Opinião
- 21 de dezembro de 2012
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Quatro lições do Natal
Cada celebração do nascimento de Jesus nos renova a oportunidade de aprender ou reaprender algo sobre o evento que transformou a história. Pensemos rápido sobre quatro elementos desse acontecimento e que lições nos ensinam:
1. O Senhor move o que quiser e quem quiser para cumprir os seus propósitos. Com um decreto, César Augusto indicou que todos deveriam se registrar em sua própria cidade (Lc 2.1-5). Assim, uma jovem prestes a se tornar mãe e seu noivo se deslocaram até Belém. As multidões, os impérios e os poderosos que nos governam muitas vezes nos fazem sentir pequenos e impotentes. Mas o personagem maior sempre atua de maneira a inclinar-se em favor do pequenino, movendo as peças para que “cedo ou tarde” seus desígnios se cumpram.
Se isso é verdade então a pergunta é se estamos atentos ao que o Senhor já vem fazendo, para que sejamos agentes privilegiados da sua ação no mundo. Busque ao Senhor e discirna onde ele já vem atuando. Se a ação é dele (em paternidade, iniciativa e controle), então o que me resta fazer é somar-me a ela com espírito humilde e agradecido.
2. O caminho do Senhor nem sempre é o mais fácil nem o mais simples. Vejam que o Senhor que move as autoridades máximas de um império aparentemente não foi capaz de reservar um alojamento para esse casal em Belém (Lc 2.6-7). Perguntamos-nos se não seria possível que movesse o coração do dono de uma estalagem ou que incitasse uma família para que fosse hospitaleira com os pais daquele bebê que viria para mudar o rumo do universo. Claro que seria possível, mas não foi esse o roteiro escolhido pelo grande chefe.
Esse bebê, quando grande, também não transformaria pedras para saciar sua fome com pães, nem daria saltos no vazio para ser acariciado por anjos. Também alertaria os desavisados de que ele não teria lugar para repousar sua cabeça. Que sua vida não seria fácil, que segui-lo tampouco implicaria em regalias e garantias. Pelo contrário, que segui-lo demandaria renúncia e levaria cada um a carregar sua própria cruz. Ele se tornou pobre por amor, para que cada um de nós se tornasse rico (2 Co 8.9), ainda que essa riqueza seja de uma natureza distinta à da nossa percepção comum. A vida nesse caminho não é fácil nem simples, mas assim é melhor, porque se trata de uma riqueza muito mais profunda e verdadeira.
3. Ele veio para que todos tivessem vida. A visita dos magos (que não eram três nem reis) foi surpreendente. Vindos do Oriente, possivelmente eram inesperados mágicos e astrólogos de nações consideradas pagãs. Esta visita antecipou quem se beneficiaria com a chegada do Messias. Não só uma família, nem só um povo, nem mesmo qualquer outro grupo de pessoas criado artificialmente por nossas próprias regras e tradições humanas. Se uma vida especial nascia naquele pequenino, essa vida era desde o princípio ofertada a todas as pessoas, de todos os grupos, de todas as nações.
Foi o próprio evangelho de Mateus, considerado como o evangelho escrito aos judeus, que deixa bem claro no seu início (por meio dos visitantes especiais), e no seu final (com o grande mandato para fazer discípulos em todos os povos), que essa vida era e é um oferecimento a toda a humanidade. Se muitos não a abraçam, talvez a culpa seja daqueles que se pensam exclusivos detentores dessa bênção. Por isso devemos ser vasos conscientes de que o que temos foi porque recebemos. Portanto somos bons mordomos que transbordam a todos os demais algo que não chegamos a ter por merecimento e que nem é “direito” exclusivo nosso.
4. Damos porque assim revelamos onde está nosso tesouro. Foi o Pai quem primeiro deu o seu próprio filho para que assim experimentássemos vida, abundante e eterna. O filho deu o seu tempo, as suas palavras, as suas ações, o seu corpo e o seu sangue... tudo também por amor a nós. Então faz sentido que um dos primeiros acontecimentos após o nascimento fosse também o ato de presentear, vindo daqueles senhores do Oriente que lhe trouxeram ouro, incenso e mirra.
Muito se diz, talvez até demasiado, sobre o significado de cada um dos presentes. Mas prestemos atenção por um momento somente naquele ato de dar. É verdade que Deus não precisa de nossos presentes, como se nossas mãos humanas pudessem dar a ele algo que realmente necessitasse (At 17.25). Não é assim que funciona. Na verdade, Deus não precisa de nada que lhe possamos oferecer. Então por que eles o presentearam e por que isso é registrado por Mateus (2.10-11)?
Parece que quando eles dão algo que lhes parece valioso, o que estão dizendo para o recém-nascido é que ele é o bem mais apreciado. O bebê é o tesouro, e não os bens preciosos que ele recebe. Assim é a nossa adoração a Deus, ou pelo menos assim deveria ser. Dou meu tempo, talentos e recursos, não porque Deus ou pessoas ao meu redor deles necessitem, mas porque, ao fazê-lo, eu declaro para Deus, para mim mesmo e para todos ao meu redor onde está meu verdadeiro tesouro.
Nesse Natal, onde está o seu tesouro? Ao longo do próximo ano buscarei aplicar essas pequenas lições em minha própria vida. Meus votos são que você também as torne concretas na sua.
