Opinião
- 04 de novembro de 2024
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Perigo à vista ! - Vulnerabilidades que tornam filhos de missionários mais suscetíveis ao abuso e ao silêncio
Abusadores estão em toda parte, e buscam uma posição de confiança para terem acesso fácil e, se possível, irrestrito às crianças
Especial
Por Braian Pitondo
Experiências com intervenções e respostas de casos de abuso envolvendo filhos de missionários (FMs) têm nos ajudado a identificar os principais fatores que o tornam vulnerável. Como assim? O filho de missionário é vulnerável ao abuso?
Na pesquisa “Força Missionária Brasileira 2022”,1 uma das perguntas feitas foi sobre quais tipos de abuso as agências brasileiras transculturais já haviam enfrentado. As respostas mostram que 23% lidaram com o abuso sexual de crianças em seu meio, 19% identificam o abuso emocional, 16%, a negligência, 14%, o abuso físico e 7%, o abuso espiritual. Geralmente, o abuso espiritual não é contemplado nas leis e, muitas vezes, acompanha outros tipos de abuso. Muitas agências têm casos de abuso em sua história que talvez nunca tenham vindo à tona e que podem ser descobertos no futuro.
No contexto transcultural, alguns tipos de abuso podem ser vistos como aspectos culturais e, por isso, não são identificados como tal. Uma disciplina violenta pode ser considerada como algo cultural e, portanto, “inquestionável”. O controle e o autoritarismo são considerados normais e até bíblicos, e podem ser sinais de que outros tipos de abuso estejam ocorrendo às escondidas.
Uma frase questionável, apesar de famosa em alguns treinamentos missionários, é: “Não existe certo ou errado, apenas diferente”. Mas existe, sim, certo e errado; existem limites e um padrão respeitoso e, ou legal de tratamento. As crianças devem ser protegidas da “cultura” ou até mesmo dos seus pais, se e quando necessário.
Os pontos de vulnerabilidade a seguir não são exclusivos aos FMs, pois também vulnerabilizam outros grupos de crianças, mas destacam-se como sendo presentes e comuns na vida dos FMs.
Alto nível de confiança
A confiança de que “todos são do bem” talvez seja o maior fator de vulnerabilidade do FM. Sabemos que abusadores estão em toda parte e que buscam uma posição de confiança em uma comunidade ou organização para terem acesso fácil e, se possível, irrestrito às crianças. A confiança é uma das ferramentas mais poderosas que um abusador tem no processo de aliciamento da criança, família e comunidade.
“Somos todos uma família”, a família de Deus servindo em sua obra. O simples fato de uma pessoa fazer parte de uma organização missionária já a coloca na condição de ser considerada de confiança; e, se é de confiança, é alguém que pode ter acesso às crianças.
Ao chegar ao campo missionário, os pais simplesmente confiam em sua equipe. Dependendo do contexto, deixam seus filhhos sem sua supervisão para serem cuidados por outros.
Ingenuidade – abuso não acontece no meio cristão
Ao acreditar que todos são cristãos de confiança e que, portanto, o abuso não chega nesse lugar, deixamos a porta escancarada para muitos danos às crianças.
Não conhecemos o pecado do nosso irmão. Não sabemos qual a luta de quem está do nosso lado. Podemos ter em nosso meio alguém que lute contra o pecado sexual; alguém que tenha o desejo de relacionar-se com crianças; alguém que, em sua luta contra a ira ou o sadismo, goste de direcionar suas tendências violentas ou narcisistas às crianças, infligindo a elas vários tipos de dano, inclusive emocional.
Há abusadores que se infiltrarão na comunidade para abusar dessa confiança, acessar as crianças e causar-lhes danos das mais variadas formas.
Alta demanda de voluntários ou obreiros com uma triagem deficiente
Muitas vezes, as organizações e agências missionárias não têm obreiros suficientes e aceitam, sem critérios bem definidos, qualquer pessoa em suas equipes.
Como uma boa triagem, além de dar trabalho, pode “afastar” candidatos, por vezes não realizamos um trabalho adequado de seleção das pessoas que trabalharão em nossas agências.
