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- 18 de outubro de 2023
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Relatório do fórum indígena 2023
O Fórum Indígena 2023 ocorreu nos dias 18 e 19 de julho, nas dependências do Centro de Treinamento AMI, na Chapada dos Guimarães, Mato Grosso. O evento é uma iniciativa do Departamento de Assuntos Indígenas (DAI) da Associação de Missões Transculturais Brasileiras (AMTB) e acontece desde 1996. O Fórum Indígena 2023 teve como propósito reunir os representantes das agências filiadas à AMTB, missionários, igrejas e outras organizações evangélicas que atuam entre os povos indígenas no Brasil para promover comunhão, reflexão e encorajamento.
Compareceram ao evento 128 participantes, oriundos de 16 estados brasileiros, especialmente das regiões Norte e Centro-Oeste do país. Ao todo estiveram representadas 51 organizações, das quais 29 são filiadas à AMTB. Essa foi a primeira edição após a pandemia da COVID-19 e teve como tema principal “Novos e Velhos Desafios da Missão Indígena no Brasil”. Os participantes foram agraciados com louvores, mensagens inspiradas e bastante reflexão sobre o trabalho missionário no Brasil. O Fórum foi ainda um tempo de confraternização, estreitamento de laços e novos relacionamentos entre os irmãos presentes, como também entre as gerações mais novas e aqueles que estão há mais tempo servindo ao Senhor entre os povos indígenas.
O pastor Edward Luz, coordenador do DAI, foi o palestrante da abertura, ocorrida na manhã do primeiro dia. Em sua mensagem ele destacou o caráter eterno e atemporal da Bíblia e, como consequência dessa verdade, a igreja de Cristo possui uma mensagem eterna, com princípios eternos para um homem temporal em um ambiente temporal, com uma cultura temporal. O mensageiro do Evangelho deve estar atento ao processo da comunicação, cujo aspecto deve
ser de domínio de todo comunicador.
No período da tarde Javier Mayorga, coordenador do Movimiento Três Olas, trouxe uma breve saudação aos presentes, como também Paulo Feniman, presidente da AMTB. Logo em seguida, ocorreram mais duas palestras, como parte da programação. A primeira foi ministrada pelo Rev. Sérgio Paulo, também coordenador do DAI, e diretor da Missão Caiuá, organização fundada em 1928. Sua palestra teve como tema “A atuação da Caiuá na Saúde Indígena: Avanços e Novos Desafios”. A Missão Caiuá, desde o ano 2000, mantém convênios com a SESAI (Secretaria de Saúde Indígena), através dos quais atua na área de prestação de serviço e ações complementares de atenção à saúde. Atualmente a Missão Caiuá é responsável pela gestão de 09 (nove) convênios nos estados de Acre, Amazonas, Mato Grosso do Sul e Roraima. Em sua palestra, Sérgio Paulo explicou detalhes do trabalho realizado e esclareceu que os desafios da saúde indígena e as ações das organizações conveniadas à SESAI do Ministério da Saúde requerem uma participação maior nos processos. Na sequência, após o intervalo, Alisson Medeiros, coordenador de pesquisas do DAI, falou sobre a Pesquisa Indígenas no Brasil. Ele apresentou um resumo histórico de como surgiu o Banco de Dados do DAI/AMTB na década de 1980 com o Pr Rinaldo de Mattos, a partir da necessidade de reunir informações sobre a realidade indígena do país e compartilhar essas informações com a Igreja Brasileira e as agências missionárias. É uma tarefa que exige um esforço conjunto e a participação efetiva de todos. Na segunda parte da palestra, os participantes foram divididos em grupos de trabalho para o levantamento de informações por estado. À noite, coube ao Pr. Carlos Alcantara, coordenador de assuntos sociopolíticos do DAI, falar sobre a temática “Novos e Velhos Desafios nas Questões Sociopolíticas”.
