Opinião
- 04 de outubro de 2018
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Perguntaram-me em quem vou votar
Por Gerson Borges
Perguntaram-me em quem vou votar. Eu não titubeei. Disse na hora e na lata que vou votar em uma pessoa e em um projeto. Em uma pessoa porque não somos o que fazemos, mas sempre fazemos o que somos. O meu caráter, que é a soma dos meus atos, em algum momento se mostrará, não tem jeito. Se é um caráter constituído de vícios, pecados ou de excelências, virtudes, isso se revelará. Voto na pessoa. E voto no projeto. Porque, repito, não somos o que fazemos, mas fazemos o que somos. E não me esqueço também que caráter é mais importante que carisma. Não caia no discurso fanfarrão, na pirotecnia marqueteira. Eu não caio... mais. Chega de manipulação midiática.
Disse também que vou votar em alguém que não brinque de Deus – chega de tiranozinhos(as) autodivinizados(as). Chega de césares, faraós, napoleões, hitlers, stalins – essa turma autoritária e antidemocrática, tanto de direita quanto de esquerda. Porque tirania é tirania. Déspota é déspota. Tenha a ideologia que tiver, é sempre um gambá cheirando o outro, como dizia minha avó. Farinha do mesmo saco de fanfarronice e enganação do povo. Deus, alguém capaz de fazer o que o homem não é capaz, só há um, o Eterno, o Criador. Não compre cópias genéricas, piratas. Não seja tolo. Eu não sou... mais.
Outra coisa importante: não voto em gente raivosa, babando ódio pelos cantos da boca. Ira não é uma excelência de caráter, pelo contrário – é vício, é pecado capital. Capitaliza, encabeça, gera outros: mentira, falso testemunho, injúria, a barbaridade dos ataques nas redes sociais. O Brasil precisa de gente de (bom) caráter com a caneta na mão. Você deixaria uma criança assumir o volante do seu carro? Seria muita irresponsabilidade, não é mesmo? Porque deixar uma pessoa “de fraldas” fazer e executar leis? Não vou colocar “adolescentes” inconsequentes no comando na nossa vida pública e social. Não quero, não posso e não vou eleger irresponsáveis briguentos e ensimesmados. Isso eu não faço... mais.
Eu não voto mesmo por razões meramente ideológicas. Por que? O que é ser comunista hoje? A China comunista é a fábrica do... mundo capitalista! Conta outra. Capitalismo de elite é o mesmo que capitalismo de Estado, ora bolas! E, olhem só que coisa: quando digo que temos que cuidar do pobre (a não ser que a sua Bíblia não tenha os profetas Isaías, Amós e os demais, os Evangelhos, as Cartas de Paulo e, sobretudo, a Epístola de Tiago; cuidar dos pobres, trabalhar por justiça social, não é comunismo ateu, é cristianismo bíblico) sou chamado de "esquerdista". Quando afirmo a família segundo as Escrituras – o resultado da união monogâmica entre um homem e uma mulher (Gn 1 e 2, Efésios, a Bíblia inteira, enfim) sou um "retrógrado conservador de direita". Haja paciência! Não voto em que não perceba o quão raso é esse pensamento. Chega!
Vou votar em quem conheça e leve a sério as nossas enormes e antigas demandas sociais: tem que saber o que precisamos fazer efetivamente com a educação nos próximos 30, 40 anos. Sem educação continuaremos andando para trás em termos de desenvolvimento, segurança, empregabilidade, saúde pública, entre outros assuntos seríssimos como a galopante e voraz dívida pública, a previdência e o nosso falido sistema político-partidário. E tem de fazer uma lição de casa complicadíssima: como equacionar a questão da sustentabilidade. Como crescer sem destruir de vez esse planeta. Desafio posto. E não é nada, nada pequeno. Seu candidato, sua opção, sabe responder a esse dilema?