Mesmo organizações que se preocupam com quem trabalha com crianças às vezes deixam de fazer uma boa triagem dos que trabalham no escritório ou na manutenção, esquecendo-se de que eles terão acesso aos FMs e serão considerados de confiança pelas crianças.
Isolamento, transição e integração
Muitas vezes, os FMs vivem isolados, seja por morarem longe, de outros membros da equipe, de outras pessoas da mesma cultura, por estudarem em casa na nova e desconhecida comunidade. Eles podem não ter amigos da mesma faixa etária e sentirem muita solidão. As muitas mudanças significam despedidas e relacionamentos rompidos e podem tornar os FMs mais vulneráveis.
A transição adicionada a uma nova construção cultural, em que os FMs não sabem exatamente o que é certo ou errado, o que pode ou não pode, o que é apropriado ou não naquela cultura também podem torná-los vulneráveis.
O isolamento e a solidão, com todas as crises que geram, podem fazer com que a criança sofra um nível altíssimo de estresse, a ponto de causar dano a si mesma ou entregar-se facilmente a qualquer pessoa, permitindo comportamentos “estranhos” e inapropriados.
Falta de integração dos FMs com o restante da equipe
A falta de integração dos FMs entre si e com membros adultos da equipe pode ser um fator de vulnerabilidade, especialmente no contexto transcultural, pois a equipe pode ser a única rede de proteção disponível para alguns deles.
Se a criança que está afastada de seus amigos e familiares não encontrar um ambiente em que possa se sentir segura, se abrir ou pedir ajuda quando necessário, ela poderá se tornar uma vítima dentro de sua própria casa sem a menor esperança de colocar um fim no ciclo abusivo em que vive.
Por isso, não deve haver famílias missionárias isoladas em nenhum campo. É necessário ter no mínimo duas famílias. Precisamos propagar o evangelho, mas sempre com muito cuidado, responsabilidade e prestação de contas.
Falsa sensação de que são independentes
É admirável como FMs são independentes. Desde muito novos se desembaraçam facilmente em aeroportos, se comunicam em mais de uma língua, sabem resolver problemas logísticos, viajam para outros países e conhecem muitas pessoas. Eles se adaptam às mais diferentes realidades e sabem muito bem “cuidar de si mesmos”.
Isso causa uma falsa sensação de que não dependem dos adultos. Assim, os adultos esquecem que, por mais que tenham adquirido muitas habilidades, os FMs ainda são crianças que dependem deles.
Prioridade ao ministério em detrimento dos FMs
Não há ministério que justifique ou faça valer a pena sacrificar o bem-estar, a estrutura emocional e espiritual dos filhos. Eles nunca devem ficar em segundo plano. Pais não deveriam deixar os filhos constantemente sozinhos em casa porque precisam atender outras famílias ou porque as demandas de trabalho são muitas. Também não deveriam deixar seus filhos com babás ou pessoas que mal conhecem para poderem exercer o ministério.
Falta de treinamento missionário cultural para os FMs
Temos nos esforçado para treinar e preparar nossos missionários para o campo. Mas nem sempre temos nos lembrado de preparar os FMs.
É preciso entender que eles precisam saber sobre as crises que virão, o choque cultural, o respeito à cultura e, mais importante, sobre como se autoproteger naquele lugar e cultura. Devem saber o que podem ou não podem fazer, o que aceitar, ou não, de tratamento em relação a eles próprios, suas limitações e suas liberdades.
O que faz com que os FMs sofram calados?
Entrevistando vítimas de abuso no contexto missionário, especialmente transcultural, tenho percebido alguns motivos que têm feito FMs ficarem em silêncio sobre o abuso. Especialmente em casos de abusos familiares.
Eles podem sofrer calados para que sua família não seja prejudicada, por causa da imagem que passarão. Este medo está ligado a algumas consequências que eles querem evitar:
- que se sua família seja vista como problemática, a igreja pare de apoiar o ministério de seus pais e a família fique sem sustento;
- que os pais tenham que deixar de ser missionários e, com isso, eles percam bolsas escolares e outras concessões, incluindo o direito de participar de grupos e redes de relacionamento;
- prejudicar a obra de Deus e o ministério dos pais. Um FM que sofria abusos severos dentro de casa falou: “Valeu a pena ter vivido tudo isso calado, pois o meu silêncio permitiu que meu pai pudesse permanecer realizando seu ministério, e assim muitas vidas foram salvas”;
- ter que “voltar para casa”. O medo de que, com a exposição do abuso sofrido, seja preciso voltar “para casa” – a casa dos pais – é real. Alguns FMs temem ter de deixar o lugar em que sentem seguros para viver no lugar que seus pais chamam de lar.
