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- 30 de abril de 2008
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Para a mulher agredida, lar é o lugar mais perigoso para ela ficar
(ALC) As mulheres precisam se convencer que, na prevenção do femicídio, o lar é o lugar mais perigoso que elas dispõem. A maioria dos atos de violência que mulheres sofrem é cometida dentro das quatro paredes do lar e os principais perpetradores são homens próximos a elas. No Brasil, a cada 15 segundos uma mulher é agredida no âmbito doméstico.
O alerta, registrado pela revista IHU, do Instituto Humanitas da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), é da professora Montserrat Sagot, da Universidade da Costa Rica, especializada em Sociologia de Gênero pela American University, de Washington.
Embora ela aponte um avanço considerável em todos os países da América Latina na atenção da violência contra as mulheres, que deixou de ser um assunto privado e passou a ser entendido como um problema público, ainda é uma minoria de agredidas que recorre a algum dos serviços existentes em seu apoio ou denuncia a violência sofrida, disse.
A coordenadora do Centro Jacobina de Atendimento e Apoio à Mulher da Prefeitura Municipal de São Leopoldo, Regina Stockmanns, afirmou que muitas mulheres vítimas de violência sofrem pressões familiares, religiosas e sociais para manter o relacionamento. Elas “se sentem responsáveis pela preservação da unidade familiar”, disse a artista plástica ao IHU.
No âmbito da violência doméstica, arrolou a psicóloga e psicoterapeuta Martha Narvaz, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que se dá entre parceiros afetivos, o sujeito, geralmente o sujeito masculino, considera-se dono, “proprietário da sua companheira, mulher, esposa ou namorada”.
Trata-se de uma relação de sujeitos “coisificados”, no caso as mulheres agredidas, na qual o “dono” não gosta das tentativas de autonomia que as parceiras buscam, ameaçando-as e praticando toda forma de violência física.
“Sabemos, pelas estatísticas, que a maioria dos casos de femicídio ocorre justamente quando as mulheres estão tentando se separar. O sujeito que se acha dono não aceita perder a sua escrava”, analisou Narvaz ao IHU.
Pesquisa do DataSenado, de 2005, mostrou que, entre as vítimas domésticas, 66% apontaram o marido ou companheiro como autor das agressões. Para o universo de mulheres pesquisadas, as agressões físicas, com 58%, são a principal forma de violência doméstica, seguida pela violência psicológica (24%), violência moral (14%) e sexual (7%).
Das mulheres agredidas, a pesquisa levantou que 25,2% silenciaram sobre as agressões sofridas e 22,3% procuraram apenas a ajuda da família, mencionou a promotora de justiça de Alagoas, Stela Soares de Farias Cavalcanti.
“Elas sofrem uma série de formas de discriminação e uma das questões que dificulta muitas vezes a denúncia é a vergonha. Essas mulheres têm vergonha de denunciar, porque ser uma mulher vítima de violência traz sentimentos de vergonha e de culpa. Ainda circulam na sociedade algumas idéias preconcebidas de que se a mulher apanhou é porque ela fez algo para merecer isso”, afirmou Narvaz.
Por isso, é preciso “desconstruir os estereótipos de gênero”, defendeu a psicóloga. O perfil da mulher vítima de violência aparece em todas as classes sociais e todas as faixas etárias, mas é a mulher pobre a que mais denuncia, lembrou Regina Stockmanns, do Centro Jacobina.
O professor e pesquisador Romeu Gomes, da Fundação Oswaldo Cruz, do Rio de Janeiro, disse, em entrevista ao IHU, que as relações entre homens e mulheres, no âmbito familiar, são reproduzidas e produzidas a partir de modelos culturais de gênero, nos quais a mulher deve se subordinar ao homem. Daí, muitas vezes, a dificuldade da agredida denunciar o agressor, porque a mulher tem medo.
“Se ela foi socializada no sentido de depender do homem, o medo de romper com essa dependência poderá ocorrer. São vários medos. Medo de a denúncia trazer conseqüências mais violentas, medo de não conseguir sobreviver sem o seu parceiro, medo de não conseguir outro parceiro, medo de iniciar outro relacionamento que poderá também ser violentou”, arrolou Gomes.