A lista prossegue até ficar enjoativa. Melhor concluir dizendo que não vou votar sem orar. Se eu sou evangélico, oro antes de qualquer decisão importante e, acreditem, essa é uma das mais importantes, senão a mais importante eleição da história desse nosso país que teima em não crescer, avançar, progredir. Eu leio as Escrituras, oro, medito. Penso de joelhos. Está faltando isso: pensar de joelhos. Pelo que tenho lido, ouvido. Estamos falando sem pensar, usando a Bíblia de forma ridícula, absurda, para sustentar posicionamentos ideológicos (por exemplo, o termo "esquerda e direita" – um conceito de honra no Antigo Testamento, "à destra/direita do Rei” etc, mas que nada tem a ver com o conceito ideológico de direita e esquerda de hoje, filho e fruto da Revolução Francesa. Eu me envergonho mais dessa leitura ridícula da Bíblia do que de nenhuma leitura... e tenho certeza de que os crentes que estão vociferando ofensas online aos seus inimigos políticos não estão orando pelos mesmos. O que estamos fazendo com o mandamento bíblico de “orar pelos nossos inimigos e abençoá-los"? Que cristianismo é esse que quer defender a família e matar o próximo?
Pronto. Falei. Eu vou votar em uma pessoa-projeto, vou votar em quem saiba do perigo de querer ser Deus, em gente civilizada, lúcida, serena, em quem seja capaz de ir além da caixinha ideológico-partidária, tenha um projeto de país que priorize a educação – mãe de todas as políticas públicas – e farei isso pensando de joelhos, com as Escrituras abertas. Não consigo achar outra postura. Porque sou crente. Creio no Deus Vivo: "Seja bendito o nome de Deus para todo o sempre, porque são dele a sabedoria e a força. Ele muda os tempos e as estações; ele remove os reis e estabelece os reis; é ele quem dá a sabedoria aos sábios e o entendimento aos entendidos. Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz" (Dn 2.20-22). Creio no Deus que usou Artaxerxes para reconstruir Jerusalém, que chamou Ciro de "meu servo". O Senhor dos senhores nos ajude a eleger quem vai presidir e elaborar as leis para o Brasil.
***
Leia mais
» O que o povo quer? A eleição para presidente em 2018
» Os evangélicos e as eleições de 2018: para votar melhor no dia 7 de outubro
Perguntaram-me em quem vou votar. Eu não titubeei. Disse na hora e na lata que vou votar em uma pessoa e em um projeto. Em uma pessoa porque não somos o que fazemos, mas sempre fazemos o que somos. O meu caráter, que é a soma dos meus atos, em algum momento se mostrará, não tem jeito. Se é um caráter constituído de vícios, pecados ou de excelências, virtudes, isso se revelará. Voto na pessoa. E voto no projeto. Porque, repito, não somos o que fazemos, mas fazemos o que somos. E não me esqueço também que caráter é mais importante que carisma. Não caia no discurso fanfarrão, na pirotecnia marqueteira. Eu não caio... mais. Chega de manipulação midiática.
Disse também que vou votar em alguém que não brinque de Deus – chega de tiranozinhos(as) autodivinizados(as). Chega de césares, faraós, napoleões, hitlers, stalins – essa turma autoritária e antidemocrática, tanto de direita quanto de esquerda. Porque tirania é tirania. Déspota é déspota. Tenha a ideologia que tiver, é sempre um gambá cheirando o outro, como dizia minha avó. Farinha do mesmo saco de fanfarronice e enganação do povo. Deus, alguém capaz de fazer o que o homem não é capaz, só há um, o Eterno, o Criador. Não compre cópias genéricas, piratas. Não seja tolo. Eu não sou... mais.
Outra coisa importante: não voto em gente raivosa, babando ódio pelos cantos da boca. Ira não é uma excelência de caráter, pelo contrário – é vício, é pecado capital. Capitaliza, encabeça, gera outros: mentira, falso testemunho, injúria, a barbaridade dos ataques nas redes sociais. O Brasil precisa de gente de (bom) caráter com a caneta na mão. Você deixaria uma criança assumir o volante do seu carro? Seria muita irresponsabilidade, não é mesmo? Porque deixar uma pessoa “de fraldas” fazer e executar leis? Não vou colocar “adolescentes” inconsequentes no comando na nossa vida pública e social. Não quero, não posso e não vou eleger irresponsáveis briguentos e ensimesmados. Isso eu não faço... mais.
