Opinião
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Stanley Jones (1884-1973): o maior missionário do século 20
Por Alderi Souza de Matos
O seu nome é quase mítico na história das missões modernas. Foi considerado o maior missionário do século 20, um dos líderes cristãos de maior apelo popular em sua geração e alguém comparável a William Carey (o pai das missões modernas) e ao evangelista Billy Graham. Eli Stanley Jones – missionário metodista na Índia, evangelista mundial e escritor – nasceu em Baltimore, Estado de Maryland, em 3 de janeiro de 1884. Graduou-se no Asbury College, em Kentucky, em 1906, e no ano seguinte partiu para a Índia sob os auspícios da Junta de Missões da Igreja Metodista Episcopal. Em 1911, casou-se com uma colega missionária, Mabel Lossing, com a qual teve uma filha, Eunice, que veio a se casar com um bispo metodista norte-americano.
Desde o início, Jones demonstrou extraordinária sensibilidade em relação aos valores e anseios do povo entre o qual estava trabalhando, em particular suas aspirações de autodeterminação na época do domínio britânico. Começou trabalhando entre as castas inferiores, inclusive os desprezados dalits (“intocáveis”), mas logo começou a se relacionar com a elite política e intelectual. Esse grupo incluía os líderes do movimento de independência e o ativista Mahatma Gandhi, do qual se tornou amigo. Procurando identificar-se profundamente com a cultura indiana, fez o propósito de reapresentar-lhe o cristianismo desvestido de suas roupagens ocidentais.
Em 1925, durante um período de licença na pátria, escreveu um relato de suas experiências e aprendizado na Índia – The Christ of the Indian Road (“O Cristo da Estrada Indiana”) – que imediatamente se tornou um estrondoso sucesso editorial, vendendo mais de um milhão de cópias. Três anos depois, foi eleito bispo nos Estados Unidos, mas renunciou, dizendo que preferia ser um evangelista missionário. Em meados do mesmo ano (1928), depois de participar da Conferência de Jerusalém, fez sua primeira visita ao Brasil. Tendo como um de seus intérpretes o amigo Erasmo Braga, proferiu inúmeras conferências no Rio de Janeiro, Juiz de Fora, São Paulo e Santos.
Em 1930, criou a primeira versão cristã do ashram, uma instituição social indiana na forma de uma comunidade de vida e reflexão. Desenvolveu esse trabalho na Índia e o levou para outros países. No início dos anos 40, fez inúmeros esforços junto ao presidente Franklin Roosevelt e a líderes diplomáticos japoneses na tentativa de evitar a guerra entre os dois países. Por esse e outros esforços de reconciliação, foi indicado duas vezes para o Prêmio Nobel da Paz. No pós-guerra, fez uma grande companha nos Estados Unidos em prol da união das igrejas, falando em centenas de cidades.
Em 1963, recebeu o Prêmio Gandhi da Paz. Logo após o assassinato de Gandhi (1948), ele havia escrito uma biografia desse líder. Mais tarde, Martin Luther King disse à filha de Jones que essa biografia o inspirou para a ênfase na “não violência” no movimento dos direitos civis. Em março do mesmo ano (1963), Stanley Jones, já idoso, fez a sua segunda visita ao Brasil. Falou no Maracanãzinho e na Igreja Metodista de São Paulo. Suas palestras nessa ocasião resultaram no livro Jesus é Senhor. Outros livros seus publicados no Brasil foram O Cristo de Todos os Caminhos, Cristo e o Sofrimento Humano, O Caminho, Conversão e A Resposta Divina. Faleceu em 25 de janeiro de 1973, em Bareli, no norte da Índia.
O autor Luís A. R. Branco aponta cinco elementos da estratégia evangelística de Jones, presentes em seu livro mais famoso, que são muito úteis para a igreja evangélica brasileira: (1) seja absolutamente sincero; (2) anuncie de antemão que não irá atacar nenhuma religião; (3) deixe que as pessoas façam perguntas; (4) apresente o cristianismo como o próprio Cristo; (5) apresente Cristo como uma experiência de vida, e não como um argumento teológico.
O seu nome é quase mítico na história das missões modernas. Foi considerado o maior missionário do século 20, um dos líderes cristãos de maior apelo popular em sua geração e alguém comparável a William Carey (o pai das missões modernas) e ao evangelista Billy Graham. Eli Stanley Jones – missionário metodista na Índia, evangelista mundial e escritor – nasceu em Baltimore, Estado de Maryland, em 3 de janeiro de 1884. Graduou-se no Asbury College, em Kentucky, em 1906, e no ano seguinte partiu para a Índia sob os auspícios da Junta de Missões da Igreja Metodista Episcopal. Em 1911, casou-se com uma colega missionária, Mabel Lossing, com a qual teve uma filha, Eunice, que veio a se casar com um bispo metodista norte-americano.
