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- 31 de outubro de 2008
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Reforma: conceitos econômicos atuais, meio milênio depois
(ALC) Quase 500 anos após o início da Reforma Protestante, as reflexões do monge Martinho Lutero a respeito de temas econômicos e éticos permanecem, em grande medida, atuais, podendo servir de inspiração frente ao atual cenário de crise financeira internacional.
O pensamento do reformador em meados do século XVI já sinalizava para a crescente preocupação de partilhar “um pouco deste mundo com as gerações futuras”, destacou o professor Ricardo Willy Rieth, da Escola Superior de Teologia (EST) ao falar, no dia 30 de outubro, no Instituto Humanitas, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) sobre contribuições de Lutero na economia, ética e sociedade.
Nesta perspectiva, destacou Rieth, a relevância das reflexões de Lutero ganha eco num momento histórico em que “muitos se sentem cada vez mais desafiados a abandonar o projeto de mundo ‘moderno’, caracterizado pelo consumo irrestrito, pela riqueza de poucos, pela miséria de muitos e pelo acelerado esgotamento dos recursos naturais”.
Inspirado nos ensinamentos éticos de Jesus no sermão da montanha, Lutero argumentava que a pessoa cristã deveria oferecer livremente os seus bens aos mais fracos e necessitados. Além disso, caberia ao cristão emprestar de boa vontade as suas posses, sem exigir de volta nada além do que foi emprestado.
Defensor da propriedade privada, Lutero argumentava que o cristão deveria adquirir patrimônio para colocá-lo a favor do próximo, afirmou Rieth.
Contemporâneo de período de intensificação das práticas comerciais, o primeiro escrito do reformador acerca de temas econômicos é um sermão sobre determinada prática de usura, conhecida como “contrato de renda” (Zinskauff).
Segundo Lutero, esta prática representava uma forma de burlar a proibição canônica à usura, na medida em que ocultava uma transação de crédito sob forma de uma operação de compra e venda.
Ao analisar e descrever o contrato de renda, Lutero criticou o fato de que os riscos da ação econômica eram assumidos apenas pelo devedor. “Lutero defendia que os riscos fossem partilhados, e que as taxas de juros jamais excedessem os 5%”, explicou Rieth.
Contrapondo as práticas econômicas ao mandamento do Evangelho, Martinho Lutero restringia a permissão do empréstimo a juros somente a pessoas socialmente fragilizadas e que não tivessem condições de obter a sobrevivência material por meio do próprio trabalho.
Lutero deixou textos sobre práticas comerciais que considerava injustas, como a agiotagem, a especulação, a formação de monopólios e cartéis, a corretagem, a falência fraudulenta e o deságio.
Fonte: www.alcnoticias.org
Leia o livro
• Conversas com Lutero, Elben M. Lenz César
O pensamento do reformador em meados do século XVI já sinalizava para a crescente preocupação de partilhar “um pouco deste mundo com as gerações futuras”, destacou o professor Ricardo Willy Rieth, da Escola Superior de Teologia (EST) ao falar, no dia 30 de outubro, no Instituto Humanitas, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) sobre contribuições de Lutero na economia, ética e sociedade.
Nesta perspectiva, destacou Rieth, a relevância das reflexões de Lutero ganha eco num momento histórico em que “muitos se sentem cada vez mais desafiados a abandonar o projeto de mundo ‘moderno’, caracterizado pelo consumo irrestrito, pela riqueza de poucos, pela miséria de muitos e pelo acelerado esgotamento dos recursos naturais”.
Inspirado nos ensinamentos éticos de Jesus no sermão da montanha, Lutero argumentava que a pessoa cristã deveria oferecer livremente os seus bens aos mais fracos e necessitados. Além disso, caberia ao cristão emprestar de boa vontade as suas posses, sem exigir de volta nada além do que foi emprestado.
Defensor da propriedade privada, Lutero argumentava que o cristão deveria adquirir patrimônio para colocá-lo a favor do próximo, afirmou Rieth.
Contemporâneo de período de intensificação das práticas comerciais, o primeiro escrito do reformador acerca de temas econômicos é um sermão sobre determinada prática de usura, conhecida como “contrato de renda” (Zinskauff).
Segundo Lutero, esta prática representava uma forma de burlar a proibição canônica à usura, na medida em que ocultava uma transação de crédito sob forma de uma operação de compra e venda.
Ao analisar e descrever o contrato de renda, Lutero criticou o fato de que os riscos da ação econômica eram assumidos apenas pelo devedor. “Lutero defendia que os riscos fossem partilhados, e que as taxas de juros jamais excedessem os 5%”, explicou Rieth.
Contrapondo as práticas econômicas ao mandamento do Evangelho, Martinho Lutero restringia a permissão do empréstimo a juros somente a pessoas socialmente fragilizadas e que não tivessem condições de obter a sobrevivência material por meio do próprio trabalho.
Lutero deixou textos sobre práticas comerciais que considerava injustas, como a agiotagem, a especulação, a formação de monopólios e cartéis, a corretagem, a falência fraudulenta e o deságio.
Fonte: www.alcnoticias.org
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