Opinião
- 08 de outubro de 2008
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Protocletos
Karl Heinz Kienitz
Considero André uma das figuras mais peculiares do Novo Testamento. Com insistência referem-se a ele como “irmão de Simão”. A maioria de nós se incomodaria de ser constantemente lembrado como “irmão de fulano”. Parece-me, no entanto, que a indelicadeza dos outros nunca impactou as atitudes de André. Ao contrário, os poucos episódios em que é mencionado revelam um discípulo incomum, talvez o mais maduro dos apóstolos. A tradição ortodoxa o celebra como “Protocletos”, o que significa “o primeiro chamado”.
Depois de João Batista, André foi o primeiro a reconhecer em Jesus adulto o Messias (Jo 1.35-42). É impressionante constatar que a primeira reação de André não foi algum tipo de deleite intelectual ou êxtase espiritual, mas a iniciativa de levar seu irmão imediatamente à presença de Jesus. Esta conseqüência missiológica de André revela não só prioridades bem resolvidas, mas uma profunda segurança e perspicácia centrada nas coisas de Deus. Nas ocasiões em que Jesus ensinou sobre o final dos tempos (como em Mc 13.2-4) tenho como certo que André era o único a compreender algo do que o mestre dizia.
Quando Jesus, a título de teste, desafiou os discípulos a alimentarem uma multidão (Jo 6.5-11), Felipe apresentou uma excelente análise da impossibilidade da empreitada proposta. André, por outro lado, prontamente trouxe a Jesus os poucos pães e peixes disponíveis, mesmo sabendo serem insuficientes, e confiou a situação ao mestre que, como bem recordamos, sobrenaturalmente multiplicou os recursos levantados por André. A perspectiva correta de pessoas, de recursos e de Jesus que André revela de forma tão natural nesta história impactam-me profundamente.
Noutro episódio, alguns gregos vieram ver Jesus (Jo 12.20-22). Por algum motivo dirigiram-se primeiro a Felipe, que não soube o que fazer temendo provavelmente um novo episódio escandaloso, como aquele ocorrido com a mulher sírio-fenícia (Mc 7.28). Ocorreu a Felipe consultar André, que mostrou-se senhor da situação: tirou Felipe de sua perplexidade e levou aqueles estrangeiros a Jesus.
O testemunho bíblico da vida do “Protocletos” é sucinto, porém poderoso, e nos desafia a:
• sermos espiritualmente sensíveis e perspicazes, centrados nas coisas de Deus;
• levarmos pessoas a Jesus;
• termos a perspectiva correta de pessoas, dos recursos e do mestre;
• estarmos disponíveis a ajudar outros em seus momentos de perplexidade.
• Karl Heinz Kienitz é doutor em Engenharia Elétrica pela Escola Politécnica Federal de Zurique, Suíça, em 1990, e professor da Divisão de Engenharia Eletrônica do Instituto Tecnológico de Aeronáutica. (www.freewebs.com/kienitz)
Considero André uma das figuras mais peculiares do Novo Testamento. Com insistência referem-se a ele como “irmão de Simão”. A maioria de nós se incomodaria de ser constantemente lembrado como “irmão de fulano”. Parece-me, no entanto, que a indelicadeza dos outros nunca impactou as atitudes de André. Ao contrário, os poucos episódios em que é mencionado revelam um discípulo incomum, talvez o mais maduro dos apóstolos. A tradição ortodoxa o celebra como “Protocletos”, o que significa “o primeiro chamado”.
Depois de João Batista, André foi o primeiro a reconhecer em Jesus adulto o Messias (Jo 1.35-42). É impressionante constatar que a primeira reação de André não foi algum tipo de deleite intelectual ou êxtase espiritual, mas a iniciativa de levar seu irmão imediatamente à presença de Jesus. Esta conseqüência missiológica de André revela não só prioridades bem resolvidas, mas uma profunda segurança e perspicácia centrada nas coisas de Deus. Nas ocasiões em que Jesus ensinou sobre o final dos tempos (como em Mc 13.2-4) tenho como certo que André era o único a compreender algo do que o mestre dizia.
Quando Jesus, a título de teste, desafiou os discípulos a alimentarem uma multidão (Jo 6.5-11), Felipe apresentou uma excelente análise da impossibilidade da empreitada proposta. André, por outro lado, prontamente trouxe a Jesus os poucos pães e peixes disponíveis, mesmo sabendo serem insuficientes, e confiou a situação ao mestre que, como bem recordamos, sobrenaturalmente multiplicou os recursos levantados por André. A perspectiva correta de pessoas, de recursos e de Jesus que André revela de forma tão natural nesta história impactam-me profundamente.
Noutro episódio, alguns gregos vieram ver Jesus (Jo 12.20-22). Por algum motivo dirigiram-se primeiro a Felipe, que não soube o que fazer temendo provavelmente um novo episódio escandaloso, como aquele ocorrido com a mulher sírio-fenícia (Mc 7.28). Ocorreu a Felipe consultar André, que mostrou-se senhor da situação: tirou Felipe de sua perplexidade e levou aqueles estrangeiros a Jesus.
O testemunho bíblico da vida do “Protocletos” é sucinto, porém poderoso, e nos desafia a:
• sermos espiritualmente sensíveis e perspicazes, centrados nas coisas de Deus;
• levarmos pessoas a Jesus;
• termos a perspectiva correta de pessoas, dos recursos e do mestre;
• estarmos disponíveis a ajudar outros em seus momentos de perplexidade.
• Karl Heinz Kienitz é doutor em Engenharia Elétrica pela Escola Politécnica Federal de Zurique, Suíça, em 1990, e professor da Divisão de Engenharia Eletrônica do Instituto Tecnológico de Aeronáutica. (www.freewebs.com/kienitz)
Tem doutorado em Engenharia Elétrica pela Escola Politécnica Federal de Zurique, Suíça. É professor de engenharia em São José dos Campos (SP). É editor do blog Fé e Ciência.
- Textos publicados: 32 [ver]
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Site: http://www.freewebs.com/kienitz/
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