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- 31 de julho de 2018
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“Por que só agora você aceitou a Jesus?”
Por Filipe Emerick Caldeira
Nascido e criado em uma pequena cidade do interior de Minas Gerais, tive a benção de ser educado, desde o berço, em um lar cristão. Desde pequeno conheci as histórias bíblicas, frequentei a escola dominical, estudos bíblicos e cultos, acompanhado dos meus pais, na igreja presbiteriana que fica na mesma rua em que eles moram até hoje. Participei de cantatas, decorei versículos e o catecismo menor, vez ou outra participava do culto matutino que meus avós faziam, sempre com cântico de hinos, leitura bíblica e oração, de joelhos. Como identificar o momento em que me converti ao evangelho?
Em algumas ocasiões recebíamos a visita de pastores em nossa igreja, que terminavam a mensagem fazendo um apelo para aqueles que haviam aceitado a Jesus naquele dia. Mas esse Jesus, nascido da virgem Maria, filho amado de Deus, que realizou milagres e manifestou seu poder, que morreu no calvário, venceu a morte e está glorificado ao lado do Pai, era um velho conhecido meu. Pelo menos era o que meu coração, ainda infantil, acreditava.
Quando tinha entre dez e doze anos, em uma dessas ocasiões, me sentei no segundo banco da igreja, para ouvir os músicos visitantes e o pastor que participavam do culto conosco. Não me lembro dos detalhes desse dia, mas sei que o pastor falou sobre Jesus, sobre seu amor e sobre como precisamos nos arrepender dos nossos pecados e entregar nossas vidas inteiramente nas mãos de Deus. Meu coração ardia! Sabia que não podia continuar a viver como antes. Quando o pastor fez o apelo, convidando aqueles que tinham aceitado a Jesus para ir à frente da igreja, meu coração acelerou, meu pé quis dar um passo em atendimento ao chamado, mas em minha mente ressoava a dúvida: por que só agora você aceitou a Jesus? Todo esse tempo na igreja foi uma mentira?
A dúvida e a vergonha me paralisaram, fiquei onde estava. Mas orei a Deus, como se estivesse lá na frente. Entreguei minha vida a Ele, e me senti alegre. Pouco tempo depois iniciei a classe de catecúmenos, me preparando para a pública profissão de fé. Entendi melhor as doutrinas cristãs e o plano maravilhoso de Deus para nos salvar. Professei minha fé e continuei a participar das diversas atividades na igreja.
Com a adolescência e a decisão de ir estudar em outra cidade, longe dos pais e da igreja que frequentei a vida toda, minha proximidade com Deus diminuiu. Conheci e reconheci muitas fraquezas e pecados em minha vida. Me senti não mais pertencente a um corpo. Depois de um tempo me mudei de novo, e mais uma mudança de cenário: ao ir fazer cursinho, morando com tios e primos também cristãos, voltei a frequentar a igreja, cantar em corais, conversar sobre a vida espiritual e me aproximei de Cristo.
Quando, por fim, cheguei em Viçosa, para cursar engenharia, encontrei uma igreja e amigos que me motivaram e desafiaram a aprofundar no relacionamento com Deus. A conhecer realmente quem Ele é para então entender quem eu sou. Não foi fácil! E continua sendo um desafio, abandonar o velho homem. Mas sempre me lembro do coração ardente daquele menino, no segundo banco, ao receber Jesus como seu salvador. E essa lembrança me ajuda a perder a vergonha, reconhecer minha dependência, sair da paralisia e dar mais um passo na direção de Cristo. Compreendo hoje que, preciso me entregar, todos os dias, a Deus. Buscar ser santo, como Ele é. Me arrepender dos meus maus caminhos, e andar pelo caminho verdadeiro.
