Opinião
- 26 de março de 2010
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Uma rara crítica cristã
Angélica Fernandes de Oliveira Vitalino
É muito bom poder fazer opções entre os filmes em cartaz... Sim, porque na maioria das vezes, nós, cristãos, não temos esse privilégio. Filmes carregados de misticismo e mentiras maliciosas lotam as telas e não são adequados aos cristãos.
Estreou esta semana o filme “O Livro de Eli” protagonizado por ninguém menos que nosso irmão Denzel Washington. A trama do filme é despretenciosa e simples, porém agrada ao paladar cristão: Eli é um andarilho solitário que pretende levar o último dos exemplares de uma Bíblia ao oeste americano. O cenário é uma terra desolada por uma guerra – que o filme não se presta a contar os detalhes – em um cenário futurista.
A filmagem realizada no deserto mexicano permitiu uma fotografia azulada quase monocromática, mundo perceptivelmente arrasado pela falta de mordomia humana. Em todo o percurso do filme, Eli salta com textos bíblicos que deixam a trama ainda mais densa e familiar.
A história é cheia de metáforas bastante compreensíveis para aqueles familiarizados com a Palavra. A começar pela destreza notável do personagem em lidar com uma espada afiadíssima que porta, maior responsável pelas fortes cenas de violência esquartejante: “cortante e penetrante” (Hb 4.12). A analogia é clara.
Também a maldade humana é cruelmente revelada – homens agindo quase que irracionalmente revelam uma ‘involução moral’ –, teoria pouco aceita nesses atuais dias, entretanto apregoada na Palavra em 2 Timóteo 3.1-2: “ Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem…”.
Um outro aspecto que nos chama a atenção é o fato de o vilão déspota Carnegie (Gary Oldman) ter uma real obsessão pelo livro, alegando que este o dará poderes de manipulação e sedução de massa, fazendo menção aos falsos profetas do seio eclesiástico da última geração na Terra : “Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo” (2 Co 11.13). O antagonista detém o poder sobre sua terra porque possui acesso a água, extremamente escassa nesse cenário futurista. A água, essencial à vida, é ainda mais desejada por Carnegie, o que mostra o poder valioso que o livro tem.
É inspirador o fato do cuidado sobrenatural na vida de Eli que, por trinta longos anos, é o guardião desse livro. Salvo o lado hiperbólico e ficcional, comuns aos filmes de aventura, o protagonista é milagrosamente salvo de ataques de canibais e mercenários e conservado em vida. Tudo sob incríveis efeitos sonoros. Ele anda com um destino certo – o oeste – e também é precisa a sua missão (Isaías 46.3-4: “Vós, a quem trouxe nos braços desde o ventre e sois levados desde a madre e até a velhice, eu serei o mesmo, e ainda até as cãs eu vos carregarei; eu vos fiz, e eu vos levarei”).
É óbvio, também, o enaltecimento da Palavra, que a todo custo é preservada por Eli. A visão grandiosa e gloriosa de que ela trará salvação é explícita e faz com que a glória de todas as bibliotecas, quando comparadas a este único livro, diante de seus ensinamentos eternos, seja desprezível e vã.
A lição do sacrifício de Eli em função de algo que realmente vale a pena é clara. Eli, com todos os perigos desfavoráveis de sua missão, é um lutador diligente e treinado com técnicas de defesa e sobrevivência. A correlação entre o esforço do personagem e o andar cristão de hoje pode ser assim feita: o convite ao combate do bom combate, não sendo possível aos cristãos evitar tal conflito. Uma guerra prevista no tão comentado livro, que exige estratégia e perseverança. Uma guerra de jubiloso fim com vitória prometida àqueles que corajosa e sacrificialmente se entregam aos planos de Deus.
• Angélica Fernandes de Oliveira Vitalino tem formação acadêmica em Letras e Teologia, é professora e psicopedagoga e membro da Igreja Cristã Eterna Aliança em Parnamirim/RN.
