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Por Escrito

Uma sala, um baú e um vestido

Aconteceu comigo - meu encontro com Jesus
Por Ilma Brescia
 
Meu nome é Ilma Brescia, tenho 63 anos de idade e, no momento em que escrevo esse testemunho, estamos em 2022. Sou mineira da gema, nascida e criada em Belo Horizonte.
 
Gêmea univitelina de Ilka, e igualzinha. Somos as filhas do meio, entre a primogênita Flávia e a xodózinha Liliane, a raspinha do tacho. Nascemos as quatro, em um período de quatro anos. Mamãe, aos 22 anos, com quatro menininhas para cuidar. Coitada!

As atenções para mim e Ilka eram muito divididas e crescemos carentes de toque, conversa, tempo de qualidade com os pais, o que reverberou muito negativamente em minha alma. Cresci com a sensação de não ser amada, de ser um incômodo para minha mãe e uma decepção para o meu pai, que desejava um filho para realizá-lo e substituí-lo nos negócios.
 
Meu pai era o meu rei, e eu queria ser a sua princesa. Eu era apaixonada por ele, o admirava, o achava lindo e era o meu herói.
 
Aproximadamente aos 10 anos de idade vivi uma situação que me marcou negativamente por toda a vida. Éramos sócios de um clube nas montanhas de Nova Lima, coladinha em Belo Horizonte, e o frequentávamos todos os domingos. Tínhamos um combinado na hora de voltar pra casa: em determinado horário, todos nós sempre nos encontrávamos no estacionamento. Então, tínhamos que sair da piscina, ou da roda de amiguinhos, ir para o vestiário para banhar e trocar de roupa. E então dirigir para o estacionamento, até aquele horário pré-fixado por papai e mamãe. Mas eu, pré-adolescente, sempre demorava mais que as outras no vestiário, fazendo com que todos me aguardassem. Certo domingo, quando cheguei ao estacionamento, eu não encontrei mais ninguém; meus pais e minhas irmãs tinham ido embora e eu fiquei sozinha no clube. Foi um soco na boca do estômago, um misto de medo de não conseguir voltar pra casa, de ser castigada, uma vez que eu pensava que meu pai teria que voltar para me buscar e ficaria muito bravo. A decepção por ter sido esquecida! Recorri a um amigo de meu pai e pedi que me levasse para casa. Para minha surpresa, quando cheguei, todos estavam sentados à mesa almoçando e ainda não tinham dado falta de mim! Nesse momento passei a acreditar que eu não tinha valor, não fazia falta, era dispensável, invisível. Meu pai deixou de ser o meu rei, e eu de ser a sua princesa!
 
A partir desse evento, minha vida passou a ser um esforço para atrair atenção. Eu queria que me vissem, mas escolhi o pior caminho! Saí de casa aos 19 anos para cantar, eu queria ficar famosa, talvez meu pai se orgulhasse de mim, eu pensava! Caí na noite, uma menina sem maldade, nem maturidade, nem estrutura emocional. Para ser aceita pelo meio onde me inseri, me conformei a ele, tornada em um trapo de gente em pouco tempo!
 
Aos 27 anos de idade eu estava infeliz, cansada, sem esperança, tinha uma filha de 4 anos, sem pai, e dois abortos nas costas. Isso me pesava tanto que eu desisti de viver. Planejei meu suicídio e levaria comigo a minha filhinha, pois não tinha esperança nem para mim, nem para ela! No entanto, resolvi passar antes na igreja que um colega de meu trabalho frequentava, a Igreja Batista Príncipe da Paz, em Belo Horizonte, e pegar a extrema unção para suicidar em paz com Deus!  No caminho, o Espírito Santo me lembrava de minhas escolhas infelizes e me levava a um arrependimento absoluto, eu desejei tanto uma nova chance! Eu não queria morrer, eu queria ter uma oportunidade de fazer tudo diferente, de recomeçar, mas quanto mais eu me rendia, mais eu era convencida de meus pecados e pensei que para tantos pecados não haveria perdão! Na igreja, já totalmente quebrantada, ouvi as palavras do pastor que convidava: ”Quem quiser receber Jesus como seu Salvador, venha à frente para orarmos”. De um pulo eu cheguei lá, próxima ao púlpito, chorando um choro de muitos anos; foi uma catarse! Oraram por mim, e quando, enfim, cessou o meu choro, senti um alívio tão imenso, como um retirar do fardo pesadíssimo que eu carregava nas costas. Eu respirava com facilidade, enchia os pulmões e suspirava aliviada.
 