Eu não voto mesmo por razões meramente ideológicas. Por que? O que é ser comunista hoje? A China comunista é a fábrica do... mundo capitalista! Conta outra. Capitalismo de elite é o mesmo que capitalismo de Estado, ora bolas! E, olhem só que coisa: quando digo que temos que cuidar do pobre (a não ser que a sua Bíblia não tenha os profetas Isaías, Amós e os demais, os Evangelhos, as Cartas de Paulo e, sobretudo, a Epístola de Tiago; cuidar dos pobres, trabalhar por justiça social, não é comunismo ateu, é cristianismo bíblico) sou chamado de "esquerdista". Quando afirmo a família segundo as Escrituras – o resultado da união monogâmica entre um homem e uma mulher (Gn 1 e 2, Efésios, a Bíblia inteira, enfim) sou um "retrógrado conservador de direita". Haja paciência! Não voto em que não perceba o quão raso é esse pensamento. Chega!
Vou votar em quem conheça e leve a sério as nossas enormes e antigas demandas sociais: tem que saber o que precisamos fazer efetivamente com a educação nos próximos 30, 40 anos. Sem educação continuaremos andando para trás em termos de desenvolvimento, segurança, empregabilidade, saúde pública, entre outros assuntos seríssimos como a galopante e voraz dívida pública, a previdência e o nosso falido sistema político-partidário. E tem de fazer uma lição de casa complicadíssima: como equacionar a questão da sustentabilidade. Como crescer sem destruir de vez esse planeta. Desafio posto. E não é nada, nada pequeno. Seu candidato, sua opção, sabe responder a esse dilema?
A lista prossegue até ficar enjoativa. Melhor concluir dizendo que não vou votar sem orar. Se eu sou evangélico, oro antes de qualquer decisão importante e, acreditem, essa é uma das mais importantes, senão a mais importante eleição da história desse nosso país que teima em não crescer, avançar, progredir. Eu leio as Escrituras, oro, medito. Penso de joelhos. Está faltando isso: pensar de joelhos. Pelo que tenho lido, ouvido. Estamos falando sem pensar, usando a Bíblia de forma ridícula, absurda, para sustentar posicionamentos ideológicos (por exemplo, o termo "esquerda e direita" – um conceito de honra no Antigo Testamento, "à destra/direita do Rei” etc, mas que nada tem a ver com o conceito ideológico de direita e esquerda de hoje, filho e fruto da Revolução Francesa. Eu me envergonho mais dessa leitura ridícula da Bíblia do que de nenhuma leitura... e tenho certeza de que os crentes que estão vociferando ofensas online aos seus inimigos políticos não estão orando pelos mesmos. O que estamos fazendo com o mandamento bíblico de “orar pelos nossos inimigos e abençoá-los"? Que cristianismo é esse que quer defender a família e matar o próximo?
Pronto. Falei. Eu vou votar em uma pessoa-projeto, vou votar em quem saiba do perigo de querer ser Deus, em gente civilizada, lúcida, serena, em quem seja capaz de ir além da caixinha ideológico-partidária, tenha um projeto de país que priorize a educação – mãe de todas as políticas públicas – e farei isso pensando de joelhos, com as Escrituras abertas. Não consigo achar outra postura. Porque sou crente. Creio no Deus Vivo: "Seja bendito o nome de Deus para todo o sempre, porque são dele a sabedoria e a força. Ele muda os tempos e as estações; ele remove os reis e estabelece os reis; é ele quem dá a sabedoria aos sábios e o entendimento aos entendidos. Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz" (Dn 2.20-22). Creio no Deus que usou Artaxerxes para reconstruir Jerusalém, que chamou Ciro de "meu servo". O Senhor dos senhores nos ajude a eleger quem vai presidir e elaborar as leis para o Brasil.
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Gerson Borges, casado com Rosana Márcia e pai de Bernardo e Pablo, pastoreia a Comunidade de Jesus no ABCD Paulista. É autor de Ser Evangélico sem Deixar de Ser Brasileiro, cantor, compositor e escritor, licenciado em letras e graduando em psicologia.
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