Prateleira
- 05 de janeiro de 2011
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Um ano novo ou um novo ano?
Toda a nossa vida se move no tempo. Há um passado com suas gratas memórias, que nos fazem bem à lembrança, cuja acumulação de experiências constrói o nosso ser e nos edifica; e memórias ingratas, que é melhor esquecer, especialmente as memórias das nossas falhas e das falhas dos outros em relação a nós. Quanto ao passado — aos "Anos Velhos" —, vivemos entre as memórias da graça e a memória das desgraças.
Nosso tempo de hoje é o resultado desse tempo de ontem, mas é também uma breve passagem em direção ao tempo do amanhã, com seus sonhos e seus temores, seus alvos e suas dúvidas, suas aspirações e suas inseguranças. Se não podemos fazer mais nada em relação ao passado, apesar do seu caráter de imponderável e da soberania de Deus, podemos fazer algo pelo futuro: pensar, planejar, decidir, comprometer.
Na mera troca de calendário, se vai o “Ano Velho” e chega o Ano-Novo, em seu ciclo periódico, até a nossa morte.
Porém, o Ano-Novo pode vir a ser um novo ano, um ano qualitativamente diferente, abençoado e abençoador, em nossas respostas à voz de Deus em nossa vida e nos relacionamentos e empreendimentos de que participarmos, como novos objetivos, novos valores, novas prioridades.
Para os servos do Senhor as coisas velhas podem sempre se tornar em coisas novas.
Como cidadãos do reino do céu, nossa presença no reino da terra pode contribuir para um mundo novo, menos violento, menos injusto, menos desonesto, menos mentiroso, menos hipócrita, menos opressor, menos discriminador. Podemos ser mais “sal” e mais “luz” para o mundo em 2011?
Entre a avaliação do “Ano Velho” e a construção do novo ano, passamos pela consciência da finitude e do pecado, pela necessidade do arrependimento, pela busca da santificação.
Mas como construir o novo em uma Igreja tão marcada pelo velho: o divisionismo, o isolacionismo, o caciquismo, o sectarismo, o moralismo, o legalismo, os cismas, as heresias? Um mundo novo e sadio a partir de uma Igreja enferma?
Entre a pessoa nova e o mundo novo, há a Igreja nova, a família nova, a comunidade nova, o trabalho novo, o país novo, os hábitos novos e, tantas vezes, pessoas novas ou relacionamentos renovados (feitos novos outra vez!).
Não sejamos meros espectadores do virar do calendário do Ano-Novo, mas, em Cristo, construtores do novo ano.
Um abençoado 2011 para todos!
São os meus votos, com as minhas orações.
Recife, 31 de dezembro de 2010.
Anno Domini.
Nosso tempo de hoje é o resultado desse tempo de ontem, mas é também uma breve passagem em direção ao tempo do amanhã, com seus sonhos e seus temores, seus alvos e suas dúvidas, suas aspirações e suas inseguranças. Se não podemos fazer mais nada em relação ao passado, apesar do seu caráter de imponderável e da soberania de Deus, podemos fazer algo pelo futuro: pensar, planejar, decidir, comprometer.
Na mera troca de calendário, se vai o “Ano Velho” e chega o Ano-Novo, em seu ciclo periódico, até a nossa morte.
Porém, o Ano-Novo pode vir a ser um novo ano, um ano qualitativamente diferente, abençoado e abençoador, em nossas respostas à voz de Deus em nossa vida e nos relacionamentos e empreendimentos de que participarmos, como novos objetivos, novos valores, novas prioridades.
Para os servos do Senhor as coisas velhas podem sempre se tornar em coisas novas.
Como cidadãos do reino do céu, nossa presença no reino da terra pode contribuir para um mundo novo, menos violento, menos injusto, menos desonesto, menos mentiroso, menos hipócrita, menos opressor, menos discriminador. Podemos ser mais “sal” e mais “luz” para o mundo em 2011?
Entre a avaliação do “Ano Velho” e a construção do novo ano, passamos pela consciência da finitude e do pecado, pela necessidade do arrependimento, pela busca da santificação.
Mas como construir o novo em uma Igreja tão marcada pelo velho: o divisionismo, o isolacionismo, o caciquismo, o sectarismo, o moralismo, o legalismo, os cismas, as heresias? Um mundo novo e sadio a partir de uma Igreja enferma?
Entre a pessoa nova e o mundo novo, há a Igreja nova, a família nova, a comunidade nova, o trabalho novo, o país novo, os hábitos novos e, tantas vezes, pessoas novas ou relacionamentos renovados (feitos novos outra vez!).
Não sejamos meros espectadores do virar do calendário do Ano-Novo, mas, em Cristo, construtores do novo ano.
Um abençoado 2011 para todos!
São os meus votos, com as minhas orações.
Recife, 31 de dezembro de 2010.
Anno Domini.
Foi bispo anglicano da Diocese do Recife e autor de, entre outros, Cristianismo e Política — teoria bíblica e prática histórica e A Igreja, o País e o Mundo — desafios a uma fé engajada. Faleceu no dia 26 de fevereiro de 2012 em Olinda (PE).
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