As organizações e agências missionárias precisam examinar cada situação para saber se ou quando devem retirar uma família do campo para não infligir ainda mais dor ao FM vítima de abuso, oferecendo-lhe cuidado em um ambiente estável e seguro.
É importante atentar mais ao cuidado e proteção dos FMs em nossas organizações e implementar políticas e protocolos para diminuir os riscos.
Nota
1. Leia a Pesquisa Força Missionária Brasileira 2022 aqui.
Braian Pitondo, casado, dois filhos, é diretor do Departamento de Proteção à Criança da Operação Mobilização (OM) na América Latina e coordenador de respostas do Departamento de Proteção à Criança da Associação de Missões Transculturais Brasileiras (AMTB). É bacharel em teologia, especialista em proteção organizacional à criança e prevenção ao abuso sexual contra a criança e pós-graduado em psicologia e desenvolvimento infantil.
REVISTA ULTIMATO – BÍBLIA: REVELAÇÃO E LITERATURA
Ultimato mostra, entre outras coisas, a riqueza das Escrituras quando lidas como literatura, sem diminuir o seu caráter sagrado — a sua inspiração divina.
E reafirmamos o que publicamos em outra edição recente: A Bíblia Ainda Fala — “As Escrituras contêm a narrativa que dá sentido, esclarece e comunica a soberania e sabedoria de Deus. A lealdade ao que está exposto no Livro deve ser a marca dos cristãos”.
É disso que trata a matéria de capa da edição 410 da revista Ultimato. Para assinar, clique aqui.
Saiba mais:
» Criando Filhos entre Culturas – Para cuidar melhor da família morando no exterior, Alicia Bausch Macedo (org.)
» Estamos de Mudança – Um guia para famílias em mudança de casa, de cidade, de país, Alicia Bausch Macedo
» A garota [da foto] na geladeira - os filhos de missionários também são chamados?, por Klênia Fassoni e Ariane Gomes
Especial
Por Braian Pitondo
Experiências com intervenções e respostas de casos de abuso envolvendo filhos de missionários (FMs) têm nos ajudado a identificar os principais fatores que o tornam vulnerável. Como assim? O filho de missionário é vulnerável ao abuso?
Na pesquisa “Força Missionária Brasileira 2022”,1 uma das perguntas feitas foi sobre quais tipos de abuso as agências brasileiras transculturais já haviam enfrentado. As respostas mostram que 23% lidaram com o abuso sexual de crianças em seu meio, 19% identificam o abuso emocional, 16%, a negligência, 14%, o abuso físico e 7%, o abuso espiritual. Geralmente, o abuso espiritual não é contemplado nas leis e, muitas vezes, acompanha outros tipos de abuso. Muitas agências têm casos de abuso em sua história que talvez nunca tenham vindo à tona e que podem ser descobertos no futuro.
No contexto transcultural, alguns tipos de abuso podem ser vistos como aspectos culturais e, por isso, não são identificados como tal. Uma disciplina violenta pode ser considerada como algo cultural e, portanto, “inquestionável”. O controle e o autoritarismo são considerados normais e até bíblicos, e podem ser sinais de que outros tipos de abuso estejam ocorrendo às escondidas.
Uma frase questionável, apesar de famosa em alguns treinamentos missionários, é: “Não existe certo ou errado, apenas diferente”. Mas existe, sim, certo e errado; existem limites e um padrão respeitoso e, ou legal de tratamento. As crianças devem ser protegidas da “cultura” ou até mesmo dos seus pais, se e quando necessário.
Os pontos de vulnerabilidade a seguir não são exclusivos aos FMs, pois também vulnerabilizam outros grupos de crianças, mas destacam-se como sendo presentes e comuns na vida dos FMs.
