Opinião
- 13 de novembro de 2017
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Os evangélicos e a crise brasileira em duas pesquisas
Texto Publicado originalmente na seção Ética da revista Ultimato, edição #368.
Por Paul Freston
Nestes tempos de percepção, por boa parte da sociedade, de uma subida política evangélica fortemente de direita, duas pesquisas nos chamaram a atenção. Uma, feita no Brasil; a outra, nos Estados Unidos. Perceber as lições das duas pesquisas será fundamental para a saúde atual, para a perspectiva futura da comunidade evangélica brasileira... e para a sociedade.
A primeira pesquisa foi feita durante a Marcha para Jesus, em São Paulo, em junho deste ano. Os pesquisadores, que eram de duas universidades paulistas (USP e Unifesp), comentam admirados a coincidência entre o perfil demográfico (cor, renda e educação) dos participantes da Marcha para Jesus e a população brasileira em geral. “O povo estava na Marcha”, exclamam, ao contrário do perfil das manifestações pró e contra o impeachment. (O mesmo não se pode dizer, porém, do perfil denominacional da Marcha, com forte sobre-representação da Igreja Renascer em Cristo vis-à-vis as outras denominações).
A conclusão geral dos pesquisadores é que “essa pesquisa desfaz alguns preconceitos”, pelo fato de que as respostas dos participantes da Marcha não foram muito diferentes das encontradas na população brasileira em geral. Ou seja, a imagem de uma excepcionalidade evangélica, de uma inclinação política muito discrepante da sociedade, não se confirmou. “Os evangélicos não me parecem especialmente conservadores. São o comum da sociedade brasileira em geral”, disse um dos pesquisadores. Ou, nas palavras de outra pesquisadora, a maioria “é conservadora... mas não tanto”.
A sombra que ronda todas essas observações, evidentemente, é a da “bancada evangélica” no Congresso. Bancada conhecida pelo seu extremo conservadorismo político. Mas, pergunta a pesquisa, será que a população que a “bancada” diz representar (“os evangélicos”) se caracteriza pelo mesmo grau de conservadorismo e de preocupação com os mesmos temas? As respostas dão “pano pra manga”!
Um dos achados da pesquisa é que 75% dos participantes da Marcha acreditam que os valores religiosos deveriam orientar a legislação. O problema, claro, está na ambiguidade da pergunta: “orientar” é igual a “ditar”? Responder “não” à pergunta da pesquisa parece sugerir uma completa cisão entre moralidade e legislação; mas responder “sim” parece sugerir um impulso teocrático.
Seja como for, as opiniões expressas sobre o sistema partidário e a classe política são mais fáceis de interpretar. Entre os participantes da Marcha, um pouco menos da metade se considera “conservador”, e o resto “pouco ou nada conservador”. E dois terços afirmam não se identificar nem com o espectro da esquerda nem com o da direita. (Não está claro se isso significa uma rejeição da classificação ideológica direita-centro-esquerda em geral, ou uma tendência para o centrismo.) Mas não há dúvida quanto à não identificação com o atual leque partidário brasileiro, incluindo aí os pequenos partidos, em geral fortemente associados aos evangélicos. Uma esmagadora porcentagem (77%) não professa identificação partidária alguma; pífios 7% dizem preferir o PSDB e 5,8%, o PT (lembremos que a Marcha pesquisada aconteceu em São Paulo); nenhum outro partido passa de 1,2% de preferências.
Os políticos também gozam de pouquíssima aceitação, inclusive os evangélicos. Marco Feliciano (54% “não confiam”), Marcelo Crivella (53%), Marina Silva (57%), Jair Bolsonaro (evangélico?) (57%) até que se saem melhores do que Geraldo Alckmin (61%) e Lula (83%), mas ainda assim são alvos de grande desconfiança. A conclusão dos pesquisadores é reveladora: “O preconceito faz com que a opinião ache que eles são conservadores e que o voto é de cabresto”, mas “pelos números não parece haver um alinhamento automático”. A baixa confiança nos políticos reflete a sociedade brasileira como um todo, “mas é notável como eles não confiam também nos políticos evangélicos... Uma resposta padrão que ouvimos ao perguntarmos sobre algum político evangélico era que ‘confiamos nele como pastor, não como político’”.