Para o professor Lupicínio Iñiguez, da Universidade Autônoma de Barcelona, as sociedades contemporâneas, de uma maneira geral, são patriarcais e machistas em sua maioria, apesar das importantes transformações já ocorridas.
Fonte: www.alcnoticias.org
Leia o livro
• A Missão da Mulher
O alerta, registrado pela revista IHU, do Instituto Humanitas da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), é da professora Montserrat Sagot, da Universidade da Costa Rica, especializada em Sociologia de Gênero pela American University, de Washington.
Embora ela aponte um avanço considerável em todos os países da América Latina na atenção da violência contra as mulheres, que deixou de ser um assunto privado e passou a ser entendido como um problema público, ainda é uma minoria de agredidas que recorre a algum dos serviços existentes em seu apoio ou denuncia a violência sofrida, disse.
A coordenadora do Centro Jacobina de Atendimento e Apoio à Mulher da Prefeitura Municipal de São Leopoldo, Regina Stockmanns, afirmou que muitas mulheres vítimas de violência sofrem pressões familiares, religiosas e sociais para manter o relacionamento. Elas “se sentem responsáveis pela preservação da unidade familiar”, disse a artista plástica ao IHU.
No âmbito da violência doméstica, arrolou a psicóloga e psicoterapeuta Martha Narvaz, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que se dá entre parceiros afetivos, o sujeito, geralmente o sujeito masculino, considera-se dono, “proprietário da sua companheira, mulher, esposa ou namorada”.
Trata-se de uma relação de sujeitos “coisificados”, no caso as mulheres agredidas, na qual o “dono” não gosta das tentativas de autonomia que as parceiras buscam, ameaçando-as e praticando toda forma de violência física.
“Sabemos, pelas estatísticas, que a maioria dos casos de femicídio ocorre justamente quando as mulheres estão tentando se separar. O sujeito que se acha dono não aceita perder a sua escrava”, analisou Narvaz ao IHU.
Pesquisa do DataSenado, de 2005, mostrou que, entre as vítimas domésticas, 66% apontaram o marido ou companheiro como autor das agressões. Para o universo de mulheres pesquisadas, as agressões físicas, com 58%, são a principal forma de violência doméstica, seguida pela violência psicológica (24%), violência moral (14%) e sexual (7%).
Das mulheres agredidas, a pesquisa levantou que 25,2% silenciaram sobre as agressões sofridas e 22,3% procuraram apenas a ajuda da família, mencionou a promotora de justiça de Alagoas, Stela Soares de Farias Cavalcanti.
“Elas sofrem uma série de formas de discriminação e uma das questões que dificulta muitas vezes a denúncia é a vergonha. Essas mulheres têm vergonha de denunciar, porque ser uma mulher vítima de violência traz sentimentos de vergonha e de culpa. Ainda circulam na sociedade algumas idéias preconcebidas de que se a mulher apanhou é porque ela fez algo para merecer isso”, afirmou Narvaz.
Por isso, é preciso “desconstruir os estereótipos de gênero”, defendeu a psicóloga. O perfil da mulher vítima de violência aparece em todas as classes sociais e todas as faixas etárias, mas é a mulher pobre a que mais denuncia, lembrou Regina Stockmanns, do Centro Jacobina.
O professor e pesquisador Romeu Gomes, da Fundação Oswaldo Cruz, do Rio de Janeiro, disse, em entrevista ao IHU, que as relações entre homens e mulheres, no âmbito familiar, são reproduzidas e produzidas a partir de modelos culturais de gênero, nos quais a mulher deve se subordinar ao homem. Daí, muitas vezes, a dificuldade da agredida denunciar o agressor, porque a mulher tem medo.
“Se ela foi socializada no sentido de depender do homem, o medo de romper com essa dependência poderá ocorrer. São vários medos. Medo de a denúncia trazer conseqüências mais violentas, medo de não conseguir sobreviver sem o seu parceiro, medo de não conseguir outro parceiro, medo de iniciar outro relacionamento que poderá também ser violentou”, arrolou Gomes.
Para o professor Lupicínio Iñiguez, da Universidade Autônoma de Barcelona, as sociedades contemporâneas, de uma maneira geral, são patriarcais e machistas em sua maioria, apesar das importantes transformações já ocorridas.
Fonte: www.alcnoticias.org
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