Alto nível de confiança
A confiança de que “todos são do bem” talvez seja o maior fator de vulnerabilidade do FM. Sabemos que abusadores estão em toda parte e que buscam uma posição de confiança em uma comunidade ou organização para terem acesso fácil e, se possível, irrestrito às crianças. A confiança é uma das ferramentas mais poderosas que um abusador tem no processo de aliciamento da criança, família e comunidade.
“Somos todos uma família”, a família de Deus servindo em sua obra. O simples fato de uma pessoa fazer parte de uma organização missionária já a coloca na condição de ser considerada de confiança; e, se é de confiança, é alguém que pode ter acesso às crianças.
Ao chegar ao campo missionário, os pais simplesmente confiam em sua equipe. Dependendo do contexto, deixam seus filhhos sem sua supervisão para serem cuidados por outros.
Ingenuidade – abuso não acontece no meio cristão
Ao acreditar que todos são cristãos de confiança e que, portanto, o abuso não chega nesse lugar, deixamos a porta escancarada para muitos danos às crianças.
Não conhecemos o pecado do nosso irmão. Não sabemos qual a luta de quem está do nosso lado. Podemos ter em nosso meio alguém que lute contra o pecado sexual; alguém que tenha o desejo de relacionar-se com crianças; alguém que, em sua luta contra a ira ou o sadismo, goste de direcionar suas tendências violentas ou narcisistas às crianças, infligindo a elas vários tipos de dano, inclusive emocional.
Há abusadores que se infiltrarão na comunidade para abusar dessa confiança, acessar as crianças e causar-lhes danos das mais variadas formas.
Alta demanda de voluntários ou obreiros com uma triagem deficiente
Muitas vezes, as organizações e agências missionárias não têm obreiros suficientes e aceitam, sem critérios bem definidos, qualquer pessoa em suas equipes.
Como uma boa triagem, além de dar trabalho, pode “afastar” candidatos, por vezes não realizamos um trabalho adequado de seleção das pessoas que trabalharão em nossas agências.
Mesmo organizações que se preocupam com quem trabalha com crianças às vezes deixam de fazer uma boa triagem dos que trabalham no escritório ou na manutenção, esquecendo-se de que eles terão acesso aos FMs e serão considerados de confiança pelas crianças.
Isolamento, transição e integração
Muitas vezes, os FMs vivem isolados, seja por morarem longe, de outros membros da equipe, de outras pessoas da mesma cultura, por estudarem em casa na nova e desconhecida comunidade. Eles podem não ter amigos da mesma faixa etária e sentirem muita solidão. As muitas mudanças significam despedidas e relacionamentos rompidos e podem tornar os FMs mais vulneráveis.
A transição adicionada a uma nova construção cultural, em que os FMs não sabem exatamente o que é certo ou errado, o que pode ou não pode, o que é apropriado ou não naquela cultura também podem torná-los vulneráveis.
O isolamento e a solidão, com todas as crises que geram, podem fazer com que a criança sofra um nível altíssimo de estresse, a ponto de causar dano a si mesma ou entregar-se facilmente a qualquer pessoa, permitindo comportamentos “estranhos” e inapropriados.
Falta de integração dos FMs com o restante da equipe
A falta de integração dos FMs entre si e com membros adultos da equipe pode ser um fator de vulnerabilidade, especialmente no contexto transcultural, pois a equipe pode ser a única rede de proteção disponível para alguns deles.
Se a criança que está afastada de seus amigos e familiares não encontrar um ambiente em que possa se sentir segura, se abrir ou pedir ajuda quando necessário, ela poderá se tornar uma vítima dentro de sua própria casa sem a menor esperança de colocar um fim no ciclo abusivo em que vive.
Por isso, não deve haver famílias missionárias isoladas em nenhum campo. É necessário ter no mínimo duas famílias. Precisamos propagar o evangelho, mas sempre com muito cuidado, responsabilidade e prestação de contas.
Falsa sensação de que são independentes
É admirável como FMs são independentes. Desde muito novos se desembaraçam facilmente em aeroportos, se comunicam em mais de uma língua, sabem resolver problemas logísticos, viajam para outros países e conhecem muitas pessoas. Eles se adaptam às mais diferentes realidades e sabem muito bem “cuidar de si mesmos”.