Nem como formuladores de políticas sociais, pelo jeito! Contrariando medidas tomadas ou pretendidas pelo atual governo, com amplo apoio da “bancada evangélica”, um esmagador 90,1% dos participantes da Marcha discordam da ideia de que “em um momento de crise o governo precisa cortar gastos inclusive em saúde e educação”; e 86,6% acham que “quem começa a trabalhar cedo deve poder se aposentar cedo sem limite mínimo de idade”.
Quanto a questões de direitos humanos, as respostas são ambivalentes. Enquanto 65% acreditam que a defesa dos direitos humanos atrapalha o combate ao crime, quase a mesma porcentagem (63%) considera que a polícia é mais violenta com cidadãos negros do que com os brancos. E apenas 29% concordam que “o cidadão de bem tem o direito de portar armas”; resultado muito diferente (61% a favor) do obtido entre os manifestantes do dia 26 de março, convocados pelos grupos Movimento Brasil Livre e Vem Pra Rua.
Sobre atitudes frente às “minorias”, na Marcha 41% concordaram com as cotas para afrodescendentes no ensino superior; 90% discordaram da ideia de que o lugar da mulher é em casa; e 64% concordaram que “não se deve condenar uma mulher que transe com muitas pessoas”. Os pesquisadores se surpreenderam com algumas posturas inesperadas.
Nos temas mais controversos, e que mais tem caracterizado a imagem das “bancadas evangélicas”, as respostas da Marcha também mostram certa ambivalência. Um terço dos participantes discordam da afirmação de que “fazer aborto é sempre errado”. Um terço também rejeita a ideia de que “a união de pessoas do mesmo sexo não constitui família”; e 70% concordam que as escolas devem ensinar “a respeitar os gays”. A conclusão dos pesquisadores: “Pautas muito importantes para a bancada evangélica não tinham a adesão que se imaginava”; “as opiniões desses fiéis têm mais matizes com respeito à questão de gênero e de direitos das minorias LGBT do que o alinhamento fechado da bancada evangélica”.
Finalmente, a pesquisa constatou uma minoria significativa dos participantes da Marcha que defendia o direito ao aborto (21%), o reconhecimento de famílias gays (33%), o direito de dois homens se beijarem em público (35%) e o direito de travestis poderem usar o banheiro feminino (19%).
A segunda pesquisa que nos chamou a atenção aconteceu nos Estados Unidos, onde dados do Public Religion Research Institute retratam um declínio significativo na porcentagem de americanos brancos reivindicando uma identidade evangélica; de 23% em 2006, para 17% hoje. Há controvérsias metodológicas aqui (alguns outros pesquisadores defendem uma maior estabilidade na porcentagem evangélica branca), mas o declínio é corroborado por pesquisas de grande prestígio como as do Pew Forum, segundo as quais houve queda de um pico de 27% nos anos 90 para 18% em 2012.
Além da queda em si, dois elementos são dignos de destaque. Primeiro, a representação de evangélicos é especialmente pequena entre os jovens brancos (apenas 8%). Surpreendentemente, o protestantismo mainline (histórico, tradicional) está com uma proporção maior de jovens do que os evangélicos. Em segundo lugar, trata-se de um declínio entre os evangélicos brancos (não negros e latinos).