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Um Natal sem Papai Noel
1. O Senhor move o que quiser e quem quiser para cumprir os seus propósitos. Com um decreto, César Augusto indicou que todos deveriam se registrar em sua própria cidade (Lc 2.1-5). Assim, uma jovem prestes a se tornar mãe e seu noivo se deslocaram até Belém. As multidões, os impérios e os poderosos que nos governam muitas vezes nos fazem sentir pequenos e impotentes. Mas o personagem maior sempre atua de maneira a inclinar-se em favor do pequenino, movendo as peças para que “cedo ou tarde” seus desígnios se cumpram.
Se isso é verdade então a pergunta é se estamos atentos ao que o Senhor já vem fazendo, para que sejamos agentes privilegiados da sua ação no mundo. Busque ao Senhor e discirna onde ele já vem atuando. Se a ação é dele (em paternidade, iniciativa e controle), então o que me resta fazer é somar-me a ela com espírito humilde e agradecido.
2. O caminho do Senhor nem sempre é o mais fácil nem o mais simples. Vejam que o Senhor que move as autoridades máximas de um império aparentemente não foi capaz de reservar um alojamento para esse casal em Belém (Lc 2.6-7). Perguntamos-nos se não seria possível que movesse o coração do dono de uma estalagem ou que incitasse uma família para que fosse hospitaleira com os pais daquele bebê que viria para mudar o rumo do universo. Claro que seria possível, mas não foi esse o roteiro escolhido pelo grande chefe.
Esse bebê, quando grande, também não transformaria pedras para saciar sua fome com pães, nem daria saltos no vazio para ser acariciado por anjos. Também alertaria os desavisados de que ele não teria lugar para repousar sua cabeça. Que sua vida não seria fácil, que segui-lo tampouco implicaria em regalias e garantias. Pelo contrário, que segui-lo demandaria renúncia e levaria cada um a carregar sua própria cruz. Ele se tornou pobre por amor, para que cada um de nós se tornasse rico (2 Co 8.9), ainda que essa riqueza seja de uma natureza distinta à da nossa percepção comum. A vida nesse caminho não é fácil nem simples, mas assim é melhor, porque se trata de uma riqueza muito mais profunda e verdadeira.
3. Ele veio para que todos tivessem vida. A visita dos magos (que não eram três nem reis) foi surpreendente. Vindos do Oriente, possivelmente eram inesperados mágicos e astrólogos de nações consideradas pagãs. Esta visita antecipou quem se beneficiaria com a chegada do Messias. Não só uma família, nem só um povo, nem mesmo qualquer outro grupo de pessoas criado artificialmente por nossas próprias regras e tradições humanas. Se uma vida especial nascia naquele pequenino, essa vida era desde o princípio ofertada a todas as pessoas, de todos os grupos, de todas as nações.
Foi o próprio evangelho de Mateus, considerado como o evangelho escrito aos judeus, que deixa bem claro no seu início (por meio dos visitantes especiais), e no seu final (com o grande mandato para fazer discípulos em todos os povos), que essa vida era e é um oferecimento a toda a humanidade. Se muitos não a abraçam, talvez a culpa seja daqueles que se pensam exclusivos detentores dessa bênção. Por isso devemos ser vasos conscientes de que o que temos foi porque recebemos. Portanto somos bons mordomos que transbordam a todos os demais algo que não chegamos a ter por merecimento e que nem é “direito” exclusivo nosso.
4. Damos porque assim revelamos onde está nosso tesouro. Foi o Pai quem primeiro deu o seu próprio filho para que assim experimentássemos vida, abundante e eterna. O filho deu o seu tempo, as suas palavras, as suas ações, o seu corpo e o seu sangue... tudo também por amor a nós. Então faz sentido que um dos primeiros acontecimentos após o nascimento fosse também o ato de presentear, vindo daqueles senhores do Oriente que lhe trouxeram ouro, incenso e mirra.
Muito se diz, talvez até demasiado, sobre o significado de cada um dos presentes. Mas prestemos atenção por um momento somente naquele ato de dar. É verdade que Deus não precisa de nossos presentes, como se nossas mãos humanas pudessem dar a ele algo que realmente necessitasse (At 17.25). Não é assim que funciona. Na verdade, Deus não precisa de nada que lhe possamos oferecer. Então por que eles o presentearam e por que isso é registrado por Mateus (2.10-11)?
Parece que quando eles dão algo que lhes parece valioso, o que estão dizendo para o recém-nascido é que ele é o bem mais apreciado. O bebê é o tesouro, e não os bens preciosos que ele recebe. Assim é a nossa adoração a Deus, ou pelo menos assim deveria ser. Dou meu tempo, talentos e recursos, não porque Deus ou pessoas ao meu redor deles necessitem, mas porque, ao fazê-lo, eu declaro para Deus, para mim mesmo e para todos ao meu redor onde está meu verdadeiro tesouro.
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É casado com Ruth e pai de Ana Júlia e Carolina. Integra o corpo pastoral da Igreja Metodista Livre da Saúde, em São Paulo (SP), serve globalmente como secretário adjunto para o engajamento com as Escrituras na IFES (International Fellowship of Evangelical Students) e também apoia a equipe da IFES América Latina.
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