Isso causa uma falsa sensação de que não dependem dos adultos. Assim, os adultos esquecem que, por mais que tenham adquirido muitas habilidades, os FMs ainda são crianças que dependem deles.
Prioridade ao ministério em detrimento dos FMs
Não há ministério que justifique ou faça valer a pena sacrificar o bem-estar, a estrutura emocional e espiritual dos filhos. Eles nunca devem ficar em segundo plano. Pais não deveriam deixar os filhos constantemente sozinhos em casa porque precisam atender outras famílias ou porque as demandas de trabalho são muitas. Também não deveriam deixar seus filhos com babás ou pessoas que mal conhecem para poderem exercer o ministério.
Falta de treinamento missionário cultural para os FMs
Temos nos esforçado para treinar e preparar nossos missionários para o campo. Mas nem sempre temos nos lembrado de preparar os FMs.
É preciso entender que eles precisam saber sobre as crises que virão, o choque cultural, o respeito à cultura e, mais importante, sobre como se autoproteger naquele lugar e cultura. Devem saber o que podem ou não podem fazer, o que aceitar, ou não, de tratamento em relação a eles próprios, suas limitações e suas liberdades.
O que faz com que os FMs sofram calados?
Entrevistando vítimas de abuso no contexto missionário, especialmente transcultural, tenho percebido alguns motivos que têm feito FMs ficarem em silêncio sobre o abuso. Especialmente em casos de abusos familiares.
Eles podem sofrer calados para que sua família não seja prejudicada, por causa da imagem que passarão. Este medo está ligado a algumas consequências que eles querem evitar:
- que se sua família seja vista como problemática, a igreja pare de apoiar o ministério de seus pais e a família fique sem sustento;
- que os pais tenham que deixar de ser missionários e, com isso, eles percam bolsas escolares e outras concessões, incluindo o direito de participar de grupos e redes de relacionamento;
- prejudicar a obra de Deus e o ministério dos pais. Um FM que sofria abusos severos dentro de casa falou: “Valeu a pena ter vivido tudo isso calado, pois o meu silêncio permitiu que meu pai pudesse permanecer realizando seu ministério, e assim muitas vidas foram salvas”;
- ter que “voltar para casa”. O medo de que, com a exposição do abuso sofrido, seja preciso voltar “para casa” – a casa dos pais – é real. Alguns FMs temem ter de deixar o lugar em que sentem seguros para viver no lugar que seus pais chamam de lar.
As organizações e agências missionárias precisam examinar cada situação para saber se ou quando devem retirar uma família do campo para não infligir ainda mais dor ao FM vítima de abuso, oferecendo-lhe cuidado em um ambiente estável e seguro.
É importante atentar mais ao cuidado e proteção dos FMs em nossas organizações e implementar políticas e protocolos para diminuir os riscos.
Nota
1. Leia a Pesquisa Força Missionária Brasileira 2022 aqui.
Braian Pitondo, casado, dois filhos, é diretor do Departamento de Proteção à Criança da Operação Mobilização (OM) na América Latina e coordenador de respostas do Departamento de Proteção à Criança da Associação de Missões Transculturais Brasileiras (AMTB). É bacharel em teologia, especialista em proteção organizacional à criança e prevenção ao abuso sexual contra a criança e pós-graduado em psicologia e desenvolvimento infantil.
REVISTA ULTIMATO – BÍBLIA: REVELAÇÃO E LITERATURA
Ultimato mostra, entre outras coisas, a riqueza das Escrituras quando lidas como literatura, sem diminuir o seu caráter sagrado — a sua inspiração divina.
E reafirmamos o que publicamos em outra edição recente: A Bíblia Ainda Fala — “As Escrituras contêm a narrativa que dá sentido, esclarece e comunica a soberania e sabedoria de Deus. A lealdade ao que está exposto no Livro deve ser a marca dos cristãos”.
É disso que trata a matéria de capa da edição 410 da revista Ultimato. Para assinar, clique aqui.
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» Criando Filhos entre Culturas – Para cuidar melhor da família morando no exterior, Alicia Bausch Macedo (org.)
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