Ora (e aqui chegamos a algumas conclusões nossas a partir dessas duas pesquisas), o que distingue o evangelicalismo americano branco (em contraste com o evangelicalismo não branco, e em contraste com o protestantismo mainline) é justamente a percepção (e, em grande parte, a realidade) de uma politização vista como excessiva, estreita, autoritária e ultraconservadora. Que o evangelicalismo brasileiro aprenda a lição enquanto é tempo: a sabedoria e a diversidade políticas são fundamentais para a saúde da igreja. A sabedoria de escolher bem as batalhas. E a consciência interna e externa da diversidade política evangélica que de fato existe; tendo o cuidado interno de não exigir uma “ortodoxia” política de toda a imensa comunidade evangélica, e a preocupação externa de esclarecer à sociedade a respeito da pluralidade política evangélica e seu compromisso com as normas democráticas. É preciso que a diversidade do “evangelicalismo real” seja mais disseminada e penetre mais a consciência da sociedade como um todo, para frear a percepção crescente de que a religião evangélica se caracteriza por um projeto de conquista do poder com pretensões reacionárias. O combate a essa percepção é necessário não só para o bem da comunidade evangélica, mas também para o bem da sociedade brasileira. Não há solução para o Brasil que faça do mundo evangélico como um todo um inimigo político. É essencial entender as nuances deste mundo evangélico, a sua diversidade; também as suas divisões, as quais impedem uma “tomada do poder”, por mais que cresça numericamente; e sempre levando em conta a sua composição de classe, em termos de renda, educação, gênero e cor. Falar depreciativamente sobre “os evangélicos” como um bloco – algo que, graças a Deus, não é mais aceitável fazer a respeito de outros grupos como judeus ou muçulmanos – não ajuda a compreender o que se passa no Brasil.
Terminamos fazendo nossas as palavras da jornalista Eliane Brum, a qual, mesmo sendo abertamente crítica dos evangélicos, reconhece que “compreender o Brasil evangélico, em toda a sua complexidade, é um desafio dessa época”. Desafio para a sociedade brasileira; e, pelo que percebemos, para muitos líderes e políticos evangélicos também!
• Paul Freston, inglês naturalizado brasileiro, é professor colaborador do programa de pós-graduação em sociologia na Universidade Federal de São Carlos e professor catedrático de religião e política em contexto global na Balsillie School of International Affairs e na Wilfrid Laurier University, em Waterloo, Ontário, Canadá.
com a colaboração de
• Raphael Freston, mestrando em sociologia na Universidade de São Paulo.
Leia mais
Sou evangélico. Eu tenho a força?
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Como será a igreja evangélica brasileira de 2040?
Imagem: marchaparajesus.com
Por Paul Freston
Nestes tempos de percepção, por boa parte da sociedade, de uma subida política evangélica fortemente de direita, duas pesquisas nos chamaram a atenção. Uma, feita no Brasil; a outra, nos Estados Unidos. Perceber as lições das duas pesquisas será fundamental para a saúde atual, para a perspectiva futura da comunidade evangélica brasileira... e para a sociedade.
A primeira pesquisa foi feita durante a Marcha para Jesus, em São Paulo, em junho deste ano. Os pesquisadores, que eram de duas universidades paulistas (USP e Unifesp), comentam admirados a coincidência entre o perfil demográfico (cor, renda e educação) dos participantes da Marcha para Jesus e a população brasileira em geral. “O povo estava na Marcha”, exclamam, ao contrário do perfil das manifestações pró e contra o impeachment. (O mesmo não se pode dizer, porém, do perfil denominacional da Marcha, com forte sobre-representação da Igreja Renascer em Cristo vis-à-vis as outras denominações).
A conclusão geral dos pesquisadores é que “essa pesquisa desfaz alguns preconceitos”, pelo fato de que as respostas dos participantes da Marcha não foram muito diferentes das encontradas na população brasileira em geral. Ou seja, a imagem de uma excepcionalidade evangélica, de uma inclinação política muito discrepante da sociedade, não se confirmou. “Os evangélicos não me parecem especialmente conservadores. São o comum da sociedade brasileira em geral”, disse um dos pesquisadores. Ou, nas palavras de outra pesquisadora, a maioria “é conservadora... mas não tanto”.
A sombra que ronda todas essas observações, evidentemente, é a da “bancada evangélica” no Congresso. Bancada conhecida pelo seu extremo conservadorismo político. Mas, pergunta a pesquisa, será que a população que a “bancada” diz representar (“os evangélicos”) se caracteriza pelo mesmo grau de conservadorismo e de preocupação com os mesmos temas? As respostas dão “pano pra manga”!
