Opinião
- 16 de setembro de 2024
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Quatro modos em que o Congresso de Lausanne anterior moldou minha visão
Por René Breuel
Na próxima semana, 5 mil líderes cristãos de quase todas as nações se reunirão na Coreia do Sul para o quarto congresso global do Movimento Lausanne. Conforme faço minhas malas, lembranças e lições do congresso anterior na Cidade do Cabo ressurgem, trazendo um sorriso ao meu rosto e moldando minhas orações para o que o Senhor reservou para sua igreja este ano.
Aqui estão quatro maneiras pelas quais fui moldado pelo congresso global anterior que, espero, também abençoarão os participantes deste ano e a igreja em geral.
Capacitar a nova geração
Minha esposa e eu fomos participantes improváveis na Cidade do Cabo 2010. Tínhamos acabado de nos mudar do Brasil para a Itália e ainda não tínhamos começado os ministérios que lideramos agora. Éramos bem jovens também: um casal de 28 anos que trouxe um bebê de 8 meses consigo.
Porém, em Lausanne, nossa juventude não era desprezada, mas valorizada. Sarah liderou o Encontro de Líderes Jovens de Lausanne em 2016 e encorajou jovens de todo o mundo a receber o bastão que estava sendo passado para a nossa geração.
Em vez de adotar um horizonte de curto prazo em que buscamos realizar a evangelização mundial em poucos anos, percebi que é útil imaginar essa imensa tarefa como uma corrida de revezamento multigeracional. Como disse o missiólogo Andrew Walls: “Discipular uma nação envolve a entrada de Cristo no pensamento da nação, nos padrões de relacionamento, na maneira como a sociedade se articula e como as decisões são tomadas. Isso tem várias implicações. Uma delas é que o discipulado é um processo longo – leva gerações. A proclamação cristã é para os filhos e netos das pessoas que a ouvem.”
Ampliar a visão da igreja
Em nossos dias, o movimento evangélico encontra-se em um estado paradoxal: uma família global, vibrante e multilíngue de cristãos que, em vários países, está sendo deturbada pelo nacionalismo, pela divisão, pela polarização cultural e pela politização da religião.
São desafios difíceis de superar no nível nacional. Mas dentro desse paradoxo está uma das chaves para sua solução: irmãos e irmãs de outras culturas têm lentes para mostrar os ídolos que muitas vezes não vemos em nossas culturas.
No congresso global de Lausanne anterior, fui exposto a questões que surgem da pobreza e da riqueza, da tolerância e da perseguição, do crescimento e do declínio, e de como florescer em contextos em que somos maioria ou minoria. Percebi que, para uma agenda tão complexa, precisamos de uma liderança policêntrica que utilize os recursos do corpo mundial de Cristo. A sabedoria global é o antídoto para os nossos ídolos nacionais e culturais.
Crescer em consciência cultural
Por exemplo, a participação em um congresso cristão internacional ajudou a purificar e amadurecer minha própria identidade brasileira. O momento que mais me emocionou aconteceu quando um delegado brasileiro propôs que pedíssemos perdão aos africanos pelos séculos de escravidão em nosso país. Assim, a delegação brasileira se reuniu em uma tarde, africanos se juntaram a nós, e essa pessoa confessou os males decorrentes do sequestro e da exploração de africanos no nosso país.
Estávamos todos em lágrimas. Naquele momento, percebi que herdei padrões culturais pecaminosos. Até hoje, posso ser tentado a julgar as pessoas de acordo com sua aparência ou posição social, porque fui criado em uma sociedade que faz isso há séculos. Me senti lavado por dentro naquele momento de confissão coletiva.
Esse gesto fez com que os africanos pedissem perdão pelo que grupos étnicos fizeram uns aos outros no passado. Foi uma demonstração do poder redentor do Cristianismo que, oro, a igreja global possa experimentar novamente na edição deste ano.
Curtir louvor celestial
Na rotina da vida, o grão de mostarda do Evangelho pode parecer pequeno e insignificante. Portanto, foi inspirador ver com meus próprios olhos que o reino de Deus de fato cresce e se torna uma árvore internacional impressionante. Ao olhar ao meu redor na cerimônia de encerramento da Cidade do Cabo 2010, pude ver participantes vestidos com roupas nacionais adorando nosso Pai e Senhor.
Vivemos pela fé, não pelo que vemos (Hb 11.1). Mas ter um gostinho da eternidade de vez em faz bem, não é?
