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- 06 de julho de 2011
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O que os repórteres viram, mas a igreja não
Nesta terça-feira, 5 de julho, o programa Profissão Repórter (Rede Globo), conduzido pelo premiado jornalista Caco Barcellos, trouxe ao público o drama da violência doméstica contra mulheres. Com relatos e números difíceis de aceitar, os repórteres viram um problema grave e pouco enfrentado pela sociedade e pela igreja.
Segundo o programa, de janeiro a março deste ano duas mil mulheres registraram boletim de ocorrência por agressão apenas na região da grande Vitória, no Espírito Santo. É o estado onde morreram mais mulheres assassinadas em dez anos.
Há dois anos, a justiça de São Paulo criou um juizado especial só para julgar casos de violência doméstica. Setenta e cinco mulheres foram chamadas para um mutirão de audiências. A maioria desiste do processo. Das 42 que vieram, só oito resolveram manter o processo contra o companheiro agressor.
Ao contrário do que se pode pensar, a igreja evangélica não está imune ao problema. Muito menos isenta de responsabilidade. O livro Até Quando?, de Aileen Silva Carroll e Sérgio Andrade, discute a questão: mostra mitos e verdades, aponta caminhos de ajuda às vítimas e encoraja a igreja a assumir o seu papel na proteção e defesa das mulheres que sofrem.
Já na introdução os autores esclarecem: “Em geral, quando se fala de ‘violência doméstica’, a impressão que podemos ter é que ela acontece necessariamente no contexto do lar. Quando falamos da ‘violência praticada por parceiro íntimo’, deixamos claro que embora muitos atos de agressão aconteçam no lar, eles também podem ocorrer em lugares públicos e privados”.
O livro surgiu de um projeto de pesquisa desenvolvido pela ONG Diaconia e pela Comissão Central Menonita na região metropolitana de Recife. Oitenta e dois pastores, pastoras e líderes de igrejas evangélicas foram entrevistados sobre o tema da violência contra a mulher. Cinquenta mulheres que frequentavam igrejas também foram ouvidas.
Leia alguns depoimentos
“Meu marido deixava marcas roxas em mim de tanto bater. Tínhamos muito envolvimento na igreja. Eu não podia falar do meu problema lá, porque todo mundo nos conhecia, e tinha que ser uma fachada. Na rua era uma coisa, e em casa era outra.”
Mulher evangélica
“Já fui procurado por mulheres que sofrem violência várias vezes. Outro dia, uma moça foi agredida pelo marido. Ele quebrou a perna dela e lhe cortou o braço com uma faca.”
Pastor evangélico
“Muitos pastores não têm tido a coragem de tratar estas situações”.
Pastor evangélico
No prefácio do livro, o Pr. Carlos Queiroz, diz que “não há como celebrar os depoimentos, pois eles geram revolta e indignação. Arraigados na certeza de que temos uma missão a cumprir, todos os cristãos devem estar dispostos a seguir firmemente até as últimas consequencias na luta em defesa das mulheres que sofrem violência”.
A violência doméstica e familiar contra a mulher é, segundo a lei Maria da Penha (lei nº 11.340/06, Art 5º), “qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial”.
Segundo o programa, de janeiro a março deste ano duas mil mulheres registraram boletim de ocorrência por agressão apenas na região da grande Vitória, no Espírito Santo. É o estado onde morreram mais mulheres assassinadas em dez anos.
Há dois anos, a justiça de São Paulo criou um juizado especial só para julgar casos de violência doméstica. Setenta e cinco mulheres foram chamadas para um mutirão de audiências. A maioria desiste do processo. Das 42 que vieram, só oito resolveram manter o processo contra o companheiro agressor.
Ao contrário do que se pode pensar, a igreja evangélica não está imune ao problema. Muito menos isenta de responsabilidade. O livro Até Quando?, de Aileen Silva Carroll e Sérgio Andrade, discute a questão: mostra mitos e verdades, aponta caminhos de ajuda às vítimas e encoraja a igreja a assumir o seu papel na proteção e defesa das mulheres que sofrem.
Já na introdução os autores esclarecem: “Em geral, quando se fala de ‘violência doméstica’, a impressão que podemos ter é que ela acontece necessariamente no contexto do lar. Quando falamos da ‘violência praticada por parceiro íntimo’, deixamos claro que embora muitos atos de agressão aconteçam no lar, eles também podem ocorrer em lugares públicos e privados”.
O livro surgiu de um projeto de pesquisa desenvolvido pela ONG Diaconia e pela Comissão Central Menonita na região metropolitana de Recife. Oitenta e dois pastores, pastoras e líderes de igrejas evangélicas foram entrevistados sobre o tema da violência contra a mulher. Cinquenta mulheres que frequentavam igrejas também foram ouvidas.
Leia alguns depoimentos
“Meu marido deixava marcas roxas em mim de tanto bater. Tínhamos muito envolvimento na igreja. Eu não podia falar do meu problema lá, porque todo mundo nos conhecia, e tinha que ser uma fachada. Na rua era uma coisa, e em casa era outra.”
Mulher evangélica
“Já fui procurado por mulheres que sofrem violência várias vezes. Outro dia, uma moça foi agredida pelo marido. Ele quebrou a perna dela e lhe cortou o braço com uma faca.”
Pastor evangélico
“Muitos pastores não têm tido a coragem de tratar estas situações”.
Pastor evangélico
No prefácio do livro, o Pr. Carlos Queiroz, diz que “não há como celebrar os depoimentos, pois eles geram revolta e indignação. Arraigados na certeza de que temos uma missão a cumprir, todos os cristãos devem estar dispostos a seguir firmemente até as últimas consequencias na luta em defesa das mulheres que sofrem violência”.
A violência doméstica e familiar contra a mulher é, segundo a lei Maria da Penha (lei nº 11.340/06, Art 5º), “qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial”.
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