Um dos achados da pesquisa é que 75% dos participantes da Marcha acreditam que os valores religiosos deveriam orientar a legislação. O problema, claro, está na ambiguidade da pergunta: “orientar” é igual a “ditar”? Responder “não” à pergunta da pesquisa parece sugerir uma completa cisão entre moralidade e legislação; mas responder “sim” parece sugerir um impulso teocrático.
Seja como for, as opiniões expressas sobre o sistema partidário e a classe política são mais fáceis de interpretar. Entre os participantes da Marcha, um pouco menos da metade se considera “conservador”, e o resto “pouco ou nada conservador”. E dois terços afirmam não se identificar nem com o espectro da esquerda nem com o da direita. (Não está claro se isso significa uma rejeição da classificação ideológica direita-centro-esquerda em geral, ou uma tendência para o centrismo.) Mas não há dúvida quanto à não identificação com o atual leque partidário brasileiro, incluindo aí os pequenos partidos, em geral fortemente associados aos evangélicos. Uma esmagadora porcentagem (77%) não professa identificação partidária alguma; pífios 7% dizem preferir o PSDB e 5,8%, o PT (lembremos que a Marcha pesquisada aconteceu em São Paulo); nenhum outro partido passa de 1,2% de preferências.
Os políticos também gozam de pouquíssima aceitação, inclusive os evangélicos. Marco Feliciano (54% “não confiam”), Marcelo Crivella (53%), Marina Silva (57%), Jair Bolsonaro (evangélico?) (57%) até que se saem melhores do que Geraldo Alckmin (61%) e Lula (83%), mas ainda assim são alvos de grande desconfiança. A conclusão dos pesquisadores é reveladora: “O preconceito faz com que a opinião ache que eles são conservadores e que o voto é de cabresto”, mas “pelos números não parece haver um alinhamento automático”. A baixa confiança nos políticos reflete a sociedade brasileira como um todo, “mas é notável como eles não confiam também nos políticos evangélicos... Uma resposta padrão que ouvimos ao perguntarmos sobre algum político evangélico era que ‘confiamos nele como pastor, não como político’”.
Nem como formuladores de políticas sociais, pelo jeito! Contrariando medidas tomadas ou pretendidas pelo atual governo, com amplo apoio da “bancada evangélica”, um esmagador 90,1% dos participantes da Marcha discordam da ideia de que “em um momento de crise o governo precisa cortar gastos inclusive em saúde e educação”; e 86,6% acham que “quem começa a trabalhar cedo deve poder se aposentar cedo sem limite mínimo de idade”.
Quanto a questões de direitos humanos, as respostas são ambivalentes. Enquanto 65% acreditam que a defesa dos direitos humanos atrapalha o combate ao crime, quase a mesma porcentagem (63%) considera que a polícia é mais violenta com cidadãos negros do que com os brancos. E apenas 29% concordam que “o cidadão de bem tem o direito de portar armas”; resultado muito diferente (61% a favor) do obtido entre os manifestantes do dia 26 de março, convocados pelos grupos Movimento Brasil Livre e Vem Pra Rua.
Sobre atitudes frente às “minorias”, na Marcha 41% concordaram com as cotas para afrodescendentes no ensino superior; 90% discordaram da ideia de que o lugar da mulher é em casa; e 64% concordaram que “não se deve condenar uma mulher que transe com muitas pessoas”. Os pesquisadores se surpreenderam com algumas posturas inesperadas.
Nos temas mais controversos, e que mais tem caracterizado a imagem das “bancadas evangélicas”, as respostas da Marcha também mostram certa ambivalência. Um terço dos participantes discordam da afirmação de que “fazer aborto é sempre errado”. Um terço também rejeita a ideia de que “a união de pessoas do mesmo sexo não constitui família”; e 70% concordam que as escolas devem ensinar “a respeitar os gays”. A conclusão dos pesquisadores: “Pautas muito importantes para a bancada evangélica não tinham a adesão que se imaginava”; “as opiniões desses fiéis têm mais matizes com respeito à questão de gênero e de direitos das minorias LGBT do que o alinhamento fechado da bancada evangélica”.
