Opinião
- 25 de agosto de 2014
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Oriente Médio: diminui o número de cristãos
Na história recente, uma das mudanças mais profundas no panorama religioso global tem sido o incessante declínio proporcional de comunidades cristãs históricas no Oriente Médio:
- Em 1910, os cristãos representavam 13,6% da população do Oriente Médio.
- Em 2010, os cristãos eram apenas 4,2% da região.
- Em 2025, espera-se cristãos constituem 3,6%.
A situação demográfica dos cristãos no Oriente Médio tem mudado dramaticamente ao longo dos últimos 100 anos, com duas dinâmicas simultâneas: emigração, em que comunidades cristãs históricas estão deixando a região principalmente pela Europa, América do Norte e Austrália; e imigração, em que trabalhadores cristãos convidados de outras regiões chegam para trabalhar principalmente em países de maioria muçulmana ricos em petróleo. Outra tendência relacionada à imigração no Oriente Médio é a chegada de missionários para a região, principalmente protestantes e independentes.
Entre 1910 e 2010, nove países do Oriente Médio experimentaram declínios significativos na percentagem de cristãos em sua população: Egito, Iraque, Irã, Israel, Jordânia, Líbano, territórios palestinos, Síria e Turquia, principalmente por causa dos baixos índices de natalidade e da emigração por causa de guerras, conflitos e perseguições. Ao mesmo tempo, seis países do Oriente Médio têm recebido um afluxo maciço de cristãos, mais notavelmente a partir de 1970 — Bahrein, Kuwait, Omã, Catar, Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos. Esses cristãos são principalmente migrantes das Filipinas, Coreia do Sul e outros países, trabalhando na produção de petróleo, construção, tarefas domésticas e outras ocupações no setor de serviços.
Os cristãos dessas comunidades históricas estão agora presentes em todo o mundo, e cristãos de todo o mundo estão sendo cada vez mais atraídos para o Oriente Médio. A dupla tendência migratória de cristãos para dentro e para fora da região representam um desafio ímpar no apoio aos cristãos no Oriente Médio como comunidades minoritárias sob intensa pressão social e política.
A expansão do cristianismo para o Sul Global pode ser visto como um desenvolvimento positivo para os cristãos que estão debaixo do cerco na região, especialmente à luz da ruptura pós-colonial entre o “Ocidente” e o “cristão”. Atualmente, o mundo está mais atento à sorte dos cristãos no Oriente Médio. Algumas de suas preocupações mais urgentes podem ser resolvidas pela defesa da liberdade para todas as minorias religiosas em países que experimentam grandes restrições sociais ou governamentais.
Os cristãos do Oriente Médio em diáspora têm novas oportunidades de se engajarem em diálogos com pessoas de outras religiões de um modo que muitas vezes não é possível em sua terra natal por causa da tensão no relacionamento entre judeus, cristãos e muçulmanos. Fora de sua terra, os adeptos dessas religiões têm mais condições de trabalhar juntos para promover a paz em sua região. Todos os cristãos têm uma responsabilidade renovada de promover o diálogo e a cooperação, ultrapassando diferenças religiosas à luz das mudanças no panorama religioso do Oriente Médio.
• Gina A. Zurlo é um estudante de doutorado da Universidade de Boston, com foco na demografia religiosa internacional, a história da sociologia americana, e mundial cristianismo. Ela é diretora assistente do Center for the Study of Global Christianity at Gordon-Conwell Theological Seminary (Centro para o Estudo do Cristianismo Global do Seminário Teológico Gordon-Conwell), em South Hamilton, MA, EUA e pesquisadora associada no Instituto da Universidade de Boston para a Cultura, Religião e Assuntos Mundiais.
Nota:
Artigo publicado na Análise Global de Lausanne (Volume 3, edição 4, Julho, 2014). Tradução: Lucy Yamakami.
- Em 1910, os cristãos representavam 13,6% da população do Oriente Médio.
- Em 2010, os cristãos eram apenas 4,2% da região.
- Em 2025, espera-se cristãos constituem 3,6%.
A situação demográfica dos cristãos no Oriente Médio tem mudado dramaticamente ao longo dos últimos 100 anos, com duas dinâmicas simultâneas: emigração, em que comunidades cristãs históricas estão deixando a região principalmente pela Europa, América do Norte e Austrália; e imigração, em que trabalhadores cristãos convidados de outras regiões chegam para trabalhar principalmente em países de maioria muçulmana ricos em petróleo. Outra tendência relacionada à imigração no Oriente Médio é a chegada de missionários para a região, principalmente protestantes e independentes.
Entre 1910 e 2010, nove países do Oriente Médio experimentaram declínios significativos na percentagem de cristãos em sua população: Egito, Iraque, Irã, Israel, Jordânia, Líbano, territórios palestinos, Síria e Turquia, principalmente por causa dos baixos índices de natalidade e da emigração por causa de guerras, conflitos e perseguições. Ao mesmo tempo, seis países do Oriente Médio têm recebido um afluxo maciço de cristãos, mais notavelmente a partir de 1970 — Bahrein, Kuwait, Omã, Catar, Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos. Esses cristãos são principalmente migrantes das Filipinas, Coreia do Sul e outros países, trabalhando na produção de petróleo, construção, tarefas domésticas e outras ocupações no setor de serviços.
Os cristãos dessas comunidades históricas estão agora presentes em todo o mundo, e cristãos de todo o mundo estão sendo cada vez mais atraídos para o Oriente Médio. A dupla tendência migratória de cristãos para dentro e para fora da região representam um desafio ímpar no apoio aos cristãos no Oriente Médio como comunidades minoritárias sob intensa pressão social e política.
A expansão do cristianismo para o Sul Global pode ser visto como um desenvolvimento positivo para os cristãos que estão debaixo do cerco na região, especialmente à luz da ruptura pós-colonial entre o “Ocidente” e o “cristão”. Atualmente, o mundo está mais atento à sorte dos cristãos no Oriente Médio. Algumas de suas preocupações mais urgentes podem ser resolvidas pela defesa da liberdade para todas as minorias religiosas em países que experimentam grandes restrições sociais ou governamentais.
Os cristãos do Oriente Médio em diáspora têm novas oportunidades de se engajarem em diálogos com pessoas de outras religiões de um modo que muitas vezes não é possível em sua terra natal por causa da tensão no relacionamento entre judeus, cristãos e muçulmanos. Fora de sua terra, os adeptos dessas religiões têm mais condições de trabalhar juntos para promover a paz em sua região. Todos os cristãos têm uma responsabilidade renovada de promover o diálogo e a cooperação, ultrapassando diferenças religiosas à luz das mudanças no panorama religioso do Oriente Médio.
• Gina A. Zurlo é um estudante de doutorado da Universidade de Boston, com foco na demografia religiosa internacional, a história da sociologia americana, e mundial cristianismo. Ela é diretora assistente do Center for the Study of Global Christianity at Gordon-Conwell Theological Seminary (Centro para o Estudo do Cristianismo Global do Seminário Teológico Gordon-Conwell), em South Hamilton, MA, EUA e pesquisadora associada no Instituto da Universidade de Boston para a Cultura, Religião e Assuntos Mundiais.
Nota:
Artigo publicado na Análise Global de Lausanne (Volume 3, edição 4, Julho, 2014). Tradução: Lucy Yamakami.
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