Leia o livro
• Cinema e Fé Cristã, Brian Godawa
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É muito bom poder fazer opções entre os filmes em cartaz... Sim, porque na maioria das vezes, nós, cristãos, não temos esse privilégio. Filmes carregados de misticismo e mentiras maliciosas lotam as telas e não são adequados aos cristãos.
Estreou esta semana o filme “O Livro de Eli” protagonizado por ninguém menos que nosso irmão Denzel Washington. A trama do filme é despretenciosa e simples, porém agrada ao paladar cristão: Eli é um andarilho solitário que pretende levar o último dos exemplares de uma Bíblia ao oeste americano. O cenário é uma terra desolada por uma guerra – que o filme não se presta a contar os detalhes – em um cenário futurista.
A filmagem realizada no deserto mexicano permitiu uma fotografia azulada quase monocromática, mundo perceptivelmente arrasado pela falta de mordomia humana. Em todo o percurso do filme, Eli salta com textos bíblicos que deixam a trama ainda mais densa e familiar.
A história é cheia de metáforas bastante compreensíveis para aqueles familiarizados com a Palavra. A começar pela destreza notável do personagem em lidar com uma espada afiadíssima que porta, maior responsável pelas fortes cenas de violência esquartejante: “cortante e penetrante” (Hb 4.12). A analogia é clara.
Também a maldade humana é cruelmente revelada – homens agindo quase que irracionalmente revelam uma ‘involução moral’ –, teoria pouco aceita nesses atuais dias, entretanto apregoada na Palavra em 2 Timóteo 3.1-2: “ Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem…”.
Um outro aspecto que nos chama a atenção é o fato de o vilão déspota Carnegie (Gary Oldman) ter uma real obsessão pelo livro, alegando que este o dará poderes de manipulação e sedução de massa, fazendo menção aos falsos profetas do seio eclesiástico da última geração na Terra : “Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo” (2 Co 11.13). O antagonista detém o poder sobre sua terra porque possui acesso a água, extremamente escassa nesse cenário futurista. A água, essencial à vida, é ainda mais desejada por Carnegie, o que mostra o poder valioso que o livro tem.
É inspirador o fato do cuidado sobrenatural na vida de Eli que, por trinta longos anos, é o guardião desse livro. Salvo o lado hiperbólico e ficcional, comuns aos filmes de aventura, o protagonista é milagrosamente salvo de ataques de canibais e mercenários e conservado em vida. Tudo sob incríveis efeitos sonoros. Ele anda com um destino certo – o oeste – e também é precisa a sua missão (Isaías 46.3-4: “Vós, a quem trouxe nos braços desde o ventre e sois levados desde a madre e até a velhice, eu serei o mesmo, e ainda até as cãs eu vos carregarei; eu vos fiz, e eu vos levarei”).
É óbvio, também, o enaltecimento da Palavra, que a todo custo é preservada por Eli. A visão grandiosa e gloriosa de que ela trará salvação é explícita e faz com que a glória de todas as bibliotecas, quando comparadas a este único livro, diante de seus ensinamentos eternos, seja desprezível e vã.
A lição do sacrifício de Eli em função de algo que realmente vale a pena é clara. Eli, com todos os perigos desfavoráveis de sua missão, é um lutador diligente e treinado com técnicas de defesa e sobrevivência. A correlação entre o esforço do personagem e o andar cristão de hoje pode ser assim feita: o convite ao combate do bom combate, não sendo possível aos cristãos evitar tal conflito. Uma guerra prevista no tão comentado livro, que exige estratégia e perseverança. Uma guerra de jubiloso fim com vitória prometida àqueles que corajosa e sacrificialmente se entregam aos planos de Deus.
• Angélica Fernandes de Oliveira Vitalino tem formação acadêmica em Letras e Teologia, é professora e psicopedagoga e membro da Igreja Cristã Eterna Aliança em Parnamirim/RN.
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