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- 03 de agosto de 2007
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Um outro Nordeste é possível
(Adital) Com cerca de 48 milhões de habitantes (segundo último Censo do IBGE), a região Nordeste historicamente concentra os piores índices. Frente a tantos desafios, que passam pela questão agrária, meio ambiente, moradia, analfabetismo, desenvolvimento sustentável, é que surgem oportunidades como o II Fórum Social Nordestino que começa dia 02 de agosto, com uma grande marcha, e segue até o próximo domingo, em Salvador, na Bahia. O tema "Por um outro modelo de desenvolvimento para o Nordeste" se enquadra bem em vários dos problemas enfrentados, e tem seu foco voltado, em especial, para a polêmica obra de transposição do rio São Francisco.
A estimativa da organização do evento é que cerca de 10 mil pessoas participem das atividades (ao todo são 130, entre oficinas e conferências) que abordam questões amplamente relevantes para a região. Questões de gênero, meio ambiente, agrárias, de juventude, desenvolvimento sustentável, comunidades tradicionais e impactos do turismo predatório são alguns dos temas.
Damian Hazard, da coordenação executiva do II FSNE e diretor regional da Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais (Abong), faz referência à dívida histórica que o Brasil tem com o Nordeste ao explicar o tema desta segunda edição do fórum. "Não se pode pensar o Brasil e o desenvolvimento do Brasil, sem pensar no desenvolvimento do Nordeste. Se não tiver no Nordeste e nos nordestinos uma reflexão própria sobre o desenvolvimento que se quer para a região, esse desenvolvimento mais geral não será possível", disse.
Para Hazard, momentos como o oferecido pelo II FSNE permitem que as idéias em comuns vindas dos movimentos sociais, das entidades de base e de cidadãos e cidadãs, ganhem força e se concretizem. "Aqui nós não estamos buscando um modelo único. Estamos buscando a diversidade de opiniões, mas acreditamos que como as opiniões estão em comum, é possível buscar posicionamentos comuns", afirmou.
A proposta de um novo modelo de desenvolvimento da região toma fôlego, acrescenta, quando o governo federal e os governos estaduais tentam impor modelos ofensivos, que não respeitam as comunidades, que ferem a cidadania. "É o caso da transposição das águas do rio São Francisco. Governos de um lado e movimentos sociais de outro. Acreditamos que temos uma proposta comum e lutamos contra essa obra".
Assim como no caso do São Francisco, explica, todo o Nordeste está cheio de casos onde os modelos estão impregnados de conservadorismo, de patriarcado e, sobretudo, da supremacia dos interesses econômicos e financeiros em relação aos interesses sociais.
Nessa leva, os conflitos se constroem e os movimentos reagem contra a monocultura e pela agricultura familiar; contra o avanço da carcinicultura e pelos pescadores artesanais; contra os grandes proprietários e a favor da demarcação das terras das comunidades tradicionais; contra o turismo predatório e a favor da qualidade de vida de moradores das cidades litorâneas.
"Vamos nos articular e apontar soluções. Não estamos afirmando que o terceiro setor quer substituir o Estado onde ele não atua. Nós queremos apontar soluções, projetos alternativos para que o Estado implemente políticas públicas e onde os movimentos tenham participação nisso. Isso é o que se propõe no Fórum", conclui.
Fonte: www.adital.com.br
A estimativa da organização do evento é que cerca de 10 mil pessoas participem das atividades (ao todo são 130, entre oficinas e conferências) que abordam questões amplamente relevantes para a região. Questões de gênero, meio ambiente, agrárias, de juventude, desenvolvimento sustentável, comunidades tradicionais e impactos do turismo predatório são alguns dos temas.
Damian Hazard, da coordenação executiva do II FSNE e diretor regional da Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais (Abong), faz referência à dívida histórica que o Brasil tem com o Nordeste ao explicar o tema desta segunda edição do fórum. "Não se pode pensar o Brasil e o desenvolvimento do Brasil, sem pensar no desenvolvimento do Nordeste. Se não tiver no Nordeste e nos nordestinos uma reflexão própria sobre o desenvolvimento que se quer para a região, esse desenvolvimento mais geral não será possível", disse.
Para Hazard, momentos como o oferecido pelo II FSNE permitem que as idéias em comuns vindas dos movimentos sociais, das entidades de base e de cidadãos e cidadãs, ganhem força e se concretizem. "Aqui nós não estamos buscando um modelo único. Estamos buscando a diversidade de opiniões, mas acreditamos que como as opiniões estão em comum, é possível buscar posicionamentos comuns", afirmou.
A proposta de um novo modelo de desenvolvimento da região toma fôlego, acrescenta, quando o governo federal e os governos estaduais tentam impor modelos ofensivos, que não respeitam as comunidades, que ferem a cidadania. "É o caso da transposição das águas do rio São Francisco. Governos de um lado e movimentos sociais de outro. Acreditamos que temos uma proposta comum e lutamos contra essa obra".
Assim como no caso do São Francisco, explica, todo o Nordeste está cheio de casos onde os modelos estão impregnados de conservadorismo, de patriarcado e, sobretudo, da supremacia dos interesses econômicos e financeiros em relação aos interesses sociais.
Nessa leva, os conflitos se constroem e os movimentos reagem contra a monocultura e pela agricultura familiar; contra o avanço da carcinicultura e pelos pescadores artesanais; contra os grandes proprietários e a favor da demarcação das terras das comunidades tradicionais; contra o turismo predatório e a favor da qualidade de vida de moradores das cidades litorâneas.
"Vamos nos articular e apontar soluções. Não estamos afirmando que o terceiro setor quer substituir o Estado onde ele não atua. Nós queremos apontar soluções, projetos alternativos para que o Estado implemente políticas públicas e onde os movimentos tenham participação nisso. Isso é o que se propõe no Fórum", conclui.
Fonte: www.adital.com.br
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