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Opinião

Um colírio para olhos cansados. Que revelação!

Apocalipse: um livro sobre o fim do mundo ou um mapa para a esperança?

Por Lucas Pegoraro


Nos últimos dois anos tenho sido muito ministrado por Deus através do livro de Apocalipse. Esse livro, frequentemente visto como um livro assustador, que para muitos fala apenas sobre o "fim do mundo", tem muito mais a nos dizer. Tenho aprendido que Apocalipse é um livro para discípulos de Jesus que querem ser fiéis enquanto vivem entre dois mundos. A palavra "Apocalipse" significa "revelação", e é exatamente isso que este livro pretende nos dar: o apóstolo João quer abrir nossos olhos para a verdadeira realidade, a realidade com R maiúsculo, aquela que é moldada pela perspectiva divina. Ser cristão no mundo implica permitir-se ser moldado por essa realidade e aprender a viver nela, por ela e com esperança que ela se torne a única realidade presente.

Fico imaginando o crise do apóstolo João, e como em certo sentido, podemos nos identificar com ele. João encontra-se preso na ilha de Patmos quando recebe esta visão de Jesus. Ele estava preso por causa de sua fé e, como pastor, estava preocupado com as igrejas espalhadas pela Ásia. Como elas estavam enfrentando tanta perseguição e opressão? Como estavam os corações das suas ovelhas diante de tanta dor e insegurança? O Império Romano estava no poder, e muitos dos apóstolos, incluindo Paulo e Pedro, já haviam falecido. Parecia que tudo estava dando errado para os cristãos. Onde estava Deus e Seu reino prometido em meio a tudo isso? Por que o Império Romano continuava a dominar e matar os servos de Deus? - Ora, essas perguntas não se parecem um pouco com as mesmas que temos em tempos como esse?

João ora, adora e busca consolo e respostas. Até que Jesus descortina a realidade para ele. Jesus lhe dá um APOCALIPSE!

Da mesma forma, nós, no meio do nosso caos moderno, precisamos dessa mesma revelação. Esta revelação não é uma bola de cristal que revela segredos futuros para escapar das duras realidades da vida na Terra, mas é um manual prático sobre como ser um discípulo de Jesus enfrentando essas duras realidades. Em particular, como fazer isso da maneira que Jesus fez e faz, e como fazer isso com Jesus, olhando para Ele.

A convicção fundamental de Apocalipse é que as coisas não são o que parecem. Ou, mais exatamente, as coisas não são apenas o que parecem. João está convencido, como discípulo fiel de Jesus Cristo, de que há mais na “realidade” do que os sentidos desarmados conseguem perceber.

Logo no início do livro, João vê Jesus no meio de sete candelabros, que representam as sete igrejas para as quais ele está enviando suas cartas. Essas igrejas pequenas e comuns, com talvez não mais de 200 membros, estão sofrendo perseguições, angústias e tentações específicas. Mas Apocalipse nos mostra que Jesus está ativo no meio dessas igrejas - confrontando, consolando e se movendo. E isso continua sendo verdade hoje. E é por isso que Ele pode dizer: "Eu conheço as suas obras, eu vejo o que vocês estão passando".

Quais são as suas angustias? Quais são os dilemas desse tempo que você está passando? Da sua cidade, da sua comunidade local? Apocalipse têm me lembrado que Jesus nos vê e está agindo no nosso meio e nisso, me chamando também a perseverar.



Em outro momento, no capítulo 4, João vê o trono. Todo o céu está em adoração e há um rolo que ninguém consegue abrir. João chora muito! Quem vai dar conta da história do mundo? Quem vai solucionar todo esse caos? Quem pode abrir esse rolo? Até que um ancião diz: "Não chore! Eis o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos." E quando João olha, ele não vê um leão, mas um cordeiro, que parecia ter estado morto, em pé, no centro do trono e digno de abrir o livro. A realidade é que o cosmos tem um novo Rei. Um Rei que dá conta da história e é bom! Este Rei agora nos dá Seu Reino. Ele nos faz reino e sacerdotes para Deus. O que isso significa, meu irmão e minha irmã? Temos um reino para viver e um Rei para seguir! Viver pela fé hoje é se encaixar na realidade de Deus. É ver o mundo a partir dessa perspectiva: Jesus já reina e nos dá Seu Reino e todos os dias temos uma porta aberta diante de nós para servir e viver nesse reino.

À medida que avançamos nessa revelação, passamos a nos entender como discípulos sob uma variedade de títulos e imagens. Somos chamados a ser sacerdotes, corregentes com Jesus, testemunhas e mártires. E ao fim do livro, chegamos ao título que Jesus deseja especialmente que compreendamos e vivamos: somos chamados para ser Sua noiva. Mais do que qualquer outra coisa, Jesus quer amantes. A história da Bíblia é uma história de amor - um Deus apaixonado pelo Seu povo. Nos uniremos com Cristo para sempre. Temos uma imagem poderosa da natureza do amor de Jesus por nós. Ele nos ama como seus discípulos, seus amigos (Jo 15.14), e como sua noiva, que Ele comprou com o preço de Seu sangue. Que revelação!

Que possamos, como João, ter nossos olhos abertos para a verdadeira realidade. No meio das nossas angústias, desânimo e distrações ao viver entre mundos, que Apocalipse seja um colírio para nossos olhos cansados e sobrecarregados, lembrando-nos de quem servimos. A quem seguiremos enquanto avançamos neste mundo? Que possamos ver Jesus no meio das nossas igrejas, como o Rei sobre todo o cosmos e como o Noivo que faz tudo novo. E que nossa lealdade final seja sempre ao Cordeiro, seguindo-o fielmente em meio às duras realidades da vida na Terra, com os olhos fixos na promessa do Seu Reino. Que Deus nos dê um Apocalipse! Maratana, ora vem, Senhor Jesus.

  • Lucas Pegoraro, 29 anos, é graduado em design gráfico pela UNESP em Bauru, SP, e em teologia pelo Seminário Bíblico Palavra da Vida. É coordenador do BibleProject Português e um dos cofundadores do Efeito Prisma. Além disso, pastoreia e lidera os jovens e adolescentes de sua igreja local, a Vineyard Piratininga.


Saiba mais:
» O Que Cristo Pensa da Igreja – A mensagem das sete cartas de Apocalipse, John Stott
» A Grande História - Um Convite para Professores Cristãos, Rick Hove, Heather Holleman
» O que esperam os cristãos?, edição 400 de Ultimato

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