Opinião
- 02 de abril de 2015
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Páscoa: utopia, libertação e esperança
O filme “Exodus: Deuses e Reis” (Ridley Scott, 2014) é a adaptação cinematográfica da história bíblica da libertação dos israelitas da tirania opressora à qual estavam submetidos no Egito, 3.500 anos atrás. O filme atraiu a fúria da crítica secular por haver tratado (acertadamente) como fatos históricos os eventos relativos à vida e a obra de Moisés, buscando aproximações da narrativa do livro bíblico do Êxodo.
Conquanto o filme apresente algumas perspectivas e enquadramentos bastante questionáveis, devido à interpretação surreal de fatos descritos biblicamente de forma diversa, o mesmo teve a virtude de reintroduzir na arena cultural da secularizada sociedade ocidental a discussão da temática teológica (juntamente com o épico “Noé”, de Darren Aronofsky, 2014), suscitando acalorados debates sobre a ação divina e suas inteirações históricas em relação à humanidade.
Do contexto de opressão e chibatadas nas costas nasceu o sonho utópico por libertação política e espiritual, sonho este que se concretizou no êxodo dos israelitas do império egípcio, devido à poderosa intervenção divina. Foi essa a ocasião de libertação providenciada por Deus que deu ensejo à festa da Páscoa.
O nome Páscoa deriva-se especificamente da impactante “passagem” de Deus (ou seu mensageiro) pelo Egito, trazendo ao mesmo tempo juízo sobre os opressores e libertação para os cativos. Esse grande ato salvador, operado graciosamente por Deus, marcou distintivamente a história do povo de Israel, que o recordou muitas e muitas vezes, tanto na sua festa anual como por meio de canções que traziam à memória o que dá esperança.
A festa da Páscoa foi instituída com o objetivo exato de relembrar às gerações futuras os grandes atos de Deus ocorridos quando da passagem dos israelitas da condição de escravidão para o estado de liberdade política e espiritual. Trata-se de um protótipo de liberdade e esperança integrais, que o Deus Redentor quer conceder a todos os povos e nações da Terra.
Afinal, como consta do acordo (aliança, contrato, pacto) estabelecido entre Deus e Abraão, o pai-patriarca dos israelitas, o objetivo da sua escolha e chamamento para aquele povo tinha em vista “abençoar a todas as famílias da Terra”. Deus constituiu um povo que servisse de plataforma para dar-se a conhecer e abençoar a todos os demais povos – inclusive aos egípcios. Assim a libertação dos israelitas da escravidão é o indicativo do estado de liberdade que Deus deseja comunicar a toda humanidade, por meio de Jesus Cristo de Nazaré.
A Páscoa dos israelitas é a utopia que pulou do horizonte para dentro da história – e significa esperança de libertação para todos que se encontram sob toda e qualquer forma de opressão. O Deus que escutou os clamores e lamentos dos oprimidos no passado interveio em favor da justiça com mão forte; o Deus que agiu assim anteriormente, revelou um sentido e um padrão da sua ação em relação ao mundo e à humanidade. Ora, isso enche nosso coração de santas expectativas por novas manifestações libertadoras ansiadas por toda a criação e das quais o futuro está prenhe, prestes a dar à luz.
Num segundo momento, com significado mais profundo, pleno, amplo e definitivo, Jesus de Nazaré, se apresenta como o cordeiro pascal, aquele que traz para o mundo todo a libertação de todo tipo de forças tenebrosas que oprimem a humanidade, estabelecendo o ambiente do reinado de Deus como esfera de graça, amor e benção divina.
Na Páscoa a gente lembra do que Jesus fez por nós e da possibilidade de viver uma nova vida, sob sua regência, livres de todo tipo de tirania, seja espiritual ou política, por meio da fé e confiança nele.
Por causa da passagem (Páscoa) de Deus pelo Egito, que teve duplo efeito, com juízo sobre opressores e Graça aos que confiaram nas instruções divinas, os israelitas passaram à liberdade e depois passaram à terra prometida. Da passagem de Jesus por este mundo, também com julgamento sobre tudo o que escraviza e Graça para os que a Ele aderem, é aberto um novo e vivo caminho para que se viva e adore a Deus em liberdade plena.