Finalmente, a pesquisa constatou uma minoria significativa dos participantes da Marcha que defendia o direito ao aborto (21%), o reconhecimento de famílias gays (33%), o direito de dois homens se beijarem em público (35%) e o direito de travestis poderem usar o banheiro feminino (19%).
A segunda pesquisa que nos chamou a atenção aconteceu nos Estados Unidos, onde dados do Public Religion Research Institute retratam um declínio significativo na porcentagem de americanos brancos reivindicando uma identidade evangélica; de 23% em 2006, para 17% hoje. Há controvérsias metodológicas aqui (alguns outros pesquisadores defendem uma maior estabilidade na porcentagem evangélica branca), mas o declínio é corroborado por pesquisas de grande prestígio como as do Pew Forum, segundo as quais houve queda de um pico de 27% nos anos 90 para 18% em 2012.
Além da queda em si, dois elementos são dignos de destaque. Primeiro, a representação de evangélicos é especialmente pequena entre os jovens brancos (apenas 8%). Surpreendentemente, o protestantismo mainline (histórico, tradicional) está com uma proporção maior de jovens do que os evangélicos. Em segundo lugar, trata-se de um declínio entre os evangélicos brancos (não negros e latinos).
Ora (e aqui chegamos a algumas conclusões nossas a partir dessas duas pesquisas), o que distingue o evangelicalismo americano branco (em contraste com o evangelicalismo não branco, e em contraste com o protestantismo mainline) é justamente a percepção (e, em grande parte, a realidade) de uma politização vista como excessiva, estreita, autoritária e ultraconservadora. Que o evangelicalismo brasileiro aprenda a lição enquanto é tempo: a sabedoria e a diversidade políticas são fundamentais para a saúde da igreja. A sabedoria de escolher bem as batalhas. E a consciência interna e externa da diversidade política evangélica que de fato existe; tendo o cuidado interno de não exigir uma “ortodoxia” política de toda a imensa comunidade evangélica, e a preocupação externa de esclarecer à sociedade a respeito da pluralidade política evangélica e seu compromisso com as normas democráticas. É preciso que a diversidade do “evangelicalismo real” seja mais disseminada e penetre mais a consciência da sociedade como um todo, para frear a percepção crescente de que a religião evangélica se caracteriza por um projeto de conquista do poder com pretensões reacionárias. O combate a essa percepção é necessário não só para o bem da comunidade evangélica, mas também para o bem da sociedade brasileira. Não há solução para o Brasil que faça do mundo evangélico como um todo um inimigo político. É essencial entender as nuances deste mundo evangélico, a sua diversidade; também as suas divisões, as quais impedem uma “tomada do poder”, por mais que cresça numericamente; e sempre levando em conta a sua composição de classe, em termos de renda, educação, gênero e cor. Falar depreciativamente sobre “os evangélicos” como um bloco – algo que, graças a Deus, não é mais aceitável fazer a respeito de outros grupos como judeus ou muçulmanos – não ajuda a compreender o que se passa no Brasil.
Terminamos fazendo nossas as palavras da jornalista Eliane Brum, a qual, mesmo sendo abertamente crítica dos evangélicos, reconhece que “compreender o Brasil evangélico, em toda a sua complexidade, é um desafio dessa época”. Desafio para a sociedade brasileira; e, pelo que percebemos, para muitos líderes e políticos evangélicos também!
• Paul Freston, inglês naturalizado brasileiro, é professor colaborador do programa de pós-graduação em sociologia na Universidade Federal de São Carlos e professor catedrático de religião e política em contexto global na Balsillie School of International Affairs e na Wilfrid Laurier University, em Waterloo, Ontário, Canadá.
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