Saiba mais:
» Lições e desafios de Lausanne 3 para a Igreja de Cristo, Ultimato (edição 328, jan/fev 2011)
» Brasileiros se preparam para o IV Congresso Lausanne sobre Evangelização Mundial
Na próxima semana, 5 mil líderes cristãos de quase todas as nações se reunirão na Coreia do Sul para o quarto congresso global do Movimento Lausanne. Conforme faço minhas malas, lembranças e lições do congresso anterior na Cidade do Cabo ressurgem, trazendo um sorriso ao meu rosto e moldando minhas orações para o que o Senhor reservou para sua igreja este ano.
Aqui estão quatro maneiras pelas quais fui moldado pelo congresso global anterior que, espero, também abençoarão os participantes deste ano e a igreja em geral.
Capacitar a nova geração
Minha esposa e eu fomos participantes improváveis na Cidade do Cabo 2010. Tínhamos acabado de nos mudar do Brasil para a Itália e ainda não tínhamos começado os ministérios que lideramos agora. Éramos bem jovens também: um casal de 28 anos que trouxe um bebê de 8 meses consigo.
Porém, em Lausanne, nossa juventude não era desprezada, mas valorizada. Sarah liderou o Encontro de Líderes Jovens de Lausanne em 2016 e encorajou jovens de todo o mundo a receber o bastão que estava sendo passado para a nossa geração.
Em vez de adotar um horizonte de curto prazo em que buscamos realizar a evangelização mundial em poucos anos, percebi que é útil imaginar essa imensa tarefa como uma corrida de revezamento multigeracional. Como disse o missiólogo Andrew Walls: “Discipular uma nação envolve a entrada de Cristo no pensamento da nação, nos padrões de relacionamento, na maneira como a sociedade se articula e como as decisões são tomadas. Isso tem várias implicações. Uma delas é que o discipulado é um processo longo – leva gerações. A proclamação cristã é para os filhos e netos das pessoas que a ouvem.”
Ampliar a visão da igreja
Em nossos dias, o movimento evangélico encontra-se em um estado paradoxal: uma família global, vibrante e multilíngue de cristãos que, em vários países, está sendo deturbada pelo nacionalismo, pela divisão, pela polarização cultural e pela politização da religião.
São desafios difíceis de superar no nível nacional. Mas dentro desse paradoxo está uma das chaves para sua solução: irmãos e irmãs de outras culturas têm lentes para mostrar os ídolos que muitas vezes não vemos em nossas culturas.
No congresso global de Lausanne anterior, fui exposto a questões que surgem da pobreza e da riqueza, da tolerância e da perseguição, do crescimento e do declínio, e de como florescer em contextos em que somos maioria ou minoria. Percebi que, para uma agenda tão complexa, precisamos de uma liderança policêntrica que utilize os recursos do corpo mundial de Cristo. A sabedoria global é o antídoto para os nossos ídolos nacionais e culturais.
Crescer em consciência cultural
Por exemplo, a participação em um congresso cristão internacional ajudou a purificar e amadurecer minha própria identidade brasileira. O momento que mais me emocionou aconteceu quando um delegado brasileiro propôs que pedíssemos perdão aos africanos pelos séculos de escravidão em nosso país. Assim, a delegação brasileira se reuniu em uma tarde, africanos se juntaram a nós, e essa pessoa confessou os males decorrentes do sequestro e da exploração de africanos no nosso país.
Estávamos todos em lágrimas. Naquele momento, percebi que herdei padrões culturais pecaminosos. Até hoje, posso ser tentado a julgar as pessoas de acordo com sua aparência ou posição social, porque fui criado em uma sociedade que faz isso há séculos. Me senti lavado por dentro naquele momento de confissão coletiva.
Esse gesto fez com que os africanos pedissem perdão pelo que grupos étnicos fizeram uns aos outros no passado. Foi uma demonstração do poder redentor do Cristianismo que, oro, a igreja global possa experimentar novamente na edição deste ano.
Curtir louvor celestial
Na rotina da vida, o grão de mostarda do Evangelho pode parecer pequeno e insignificante. Portanto, foi inspirador ver com meus próprios olhos que o reino de Deus de fato cresce e se torna uma árvore internacional impressionante. Ao olhar ao meu redor na cerimônia de encerramento da Cidade do Cabo 2010, pude ver participantes vestidos com roupas nacionais adorando nosso Pai e Senhor.
Vivemos pela fé, não pelo que vemos (Hb 11.1). Mas ter um gostinho da eternidade de vez em faz bem, não é?
- René Breuel é pastor fundador da Hopera, uma igreja em Roma, e autor de Não é Fácil Ser Pai: Como domar os leõezinhos, não chatear sua esposa e recuperar (um pouco) a sanidade depois da paternidade (Mundo Cristão).
Saiba mais:
» Lições e desafios de Lausanne 3 para a Igreja de Cristo, Ultimato (edição 328, jan/fev 2011)
» Brasileiros se preparam para o IV Congresso Lausanne sobre Evangelização Mundial
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