A programação do segundo dia do Fórum Indígena teve início com a devocional ministrada pelo Pr. Enoque Faria, coordenador de Relacionamento com o Movimento Três Ondas do DAI. Em sua mensagem ele apresentou duas evidências chaves de grande importância, as quais devem ser praticadas: o amor ao próximo e a unidade. A partir daí apresentou sugestões práticas: Praticar a unidade na oração, nos planejamentos estratégicos, nas defesas necessárias ao avanço do Evangelho, na divulgação das necessidades e oportunidades de servir em ministérios de alcance aos grupos indígenas do Brasil e praticar a unidade com e diante de todos os parceiros que apoiam os ministérios desenvolvidos. Na sequência do programa, o Pr. Henrique Terena e os demais diretores do CONPLEI tiveram a oportunidade de compartilhar sobre a caminhada do CONPLEI. Nesse tempo falaram sobre os avanços nos vários projetos desenvolvidos e os projetos para o futuro, incluindo a realização do Congresso CONPLEI Nacional em 2025. Destacaram ainda a importância de trabalharem em unidade com as agências missionárias e o papel relevante do DAI na caminhada do CONPLEI. Encerrando o período da manhã, foi realizada a assembleia do DAI para a eleição da nova liderança. Os eleitos para o novo mandato à frente do DAI foram Edward Luz, Sérgio Paulo, Carlos Alcantara, Alisson Medeiros, Cácio Silva, Enoque Faria, Carlos Carvalho, Henrique Terena e Meiry Yakawa, sendo os dois últimos indígenas.
A segunda e última tarde do Fórum Indígena foi reservada para a realização simultânea de três seminários, cujos assuntos são extremamente relevantes. Os temas abordados foram “Ensino Narrativo Concretivo”, “Identidade no Plantio de Igreja” e “Capacitação e Vocação Ministerial”, ministrados respectivamente pelos missionários Carlos Carvalho, Iraquitan Carvalho e Cácio Silva. No tema desenvolvido por Carlos Carvalho, ele argumentou sobre a existência dos cuidados e das estratégias, visando, uma comunicação transcultural acertada e que, de fato, redunde no entendimento da mensagem do Evangelho pelos povos aos quais se quer trabalhar. Porém, o desafio existente da comunicação, não se limita apenas às barreiras culturais e linguísticas. É necessário fazer uso do ensino verdadeiramente ajustado ao estilo de aprendizado inerente ao povo com o qual se quer comunicar. Assim é que se mostra absolutamente importante
estudar o tema no trabalho missionário transcultural.
Já Iraquitan Carvalho em seu seminário trabalhou a dificuldade atual de se definir uma identidade para a Igreja em um mundo marcado pela verdade líquida e “flexibilização da conversão”. A partir daí considerou a necessidade de se olhar as Escrituras para visualizar as características identitárias da verdadeira Igreja de Jesus Cristo. Além de ser uma Igreja enviadora (missionária), ela se apresenta como canal de bênção para os que estão pertos (missional). Dessa forma, a Igreja está em Cristo, com sua função bem definida de proclamar as virtudes do Rei Jesus. Cácio Silva, como parte de sua palestra, apresentou seis ponderações sobre capacitação e vocação: (1) A capacitação bíblico-teológica é estratégica. (2) A vocação, no entanto, é fundamental. (3) É prudente distinguir formação bíblica de formação de liderança. (4) A formação de liderança deve levar em consideração a vocação, à luz dos sinais internos e externos. (5) A instalação de líderes deve levar em consideração as qualificações bíblicas necessárias e (6) Nenhuma igreja deveria ser autônoma sem líderes com claro
dom de ensino e capacitação para ensinar.
O encerramento do Fórum Indígena ocorreu à noite, com a realização de um culto celebrativo ao Senhor. Coube ao missionário Sérgio Botileiro, diretor do Setor Oeste da MNTB, compartilhar a palavra de encerramento. O tema escolhido foi “Oração e Ousadia: Ingredientes Imprescindíveis na Perseguição” e teve como propósito encorajar os participantes como movimento missionário diante dos tempos de perseguição, fazendo-os olhar para a Palavra e entender como a Igreja lidou com isso e, consequentemente, como o Senhor quer que lidemos também. Na sequência, os pastores Edward Luz e Sérgio Paulo, coordenadores do DAI, compartilharam uma palavra final aos participantes, agradecimentos e a oração final. A equipe organizadora avalia que os frutos gerados através da reflexão, das vidas fortalecidas e dos vários contatos estabelecidos levam à convicção de que valeu a pena todo o esforço. Louvado seja o Senhor. O próximo Fórum Indígena será realizado em 2025.
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