Eu não sabia quem era Jesus, apenas o conhecia de ouvir as estórias do Natal, mas me agarrei a Ele como quem se agarra a uma tábua de salvação, a uma boia no mar alto. 
Comecei a estudar a Bíblia, a conhecer o meu benfeitor, a andar com Ele e a segui-lo. Fui crescendo no conhecimento de Deus e experimentando do seu amor e poder à medida que me alimentava da Palavra e me envolvia no serviço à comunidade na qual passei a congregar e que adotei como minha família, a família do Povo de Deus. Servi muitos anos na igreja, cantando, preparando figurinos, solando em corais, visitando e orando pelos enfermos.
 
Em 1996, aproximadamente, iniciei um trabalho com mulheres de rua em Nova Lima, o PROREIS – Projeto de Reintegração Social, juntamente a um casal de pastores, projeto que está ativo até hoje.  Uma caminhada cheia de aventuras e descobertas.  Também servi na ADHONEP – Associação de Homens de Negócio do Evangelho Pleno, por muitos anos, cantando e testemunhando em todos os lugares para onde era chamada.
 
Em 2004, fiz o curso da Escola de Treinamento para Ministros de Louvor  - ETMIL , da ONG Missionária JOCUM, em Piratininga, SP e a Escola de Treinamento e Discipulado – ETED – também da JOCUM, na mesma cidade.  E ali permaneci  até 2007, quando minha mãe sofreu um AVC e precisou de meus cuidados. Deixei então, o campo missionário. Enquanto cuidava de minha mãe, iniciei um negócio artesanal com bonecas de pano para me manter e ajudar nas despesas. Três anos depois, quando minha mãe faleceu, o negócio com as bonecas ia muito bem, gravei meu primeiro álbum, na época CD, chamado Pérola, que pode ser ouvido nas plataformas digitais. Eu estava tranquila, vivendo a minha vida, sem muito envolvimento com a igreja ou com missões e pretendia continuar vivendo assim, quando tudo que construí desabou sobre minha cabeça!
  

O Senhor tem seus planos de nos trazer de volta para os seus propósitos, de nos curar, trabalhar em nossas emoções e caráter e nos preparar para novos tempos e novos desafios.
  
Deprimida, sem rumo, sem enxergar qualquer possibilidade de me reerguer, voltei  para Piratininga SP em 2017, para me colocar nas mãos de Deus e buscar sua orientação. Aqui eu tinha amigos espirituais com os quais pude contar nesse momento de processo com Deus. Tempo de muito choro, de rendição, de obediência, de exercício de perdão, tempos de deserto na companhia do Espírito Santo. Que tempo maravilhoso, difícil, mas também produtivo e feliz por me ver, aos poucos, sendo transformada pelas mãos daquele que me ama.
 
Certa noite eu tive um sonho, e não foi um sonho comum, foi uma visitação do próprio Jesus. Vou lhes contar:
 
Eu estava com Jesus em uma sala vazia e fria, à meia luz, parada em frente a uma porta fechada.  No sonho, eu devia ter a idade aproximada de 10 anos. Jesus, segurando a minha mão, aguardava minha decisão de abrir ou não essa porta. Eu tinha medo, estava insegura e apavorada, mas decidi segurar forte em sua mão, enfrentar o medo e abrir a porta. Ao abri-la, a escuridão era quase total, não fosse a luz de uma pequena claraboia que insidia sobre um baú no fundo dessa segunda sala. Olhei para Jesus, e ele para mim, sinalizando com a cabeça que eu podia ir. Ainda apavorada segui, agarrada à sua mão, até ao baú. E mais uma vez Jesus, apenas com o seu olhar doce e amoroso, sinalizou que eu deveria abrir o baú. Soltei a sua mão e abri a tampa, devagar, com medo do que podia encontrar lá dentro. Estava um breu dentro do baú, eu precisei de coragem para enfiar as mãos lá dentro e retirar o que minhas mãos tocaram. Segurei com cuidado e trouxe para fora um lindo vestido, vestido de luxo, todo com rendas e bordados em pedraria. Estava novo, limpo, pronto para ser usado. Sem entender do que se tratava, mostrei para Jesus e ele me disse:
 
