Opinião
- 03 de outubro de 2016
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Quilombolas cada vez menos invisíveis
Antes de visitar a comunidade quilombola Cachoeira dos Forros, na zona rural da pequena cidade mineira de Passa Tempo (8 mil habitantes), MG, a 143 quilômetros de Belo Horizonte, o Mineiro com Cara de Matuto procurou ficar bem inteirado do significado da palavra “quilombo”. Para tanto, leu o precioso livro “Quilombolas -- somos todos parte dessa história”, de Nila Rodrigues Barbosa e Ulisses Manoel da Silva, e com muitas fotografias de Roberto Murta (Bicho do Mato, 2014), além de passar os olhos nas 331 páginas do “Dicionário da Escravidão” e nas 174 páginas do “Dicionário Escolar Afro-brasileiro”.
Historicamente, quilombo é a “comunidade formada pela fuga de negros, índios e, por vezes, até mesmo de brancos pobres, da condição de trabalho forçado”. De origem bantu, a palavra “quilombo” sempre existiu, mas com outro significado: lugar de pouso para viajantes e desenraizados, lugar de refúgio. Em 1740, a definição oficial era de uma habitação de pelo menos seis negros fugidos em algum lugar despovoado e sem moradias disponíveis. Os quilombos eram chamados também de terras de preto, comunidades negras e mocambos. Hoje, quilombo é uma comunidade afrorrural, habitada por afrodescendentes oriundos dos antigos quilombos, que se organizaram e mantêm sua identidade. Seus moradores são conhecidos como quilombolas. Há também comunidades quilombolas urbanas, poucas em relação às rurais, porém oficialmente reconhecidas como tal.
Segundo o governo, deve haver 2.849 quilombos reconhecidos no Brasil, que abrigam 214 mil famílias e 1,17 milhão de quilombolas, a maior parte abaixo da linha da extrema pobreza (74,73%). Praticamente são todos pretos ou pardos (92,1%). Um quarto deles não sabe ler (24,81%). Mas o Ministério do Desenvolvimento Social identifica um número bem maior: 3.524 comunidades. É provável que o número final possa chegar a 5 mil. Os cinco estados com maior número de quilombos em ordem decrescente são Maranhão (856), Bahia (549), Pará (417), Minas Gerais (207) e Piauí (173). Eles abrigam 62,5% das comunidades quilombolas.
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Historicamente, quilombo é a “comunidade formada pela fuga de negros, índios e, por vezes, até mesmo de brancos pobres, da condição de trabalho forçado”. De origem bantu, a palavra “quilombo” sempre existiu, mas com outro significado: lugar de pouso para viajantes e desenraizados, lugar de refúgio. Em 1740, a definição oficial era de uma habitação de pelo menos seis negros fugidos em algum lugar despovoado e sem moradias disponíveis. Os quilombos eram chamados também de terras de preto, comunidades negras e mocambos. Hoje, quilombo é uma comunidade afrorrural, habitada por afrodescendentes oriundos dos antigos quilombos, que se organizaram e mantêm sua identidade. Seus moradores são conhecidos como quilombolas. Há também comunidades quilombolas urbanas, poucas em relação às rurais, porém oficialmente reconhecidas como tal.
Segundo o governo, deve haver 2.849 quilombos reconhecidos no Brasil, que abrigam 214 mil famílias e 1,17 milhão de quilombolas, a maior parte abaixo da linha da extrema pobreza (74,73%). Praticamente são todos pretos ou pardos (92,1%). Um quarto deles não sabe ler (24,81%). Mas o Ministério do Desenvolvimento Social identifica um número bem maior: 3.524 comunidades. É provável que o número final possa chegar a 5 mil. Os cinco estados com maior número de quilombos em ordem decrescente são Maranhão (856), Bahia (549), Pará (417), Minas Gerais (207) e Piauí (173). Eles abrigam 62,5% das comunidades quilombolas.
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Elben Magalhães Lenz César foi o fundador da Editora Ultimato e redator da revista Ultimato até a sua morte, em outubro de 2016. Fundador do Centro Evangélico de Missões e pastor emérito da Igreja Presbiteriana de Viçosa (IPV), é autor de, entre outros, Por Que (Sempre) Faço o Que Não Quero?, Refeições Diárias com Jesus, Mochila nas Costas e Diário na Mão, Para (Melhor) Enfrentar o Sofrimento, Conversas com Lutero, Refeições Diárias com os Profetas Menores, A Pessoa Mais Importante do Mundo, História da Evangelização do Brasil e Práticas Devocionais. Foi casado por sessenta anos com Djanira Momesso César, com quem teve cinco filhas, dez netos e quatro bisnetos.
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