Desde o início, Jones demonstrou extraordinária sensibilidade em relação aos valores e anseios do povo entre o qual estava trabalhando, em particular suas aspirações de autodeterminação na época do domínio britânico. Começou trabalhando entre as castas inferiores, inclusive os desprezados dalits (“intocáveis”), mas logo começou a se relacionar com a elite política e intelectual. Esse grupo incluía os líderes do movimento de independência e o ativista Mahatma Gandhi, do qual se tornou amigo. Procurando identificar-se profundamente com a cultura indiana, fez o propósito de reapresentar-lhe o cristianismo desvestido de suas roupagens ocidentais.
Em 1925, durante um período de licença na pátria, escreveu um relato de suas experiências e aprendizado na Índia – The Christ of the Indian Road (“O Cristo da Estrada Indiana”) – que imediatamente se tornou um estrondoso sucesso editorial, vendendo mais de um milhão de cópias. Três anos depois, foi eleito bispo nos Estados Unidos, mas renunciou, dizendo que preferia ser um evangelista missionário. Em meados do mesmo ano (1928), depois de participar da Conferência de Jerusalém, fez sua primeira visita ao Brasil. Tendo como um de seus intérpretes o amigo Erasmo Braga, proferiu inúmeras conferências no Rio de Janeiro, Juiz de Fora, São Paulo e Santos.
Em 1930, criou a primeira versão cristã do ashram, uma instituição social indiana na forma de uma comunidade de vida e reflexão. Desenvolveu esse trabalho na Índia e o levou para outros países. No início dos anos 40, fez inúmeros esforços junto ao presidente Franklin Roosevelt e a líderes diplomáticos japoneses na tentativa de evitar a guerra entre os dois países. Por esse e outros esforços de reconciliação, foi indicado duas vezes para o Prêmio Nobel da Paz. No pós-guerra, fez uma grande companha nos Estados Unidos em prol da união das igrejas, falando em centenas de cidades.
Em 1963, recebeu o Prêmio Gandhi da Paz. Logo após o assassinato de Gandhi (1948), ele havia escrito uma biografia desse líder. Mais tarde, Martin Luther King disse à filha de Jones que essa biografia o inspirou para a ênfase na “não violência” no movimento dos direitos civis. Em março do mesmo ano (1963), Stanley Jones, já idoso, fez a sua segunda visita ao Brasil. Falou no Maracanãzinho e na Igreja Metodista de São Paulo. Suas palestras nessa ocasião resultaram no livro Jesus é Senhor. Outros livros seus publicados no Brasil foram O Cristo de Todos os Caminhos, Cristo e o Sofrimento Humano, O Caminho, Conversão e A Resposta Divina. Faleceu em 25 de janeiro de 1973, em Bareli, no norte da Índia.
O autor Luís A. R. Branco aponta cinco elementos da estratégia evangelística de Jones, presentes em seu livro mais famoso, que são muito úteis para a igreja evangélica brasileira: (1) seja absolutamente sincero; (2) anuncie de antemão que não irá atacar nenhuma religião; (3) deixe que as pessoas façam perguntas; (4) apresente o cristianismo como o próprio Cristo; (5) apresente Cristo como uma experiência de vida, e não como um argumento teológico.
LANÇAMENTO | DEVOCIONÁRIO 2020
O Caminho – Meditações Diárias se tornou um clássico entre os devocionários em todo o mundo. Para o autor, o “Caminho de Deus” revela-se na vida e nos ensinos de Jesus Cristo e também na própria realidade.
Neste devocionário, somos guiados, ao longo do ano, dia a dia, por um dos heróis da fé do século 20. O Caminho coloca nossos pés no Caminho e leva-nos pela aventura de uma vida repleta de significado.
Autor de A Caminhada Cristã na História, Alderi Souza de Matos é pastor presbiteriano e professor no Centro de Pós-Graduação Andrew Jumper, em São Paulo. É bacharel em teologia, filosofia e direito, mestre em Novo Testamento (S.T.M.) e doutor em História da Igreja (Th.D.). É também o historiador da Igreja Presbiteriana do Brasil e escreve a coluna “História” da revista Ultimato.
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