Opinião
- 01 de dezembro de 2020
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Para que serve sua teologia?
Por Pedro Dulci
Em 1993, o biólogo britânico Richard Dawkins escreveu ao The Independent dizendo que se todos os teólogos do mundo desaparecessem, não sentiríamos sua falta. Basicamente, a ausência do fruto do seu trabalho não faria diferença e nem repararíamos que eles sumiram.
Conheço o ateísmo militante de Dawkins e sei onde ele quer chegar com essa crítica. Mas também não deixo de reconhecer que existe muito trabalho teológico sendo feito de maneira descompassada com as intenções bíblicas originais.
Às vezes recebo umas perguntas e provocações que me fazem pensar: o que as pessoas pensam sobre a teologia? Será que sabem pra que ela serve? Parece que a crítica que Karl Barth fez ao período fundamentalista de Francis Schaeffer permanece pertinente: tem muita gente fazendo teologia como criminologia, isto é, em um caça às bruxas medonho, onde ninguém quer ouvir atentamente e entender o que está sendo dito, mas ouvir apenas para falar depois!
Sempre me deixou um pouco estarrecido a falta de parâmetros morais para uma conduta digital nas redes, onde saímos inferindo uma série de pressupostos equivocados sobre os conteúdos teológicos alheios e, a partir daí, começamos a bater no espantalho que criamos! Esse ambiente não edifica ninguém e não sei o que as pessoas ganham com isso!
Pastores que também são mestres (Ef 3.11), líderes teológicos da igreja, irmãos e irmãs dedicados a aconselhar uns aos outros são dádivas de Deus para a igreja! Isso mesmo, teólogos são presentes que Jesus deu para sua igreja, para servi-la. São os intelectuais orgânicos que nascem do interior do corpo de Cristo para cooperar no processo de fazer com que todo ser humano seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra (2Tm 3.16-17).
Isso me faz motivado e preocupado em produzir teologia para a vida cristã ordinária. Para ajudar as mães a não idealizarem o crescimento dos seus filhos, aos cônjuges a não se devorarem em brigas que não são mediadas por Cristo, aos jovens a não se perderem na linha do desespero das ideologias intectuais que as universidades e mídias sociais oferecem, ou ainda aos cidadãos a não se enganarem com os projetos políticos pagãos que assediam nossos corações e fidelidades públicas.
Gerald Hiestand, em seu capítulo no livro Tornando-se um Pastor Teólogo (Editora Ultimato, 2020), defende corretamente que a anemia teológica da igreja evangélica brasileira vai ser tratada quando a anemia eclesiológica da teologia também receber atenção. Não podemos sustentar o paradigma meramente universitário do trabalho teológico — como se ele fosse voltado apenas para encher nosso currículo lattes —, nem contribuir com o empobrecimento teológico da igreja afastando a reflexão refinada das programações ordinárias da vida cristã.
Apesar do desejo de Dawkins não ter se cumprido literalmente, os teólogos parecem desaparecidos e sem importância porque se esqueceram que a teologia serve a comunidade da fé e tem mais a dizer sobre nossas lutas diárias, pequenas e fragmentadas do que os especialistas em sexo dos anjos têm a dizer!
Neste dia, renove seu olhar para a importância da teologia na sua formação pessoal como discípulo de Cristo, escapando dos estereótipos vazios de que a letra mata ou que a teologia esfria!
Em 1993, o biólogo britânico Richard Dawkins escreveu ao The Independent dizendo que se todos os teólogos do mundo desaparecessem, não sentiríamos sua falta. Basicamente, a ausência do fruto do seu trabalho não faria diferença e nem repararíamos que eles sumiram.
Conheço o ateísmo militante de Dawkins e sei onde ele quer chegar com essa crítica. Mas também não deixo de reconhecer que existe muito trabalho teológico sendo feito de maneira descompassada com as intenções bíblicas originais.
Às vezes recebo umas perguntas e provocações que me fazem pensar: o que as pessoas pensam sobre a teologia? Será que sabem pra que ela serve? Parece que a crítica que Karl Barth fez ao período fundamentalista de Francis Schaeffer permanece pertinente: tem muita gente fazendo teologia como criminologia, isto é, em um caça às bruxas medonho, onde ninguém quer ouvir atentamente e entender o que está sendo dito, mas ouvir apenas para falar depois!
Sempre me deixou um pouco estarrecido a falta de parâmetros morais para uma conduta digital nas redes, onde saímos inferindo uma série de pressupostos equivocados sobre os conteúdos teológicos alheios e, a partir daí, começamos a bater no espantalho que criamos! Esse ambiente não edifica ninguém e não sei o que as pessoas ganham com isso!
Pastores que também são mestres (Ef 3.11), líderes teológicos da igreja, irmãos e irmãs dedicados a aconselhar uns aos outros são dádivas de Deus para a igreja! Isso mesmo, teólogos são presentes que Jesus deu para sua igreja, para servi-la. São os intelectuais orgânicos que nascem do interior do corpo de Cristo para cooperar no processo de fazer com que todo ser humano seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra (2Tm 3.16-17).
Isso me faz motivado e preocupado em produzir teologia para a vida cristã ordinária. Para ajudar as mães a não idealizarem o crescimento dos seus filhos, aos cônjuges a não se devorarem em brigas que não são mediadas por Cristo, aos jovens a não se perderem na linha do desespero das ideologias intectuais que as universidades e mídias sociais oferecem, ou ainda aos cidadãos a não se enganarem com os projetos políticos pagãos que assediam nossos corações e fidelidades públicas.
Gerald Hiestand, em seu capítulo no livro Tornando-se um Pastor Teólogo (Editora Ultimato, 2020), defende corretamente que a anemia teológica da igreja evangélica brasileira vai ser tratada quando a anemia eclesiológica da teologia também receber atenção. Não podemos sustentar o paradigma meramente universitário do trabalho teológico — como se ele fosse voltado apenas para encher nosso currículo lattes —, nem contribuir com o empobrecimento teológico da igreja afastando a reflexão refinada das programações ordinárias da vida cristã.
Apesar do desejo de Dawkins não ter se cumprido literalmente, os teólogos parecem desaparecidos e sem importância porque se esqueceram que a teologia serve a comunidade da fé e tem mais a dizer sobre nossas lutas diárias, pequenas e fragmentadas do que os especialistas em sexo dos anjos têm a dizer!
Neste dia, renove seu olhar para a importância da teologia na sua formação pessoal como discípulo de Cristo, escapando dos estereótipos vazios de que a letra mata ou que a teologia esfria!
Autor de Fé Cristã e Ação Política, Pedro Lucas Dulci, é filósofo e pastor presbiteriano. Casado com Carolinne e pai de Benjamin, desenvolve pesquisa em ética e filosofia política contemporânea e estudos sobre o diálogo entre ciência e religião, com estágio na Vrije Universiteit Amsterdam. É teólogo e coordenador pedagógico no Invisible College.
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