Opinião
- 18 de dezembro de 2015
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“Quarto de Guerra”: de uma sinopse aparentemente trivial a um fim desafiador
OPINIÃO
O mercado cinematográfico é disputado por muitos e quase sempre dominado pelos grandes estúdios e distribuidoras. A batalha é acirrada. Por isso mesmo, quando um filme de menor expressão da cadeia produtiva rompe com o domínio da indústria ele chama a atenção da crítica e do público. Foi o caso do longa Quarto de Guerra. O filme é a mais nova realização dos irmãos Kendrick, que ficaram famosos por participar de produções como “Desafiando Gigantes” e “A Virada”. Neste novo projeto eles mandam um recado direto para a família cristã: o desafio de assumir uma conduta de protagonista na sociedade moderna.
Na trama, a jovem corretora Elizabeth está desiludida com seu marido, Tony Jordan, um bem sucedido vendedor da indústria farmacêutica, que cada dia se distancia mais da mulher e da filha para se dedicar ao trabalho e a seus próprios interesses. A vida da família Jordan vai ser sacudida quando Elizabeth conhece a divertida senhora Clara Williams. Clara, como prefere ser chamada, é uma anciã amorosa e cheia de sabedoria.
Comprometida em ajudar Elizabeth, ela apresenta seu “quarto de guerra”. O local é um cômodo de sua casa onde trava batalhas de oração e ensina a jovem esposa a usar táticas e armas espirituais para vencer a luta e reconstruir seu lar.
Esta sinopse pode parecer o tanto trivial. Pois, não é. O filme acerta em escolher o tema das relações conjugais para, a partir daí, destrinchar sua relação direta com o amor próprio, perdão e principalmente o amor como prova de fé ao nosso Deus. Os personagens foram escritos de maneira a serem críveis e refletirem os tipos encontrados em igrejas por todo o mundo. É impossível não reconhecer a energia contagiante e a fé da senhora Clara em alguém que fez parte de sua igreja ou história.
A rancorosa e morna Elizabeth também é figura presente em nossos círculos. No enredo, ela representa o padrão médio cristão de nossos tempos. Por isso mesmo, o diretor lança luz sobre ela, enfatizando sua fé nominal e tornando-a consciente de suas limitações.
No filme, o pecado é tratado com muita lucidez. A honestidade com as consequências que ele traz mediante as escolhas que fazemos deve ser ressaltada. Num tempo em que se difunde tão amplamente o triunfalismo antibíblico, é importante ratificar a luz da Palavra a máxima de que a redenção presente não apaga marcas do passado. Sem mascarar a verdade, ou dar soluções alternativas, o diretor lança sobre os protagonistas o peso de sofrer com as consequências de seus atos em outrora.
Surpreendente é a cena final. Espectadores em cinemas por todo o mundo têm reagido de forma positiva a ela. A sensação que eles têm relatado é a de viver uma grande emoção que desencadeia fortes convicções. “Glória a Deus! Ele é bom e venceu de novo!”, diria Clara Williams, aos pulos. Que esta convicção perdure e produza frutos que redundem em perdão e salvação de vidas.
A primeira batalha é manter este filme o maior tempo possível em salas por todo o país. Depois é esperar que ele consiga produzir vibrações e transformar tudo isso em um grande movimento. A promessa diz: “se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face...” Só depende de nós. Basta apenas correr para o “quarto de guerra” e clamar ao Pai. Ele está lá nos esperando.
• Jorge Ferreira Guimarães é estudante de jornalismo e tem formação técnica em roteiro de cinema e TV pela Academia Internacional de Cinema do Rio de Janeiro (RJ). Jorge faz parte da Missão Base, onde trabalha com comunicação e também integra a diretoria estatutária como 1º secretário.
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