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- 08 de novembro de 2012
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Os três grandes mistérios
Relembramos hoje um dos textos de capa da edição 304 de Ultimato. Em janeiro de 2007 foi estampado o título “A morte da morte” dedicado a todos os que ficaram órfãos, desfilhados e viúvos no maior acidente aéreo da história do Brasil. O tempo passou, mas o assunto não envelheceu. Neste exato momento há quem chore de tristeza pela morte de alguém. Queremos, porém, levar a esperança da ressurreição do corpo.
O mistério da vida, o mistério da morte e o mistério da ressurreição
A cada segundo, nascem 4,4 pessoas ao redor do mundo e morre quase o mesmo número. Graças ao pequeno saldo a favor dos que nascem, a população continua a crescer. Quando alcançarmos o pico da população mundial, talvez no final deste século, haverá por algum tempo certo equilíbrio entre os que nascem e os que morrem. A partir de então, é provável que o número de mortes supere o número de nascimentos e a população comece a diminuir. A morte pode perder a batalha demográfica (quando o número de nascimentos supera o número de mortes), mas nunca perde a batalha travada entre ela e a vida.
Temos sido obrigados a misturar o mistério da vida com o mistério da morte. Outro dia, por exemplo, enquanto um grupo de pessoas celebrava com muita alegria o casamento de um doutorando em botânica de 28 anos, outro grupo velava com muita tristeza o corpo do orientador do noivo, um professor de 58 anos.
No primeiro domingo de novembro de 2006, um garoto de sete anos vibrava com o passeio que fazia numa praia de Porto Seguro, BA, em cima de um “bote-banana”. Na última manobra da embarcação, quando todos deveriam cair na água, o pequeno Lucas teve a cabeça decepada pela hélice da lancha ou pelo cabo que ligava a lancha ao bote.
Vamos hoje à loja de móveis para comprar um bercinho, e amanhã, à funerária para comprar uma urna. No berço, colocamos nossos recém-nascidos e, na urna funerária, os nossos recém-mortos.
Ao mesmo tempo que misturamos o mistério da vida com o mistério da morte, precisamos misturar o mistério da morte com o mistério da ressurreição. Isso é muito confortante, mas é matéria de fé. A ciência não nos leva à ressurreição do corpo.
Dos três grandes mistérios — o mistério da vida (ainda não totalmente desvendado), o mistério da morte (ainda profundamente complexo) e o mistério da ressurreição (ainda não verificado) — o maior deles é o mistério da ressurreição. Chama-se de mistério tudo aquilo que a inteligência humana é incapaz de explicar ou compreender. É aí que entra a outra faculdade humana, a capacidade de acreditar em Deus, em seus atributos e em sua Palavra.
A ressurreição do corpo é uma esperança tão certa como a vida, tão certa como a morte. Essa esperança está de tal modo vinculada à ressurreição de Cristo que, se esta não acontecer, todo o edifício religioso construído sobre a pessoa de Jesus desmorona por completo. Não fica pedra sobre pedra.
Elben Magalhães Lenz César foi o fundador da Editora Ultimato e redator da revista Ultimato até a sua morte, em outubro de 2016. Fundador do Centro Evangélico de Missões e pastor emérito da Igreja Presbiteriana de Viçosa (IPV), é autor de, entre outros, Por Que (Sempre) Faço o Que Não Quero?, Refeições Diárias com Jesus, Mochila nas Costas e Diário na Mão, Para (Melhor) Enfrentar o Sofrimento, Conversas com Lutero, Refeições Diárias com os Profetas Menores, A Pessoa Mais Importante do Mundo, História da Evangelização do Brasil e Práticas Devocionais. Foi casado por sessenta anos com Djanira Momesso César, com quem teve cinco filhas, dez netos e quatro bisnetos.
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