“Ensina a criança no Caminho em que deve andar, e mesmo quando for velho não se desviará dele!” (Pv. 22.6)
• Filipe Emerick Caldeira, 32 anos, cresceu em Dom Cavati, MG. Hoje é membro da Igreja Presbiteriana de Viçosa, engenheiro civil e atua como gestor na Editora Ultimato.
Nascido e criado em uma pequena cidade do interior de Minas Gerais, tive a benção de ser educado, desde o berço, em um lar cristão. Desde pequeno conheci as histórias bíblicas, frequentei a escola dominical, estudos bíblicos e cultos, acompanhado dos meus pais, na igreja presbiteriana que fica na mesma rua em que eles moram até hoje. Participei de cantatas, decorei versículos e o catecismo menor, vez ou outra participava do culto matutino que meus avós faziam, sempre com cântico de hinos, leitura bíblica e oração, de joelhos. Como identificar o momento em que me converti ao evangelho?
Em algumas ocasiões recebíamos a visita de pastores em nossa igreja, que terminavam a mensagem fazendo um apelo para aqueles que haviam aceitado a Jesus naquele dia. Mas esse Jesus, nascido da virgem Maria, filho amado de Deus, que realizou milagres e manifestou seu poder, que morreu no calvário, venceu a morte e está glorificado ao lado do Pai, era um velho conhecido meu. Pelo menos era o que meu coração, ainda infantil, acreditava.
Quando tinha entre dez e doze anos, em uma dessas ocasiões, me sentei no segundo banco da igreja, para ouvir os músicos visitantes e o pastor que participavam do culto conosco. Não me lembro dos detalhes desse dia, mas sei que o pastor falou sobre Jesus, sobre seu amor e sobre como precisamos nos arrepender dos nossos pecados e entregar nossas vidas inteiramente nas mãos de Deus. Meu coração ardia! Sabia que não podia continuar a viver como antes. Quando o pastor fez o apelo, convidando aqueles que tinham aceitado a Jesus para ir à frente da igreja, meu coração acelerou, meu pé quis dar um passo em atendimento ao chamado, mas em minha mente ressoava a dúvida: por que só agora você aceitou a Jesus? Todo esse tempo na igreja foi uma mentira?
A dúvida e a vergonha me paralisaram, fiquei onde estava. Mas orei a Deus, como se estivesse lá na frente. Entreguei minha vida a Ele, e me senti alegre. Pouco tempo depois iniciei a classe de catecúmenos, me preparando para a pública profissão de fé. Entendi melhor as doutrinas cristãs e o plano maravilhoso de Deus para nos salvar. Professei minha fé e continuei a participar das diversas atividades na igreja.
Com a adolescência e a decisão de ir estudar em outra cidade, longe dos pais e da igreja que frequentei a vida toda, minha proximidade com Deus diminuiu. Conheci e reconheci muitas fraquezas e pecados em minha vida. Me senti não mais pertencente a um corpo. Depois de um tempo me mudei de novo, e mais uma mudança de cenário: ao ir fazer cursinho, morando com tios e primos também cristãos, voltei a frequentar a igreja, cantar em corais, conversar sobre a vida espiritual e me aproximei de Cristo.
Quando, por fim, cheguei em Viçosa, para cursar engenharia, encontrei uma igreja e amigos que me motivaram e desafiaram a aprofundar no relacionamento com Deus. A conhecer realmente quem Ele é para então entender quem eu sou. Não foi fácil! E continua sendo um desafio, abandonar o velho homem. Mas sempre me lembro do coração ardente daquele menino, no segundo banco, ao receber Jesus como seu salvador. E essa lembrança me ajuda a perder a vergonha, reconhecer minha dependência, sair da paralisia e dar mais um passo na direção de Cristo. Compreendo hoje que, preciso me entregar, todos os dias, a Deus. Buscar ser santo, como Ele é. Me arrepender dos meus maus caminhos, e andar pelo caminho verdadeiro.
“Ensina a criança no Caminho em que deve andar, e mesmo quando for velho não se desviará dele!” (Pv. 22.6)
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