Opinião
- 04 de dezembro de 2015
- Visualizações: 3183
- 1 comentário(s)
- +A
- -A
- compartilhar
Um país em tumulto
EDITORIAL
Na primeira semana do último mês de 2015, o Brasil se vê nas cenas de conflito entre estudantes e policiais em São Paulo. A nação se indigna com as fotos de cinco jovens (todos negros) mortos pela PM do Rio de Janeiro. Entre mentiras e escândalos, a presidente da República e o presidente da Câmara dos deputados trocam farpas e ameaças. Enquanto as grávidas do Nordeste temem os casos de microcefalia, os médicos ainda lutam para descobrir os fatores que geram o problema. A economia dá sinais de enfraquecimento e já não sabemos se manteremos nossos empregos. O Brasil se junta a outros países na COP-21 para encontrar soluções para salvar o planeta do aquecimento global, enquanto ainda não consegue fazer justiça diante da tragédia em Mariana (MG).
São dias difíceis. São tempos que podem gerar em nós temor ou indiferença, indignação ou conformidade, resiliência ou desistência. 2016 nunca foi tão imprevisível.
Em meio a tudo isso, ao mesmo tempo, já ouvimos os sinos e já vimos os enfeites de Natal. “É comércio, ingênuo!”, diriam. Mas é também memorial. É lembrança do Deus encarnado, e isso ninguém nem circunstância alguma pode nos roubar. Se o que nossos olhos veem causa confusão e medo, devemos nos lembrar do começo, do gênesis: “no princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (João 1). Confiar no Verbo não é meramente fugir da realidade; é acreditar que ele governa o presente. E, portanto, é entregar-se a ele, não às circunstâncias.
Falar sobre fé em Deus nestes dias pode soar estranho. Pode até parecer irresponsabilidade ou covardia. Mas não. A fé é um jeito de resistir ao mal que nos ataca. É uma maneira de enfrentar o preconceito, a injustiça, a corrupção e as fatalidades com esperança em algo e alguém além do que nossos olhos podem ver. Com fé, o povo de Deus caminha (Hb 11). Assim como nossos pais na fé, esperamos por “uma pátria melhor, uma pátria celestial” (Hb 11.16), num tempo em que todas as injustiças serão aniquiladas e todas as lágrimas serão enxugadas (Ap 21.4). Céus e terra serão, enfim, renovados (2 Pe 3.13).
Enquanto isso, as vozes da ressurreição ecoam, não obstante as tragédias sociais, ambientais e econômicas. Fomos salvos pela graça, por meio da fé, para fazermos boas obras (Ef 2.8,11). O mesmo poder que ressuscitou a Cristo opera em nós para colocarmos em prática a obra divina de reconciliação (Ef 1.10; 2.14-18).
O tumulto dos nossos dias não deve nos induzir a fugir da realidade, nem nos convencer a viver no cinismo, muito menos nos privar de ter esperança. É pela fé que vivemos.
“O que se requer dos despenseiros é que cada um deles sejam encontrado fiel” (1 Co 4.2).
Foto: Polícia Militar reprime protesto de universitários da USP na Avenida Paulista (Foto: Fernanda Cruz/ Agência Brasil).
Leia também
Surpreendido pela Esperança
Eu Creio. E Agora?
A Igreja, o País e o Mundo
Ser é o Bastante
Na primeira semana do último mês de 2015, o Brasil se vê nas cenas de conflito entre estudantes e policiais em São Paulo. A nação se indigna com as fotos de cinco jovens (todos negros) mortos pela PM do Rio de Janeiro. Entre mentiras e escândalos, a presidente da República e o presidente da Câmara dos deputados trocam farpas e ameaças. Enquanto as grávidas do Nordeste temem os casos de microcefalia, os médicos ainda lutam para descobrir os fatores que geram o problema. A economia dá sinais de enfraquecimento e já não sabemos se manteremos nossos empregos. O Brasil se junta a outros países na COP-21 para encontrar soluções para salvar o planeta do aquecimento global, enquanto ainda não consegue fazer justiça diante da tragédia em Mariana (MG).
São dias difíceis. São tempos que podem gerar em nós temor ou indiferença, indignação ou conformidade, resiliência ou desistência. 2016 nunca foi tão imprevisível.
