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- 28 de setembro de 2007
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Teólogo católico, Hans Küng, destaca papel da religião no cenário mundial
(ALC) A religião representa, novamente, um fator de poder na história mundial, declarou o teólogo católico, Hans Küng, em entrevista ao portal da Deutsche Welle. O pensador alemão apresentará palestra no campus da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), em São Leopoldo, no dia 22 de outubro.
Küng é o fundador do Projeto Por Uma Ética Global, no qual defende a idéia de que as religiões podem contribuir para a paz mundial. “Não haverá paz entre as nações sem paz entre as religiões” e “não haverá paz entre as religiões sem diálogo entre as religiões” são dois eixos centrais do Projeto.
Estudioso das religiões, Küng admite que o islã tem mais problemas com a democracia do que o cristianismo, mas lembra que, ao contrário do que vivenciaram o cristianismo e o judaísmo, no islã não teve uma Reforma nem iluminismo, à exceção de alguns círculos. “Quem pretende ajudar precisa apoiar as forças moderadas e isolar os radicais. A maior tolice é enfrentar essa gente (seguidores do islã) com exércitos”, disse Küng à Deutsche Welle.
Um dos problemas do diálogo religioso é a existência de pessoas que não querem se informar, que já sabem tudo antes, a respeito de outras manifestações religiosas, alertou o teólogo. Cristãos fudamentalistas, que seguem literalmente a Bíblia, entram nesse rol.
“Mas também podem ser pessoas muito secularizadas, dogmáticas do laicismo. Estes já coram quando simplesmente se fala a palavra religião, e acham que sobre isso não se precisa falar na escola. Eles têm dificuldade com o fato de que a religião novamente representa um fator de poder na história mundial”, disse Küng.
O teólogo católico criticou o papa Bento XVI, que tentou, com o discurso proferido em Regensburg, Alemanha, classificar o islã como uma religião violenta. Pesquisa realizada na Alemanha mostra que os alemães vêem o budismo como a religião “mais pacífica” do mundo, com 43% do universo pesquisado. O cristianismo foi apontado em segundo plano, com 41%, e o islã com apenas 11%.
Os que qualificam o islã como uma religião violenta, Küng recomenda que pensem nos rastros de sangue que os cristãos deixaram na história. Na entrevista, ele frisou que o cristianismo, com sua concentração de poder, irrita muita gente.
“Quando temos um papa que aparece o tempo todo, que, como senhor espiritual do mundo, tem a pretensão de que só quem está com ele é um cristão verdadeiro, que somente sua Igreja Católica Romana é a verdadeira igreja, então isso irrita muitas pessoas”, afirmou Küng, acrescentando mais adiante:
“Quando se tem uma ideologia da infalibilidade também se comete erros infalíveis, que naturalmente não se pode corrigir. Mas foi evidente que o papa, em sua viagem a Turquia, fez um grande esforço para apagar a má imagem que obteve com o discurso de Regensburg”.
Além da Unisinos, Küng visitará, em outubro, o Instituto Goethe, em Porto Alegre, a Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, a Universidade Católica de Brasília, a Universidade Cândido Mendes, do Rio de Janeiro, e a Universidade Federal de Juiz de Fora, em Minas Gerais.
Fonte: www.alcnoticias.org
Küng é o fundador do Projeto Por Uma Ética Global, no qual defende a idéia de que as religiões podem contribuir para a paz mundial. “Não haverá paz entre as nações sem paz entre as religiões” e “não haverá paz entre as religiões sem diálogo entre as religiões” são dois eixos centrais do Projeto.
Estudioso das religiões, Küng admite que o islã tem mais problemas com a democracia do que o cristianismo, mas lembra que, ao contrário do que vivenciaram o cristianismo e o judaísmo, no islã não teve uma Reforma nem iluminismo, à exceção de alguns círculos. “Quem pretende ajudar precisa apoiar as forças moderadas e isolar os radicais. A maior tolice é enfrentar essa gente (seguidores do islã) com exércitos”, disse Küng à Deutsche Welle.
Um dos problemas do diálogo religioso é a existência de pessoas que não querem se informar, que já sabem tudo antes, a respeito de outras manifestações religiosas, alertou o teólogo. Cristãos fudamentalistas, que seguem literalmente a Bíblia, entram nesse rol.
“Mas também podem ser pessoas muito secularizadas, dogmáticas do laicismo. Estes já coram quando simplesmente se fala a palavra religião, e acham que sobre isso não se precisa falar na escola. Eles têm dificuldade com o fato de que a religião novamente representa um fator de poder na história mundial”, disse Küng.
O teólogo católico criticou o papa Bento XVI, que tentou, com o discurso proferido em Regensburg, Alemanha, classificar o islã como uma religião violenta. Pesquisa realizada na Alemanha mostra que os alemães vêem o budismo como a religião “mais pacífica” do mundo, com 43% do universo pesquisado. O cristianismo foi apontado em segundo plano, com 41%, e o islã com apenas 11%.
Os que qualificam o islã como uma religião violenta, Küng recomenda que pensem nos rastros de sangue que os cristãos deixaram na história. Na entrevista, ele frisou que o cristianismo, com sua concentração de poder, irrita muita gente.
“Quando temos um papa que aparece o tempo todo, que, como senhor espiritual do mundo, tem a pretensão de que só quem está com ele é um cristão verdadeiro, que somente sua Igreja Católica Romana é a verdadeira igreja, então isso irrita muitas pessoas”, afirmou Küng, acrescentando mais adiante:
“Quando se tem uma ideologia da infalibilidade também se comete erros infalíveis, que naturalmente não se pode corrigir. Mas foi evidente que o papa, em sua viagem a Turquia, fez um grande esforço para apagar a má imagem que obteve com o discurso de Regensburg”.
Além da Unisinos, Küng visitará, em outubro, o Instituto Goethe, em Porto Alegre, a Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, a Universidade Católica de Brasília, a Universidade Cândido Mendes, do Rio de Janeiro, e a Universidade Federal de Juiz de Fora, em Minas Gerais.
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