positivos e não enterrando o que ele nos confiou.
Outro parâmetro que devemos empregar nas decisões de investimentos é a governança. Jesus é um líder incorruptível, não usa seu poder para coagir ou ganhar vantagem sobre outros, mas estabelece um relacionamento de vida, de plenitude, de ganhos mútuos.
Tendo em mente que somos gestores de algo que não é nosso, somos comissionados a sermos “o mordomo fiel”, que cuida da propriedade do Rei, visando ao crescimento sustentável de seus recursos, entendendo que tudo é de Deus e para Ele.
Estabelecemos um ambiente de adoração, onde todas as ações são executadas para agradar e atender às expectativas do “Dono”, o Deus soberano, o Rei.
Voltando à reflexão que propus anteriormente, temos permitido que a vontade de Deus seja soberana nas decisões sobre as finanças e investimentos? Ou será que estamos tomando as decisões sozinhos, fazendo uso de nosso livre arbítrio, assumindo o lugar do “dono”?
Buscamos estar na presença de Deus, apresentando a Ele as questões que precisamos decidir, sendo mordomos e nos submetendo à Sua orientação e vontade?
Por fim, como você entende que deva ser quando pede que “venha o Reino de Deus e que Sua vontade seja atendida aqui? Exatamente como é no céu”?
Se você entende que algo deva ser mudado, busque estabelecer prioridades e ações práticas para implementar estas mudanças. Mas, se tiver dificuldade em entender e estabelecer a melhor estratégia para exercer a mordomia nos investimentos, procure ajuda. Converse com um profissional cristão certificado CFP (Certified Financial Planner - Planejador Financeiro Certificado). Ele pode ajudá-lo a estabelecer um plano de gestão financeira e de investimentos baseado nos princípios que abordamos acima.
Certamente a implementação destes pontos de mudança não será fácil, mas quem falou que seria?
Siga com foco e comprometimento e que venha a nós o Reino de Deus e seja feita a Sua vontade!
- Gustavo Ipolito é marido, pai, palestrante, empresário, CEO e fundador da GoldStreet Venture Capital, primeiro fundo venture capital baseado nos preceitos cristãos na América Latina. Conselheiro na organização The Justice Movement, mentor de empresários e um dos idealizadores do movimento NwC+ Networking Cristão voltado à empresários, empreendedores e investidores cristãos.
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