 “Seu pai não é Deus; Deus é o seu Pai. Esse é um vestido de princesa,    vista-o, você é a minha princesa. “
 
Meu Deus, aquelas palavras bateram forte em meu coração!
 
Imediatamente tive meu entendimento aberto. Compreendi que o Senhor se referia àquele fatídico dia, quando meus pais me esqueceram no clube e, nem eles, nem minhas irmãs, deram conta da minha ausência. 
 
Que resgate de identidade! Que cura de alma! Daquele dia em diante, tudo o que eu acreditei sobre mim durante toda a minha vida, se desfez! Nunca mais me comportei como uma mendiga emocional, nunca mais aceitei esmolas afetivas, nunca mais me senti insegura, dispensável, invisível, sem valor. Jesus imprimiu em meu espírito a identidade de filha amada de Deus.
 
Quanta diferença fez na minha postura, na minha conduta. Passei a agir com segurança, sem medo de ser rejeitada ou explorada. Hoje sou mais assertiva, mais centrada. Voltei a sonhar, a investir em meus talentos e dons, reconstruir minha vida material e financeira, e já estou colhendo frutos desses investimentos. Me envolvi novamente com a igreja, seus ministérios, e com a JOCUM, assistindo-os nas suas necessidades e celebrando nossa salvação juntos. Voltei a compor músicas de louvor ao nosso Deus, tenho servido à sociedade através da Secretaria de Cultura de Piratininga, junto às artesãs da cidade e também cantando em seus eventos. Enfim, minha vida hoje é dedicada a abençoar pessoas e honrar a Deus em tudo o que faço. 
 
Que Deus abençoe a sua vida, a(o) encoraje a enfrentar seus medos e a passar pelos seus desertos, lembrando-se que “tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus.” (Rm 8.28). Confie nele, pois Ele é digno de toda confiança, Ele é fiel, seu trono é fidelidade. “Entrega o Seu caminho ao Senhor, confia nele, e Ele tudo fará.” (Sl 37.5).

Ultimato se encontrou pessoalmente com Ilma durante o Som do Céu 2022 e a seção "Novos Acordes" da edição 395 de Ultimato trouxe uma nota de Carlinhos Veiga:

Os novos singles de Ilma Brescia
Ilma Brescia canta desde a adolescência. A influência veio de casa mesmo. O avô era cantor erudito e a avó cantava em corais. Iniciou sua jornada apresentando-se nos bares de Belo Horizonte, acompanhada por músicos de renome como Juarez Moreira, Esdra “Neném” e Chico Amaral. Os primeiros passos como compositora vieram logo após sua conversão à fé cristã. Desejava compartilhar com todos essa nova experiência de vida. Aos poucos reuniu um repertório rico, autoral, que afirmava seu estilo, com influências de bossa nova, samba canção e bolero. Pérola, seu primeiro álbum, foi gravado em 2014 e reúne onze dessas canções, produzidas e arranjadas por Davi Werner. Depois de sete anos sem gravar, Ilma lançou recentemente três singles, disponíveis nas plataformas de streaming. São canções inéditas: “Recâmaras”, “Desilusão” e “Alma leviana”. “Minhas composições são a exposição da minha alma, um espelho no qual o público possa se identificar”, afirma. Os singles foram produzidos por Amauri Muniz e gravados no estúdio Mister Rec, em Bauru, São Paulo. O ano de 2022 tem sido especial para Ilma: sua participação destacada no reality musical The Voice + tem rendido o reconhecimento de sua arte por todo o país e exterior.

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