Em meio a tudo isso, ao mesmo tempo, já ouvimos os sinos e já vimos os enfeites de Natal. “É comércio, ingênuo!”, diriam. Mas é também memorial. É lembrança do Deus encarnado, e isso ninguém nem circunstância alguma pode nos roubar. Se o que nossos olhos veem causa confusão e medo, devemos nos lembrar do começo, do gênesis: “no princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (João 1). Confiar no Verbo não é meramente fugir da realidade; é acreditar que ele governa o presente. E, portanto, é entregar-se a ele, não às circunstâncias.
Falar sobre fé em Deus nestes dias pode soar estranho. Pode até parecer irresponsabilidade ou covardia. Mas não. A fé é um jeito de resistir ao mal que nos ataca. É uma maneira de enfrentar o preconceito, a injustiça, a corrupção e as fatalidades com esperança em algo e alguém além do que nossos olhos podem ver. Com fé, o povo de Deus caminha (Hb 11). Assim como nossos pais na fé, esperamos por “uma pátria melhor, uma pátria celestial” (Hb 11.16), num tempo em que todas as injustiças serão aniquiladas e todas as lágrimas serão enxugadas (Ap 21.4). Céus e terra serão, enfim, renovados (2 Pe 3.13).
Enquanto isso, as vozes da ressurreição ecoam, não obstante as tragédias sociais, ambientais e econômicas. Fomos salvos pela graça, por meio da fé, para fazermos boas obras (Ef 2.8,11). O mesmo poder que ressuscitou a Cristo opera em nós para colocarmos em prática a obra divina de reconciliação (Ef 1.10; 2.14-18).
O tumulto dos nossos dias não deve nos induzir a fugir da realidade, nem nos convencer a viver no cinismo, muito menos nos privar de ter esperança. É pela fé que vivemos.
“O que se requer dos despenseiros é que cada um deles sejam encontrado fiel” (1 Co 4.2).
Foto: Polícia Militar reprime protesto de universitários da USP na Avenida Paulista (Foto: Fernanda Cruz/ Agência Brasil).
Leia também
Surpreendido pela Esperança
Eu Creio. E Agora?
A Igreja, o País e o Mundo
Ser é o Bastante
- 04 de dezembro de 2015
- Visualizações: 3183
- 1 comentário(s)
- +A
- -A
- compartilhar
QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI.
Ultimato quer falar com você.
A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, além do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bíblicos, devocionais diárias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, além de artigos, notícias e serviços que são atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.
PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.
Leia mais em Opinião
Opinião do leitor
Para comentar é necessário estar logado no site. Clique aqui para fazer o login ou o seu cadastro.
Escreva um artigo em resposta
Para escrever uma resposta é necessário estar cadastrado no site. Clique aqui para fazer o login ou seu cadastro.
Ainda não há artigos publicados na seção "Palavra do leitor" em resposta a este texto.
Assuntos em Últimas
- 500AnosReforma
- Aconteceu Comigo
- Aconteceu há...
- Agenda50anos
- Arte e Cultura
- Biografia e História
- Casamento e Família
- Ciência
- Devocionário
- Espiritualidade
- Estudo Bíblico
- Evangelização e Missões
- Ética e Comportamento
- Igreja e Liderança
- Igreja em ação
- Institucional
- Juventude
- Legado e Louvor
- Meio Ambiente
- Política e Sociedade
- Reportagem
- Resenha
- Série Ciência e Fé Cristã
- Teologia e Doutrina
- Testemunho
- Vida Cristã
Revista Ultimato
+ lidos
- Em janeiro: CIMA 2025 - Cumpra seu destino
- Corpos doentes [fracos, limitados, mutilados] também adoram
- Cheiro de graça no ar
- Vem aí o Congresso ALEF 2024 – “Além dos muros – Quando a igreja abraça a cidade”
- Todos querem Ser milionários
- A visão bíblica sobre a velhice
- Vem aí o Congresso AME: Celebremos e avancemos no Círculo Asiático
- A colheita da fé – A semente caiu em boa terra, e deu fruto
- IV Encontro do MC 60+ reúne idosos de todo o país – Um espaço preferencial
- A era inconclusa