Há, portanto, um portal aberto na história para passar do festejo superficial da Páscoa, plastificado pelo mercado, para uma comemoração densa de significado e esperança, por meio da consideração e descoberta da libertação que há em Jesus Cristo, aquele que liberta verdadeiramente e faz dos que libertou gente verdadeiramente livre. É possível escapar de tudo que escraviza e passar à plenitude de vida, pela adesão e seguimento a Jesus, o cordeiro pascal.
• Christian Gillis é casado com Juliana é pai de 3 filhos. Pastor na Igreja Batista da Redenção, em Belo Horizonte (MG), é membro do Conselho Gestor da Aliança Evangélica. Twitter: @prgillis
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O nome Páscoa deriva-se especificamente da impactante “passagem” de Deus (ou seu mensageiro) pelo Egito, trazendo ao mesmo tempo juízo sobre os opressores e libertação para os cativos. Esse grande ato salvador, operado graciosamente por Deus, marcou distintivamente a história do povo de Israel, que o recordou muitas e muitas vezes, tanto na sua festa anual como por meio de canções que traziam à memória o que dá esperança.
A festa da Páscoa foi instituída com o objetivo exato de relembrar às gerações futuras os grandes atos de Deus ocorridos quando da passagem dos israelitas da condição de escravidão para o estado de liberdade política e espiritual. Trata-se de um protótipo de liberdade e esperança integrais, que o Deus Redentor quer conceder a todos os povos e nações da Terra.
Afinal, como consta do acordo (aliança, contrato, pacto) estabelecido entre Deus e Abraão, o pai-patriarca dos israelitas, o objetivo da sua escolha e chamamento para aquele povo tinha em vista “abençoar a todas as famílias da Terra”. Deus constituiu um povo que servisse de plataforma para dar-se a conhecer e abençoar a todos os demais povos – inclusive aos egípcios. Assim a libertação dos israelitas da escravidão é o indicativo do estado de liberdade que Deus deseja comunicar a toda humanidade, por meio de Jesus Cristo de Nazaré.
A Páscoa dos israelitas é a utopia que pulou do horizonte para dentro da história – e significa esperança de libertação para todos que se encontram sob toda e qualquer forma de opressão. O Deus que escutou os clamores e lamentos dos oprimidos no passado interveio em favor da justiça com mão forte; o Deus que agiu assim anteriormente, revelou um sentido e um padrão da sua ação em relação ao mundo e à humanidade. Ora, isso enche nosso coração de santas expectativas por novas manifestações libertadoras ansiadas por toda a criação e das quais o futuro está prenhe, prestes a dar à luz.
Num segundo momento, com significado mais profundo, pleno, amplo e definitivo, Jesus de Nazaré, se apresenta como o cordeiro pascal, aquele que traz para o mundo todo a libertação de todo tipo de forças tenebrosas que oprimem a humanidade, estabelecendo o ambiente do reinado de Deus como esfera de graça, amor e benção divina.
Na Páscoa a gente lembra do que Jesus fez por nós e da possibilidade de viver uma nova vida, sob sua regência, livres de todo tipo de tirania, seja espiritual ou política, por meio da fé e confiança nele.
Por causa da passagem (Páscoa) de Deus pelo Egito, que teve duplo efeito, com juízo sobre opressores e Graça aos que confiaram nas instruções divinas, os israelitas passaram à liberdade e depois passaram à terra prometida. Da passagem de Jesus por este mundo, também com julgamento sobre tudo o que escraviza e Graça para os que a Ele aderem, é aberto um novo e vivo caminho para que se viva e adore a Deus em liberdade plena.
Há, portanto, um portal aberto na história para passar do festejo superficial da Páscoa, plastificado pelo mercado, para uma comemoração densa de significado e esperança, por meio da consideração e descoberta da libertação que há em Jesus Cristo, aquele que liberta verdadeiramente e faz dos que libertou gente verdadeiramente livre. É possível escapar de tudo que escraviza e passar à plenitude de vida, pela adesão e seguimento a Jesus, o cordeiro pascal.
• Christian Gillis é casado com Juliana é pai de 3 filhos. Pastor na Igreja Batista da Redenção, em Belo Horizonte (MG), é membro do Conselho Gestor da Aliança Evangélica. Twitter: @prgillis
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