Opinião
- 29 de janeiro de 2019
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O que muda no trabalho com desenvolvimento integral com o novo governo?
As diretrizes já anunciadas pelo novo governo permite antever algumas tendências e implicações para a igreja e para o movimento missionário brasileiro a partir de 2019.
Ultimatoonline publica uma série de perguntas feitas a líderes brasileiros em missão sobre temas e campos específicos de atuação. A matéria completa foi publicada pela revista Ultimato, na sua primeira edição de 2019.
Quais os possíveis efeitos para o trabalho de igrejas e organizações cristãs que trabalham com desenvolvimento integral?
Raissa Rossiter: A Visão Mundial (VM) está no Brasil há mais de quarenta anos trabalhando ao lado de igrejas, comunidades e governos nos diversos níveis na busca da transformação integral com foco na proteção da criança. Nesses anos, a VM passou por vários momentos onde o Brasil viveu instabilidade social, econômica e política e, pela graça de Deus, continuamos aumentando o nosso impacto na vida das crianças, suas comunidades e famílias.
Com a crise financeira e política que o Brasil vive nos últimos anos, com a forte ênfase em ajustes econômicos e o crescimento do desemprego, mantemos os olhos atentos nos possíveis impactos que essa realidade pode causar ao ministério da Visão Mundial. Estudos apontam o aumento da pobreza e, como a pobreza no Brasil atinge mais diretamente as crianças, adolescentes e jovens, o desafio de continuar abençoando essas vidas será ainda maior.
Outro tema preocupante é a grande onda de violência que atinge nossa sociedade. Em 2017 foram 63 mil homicídios; desses, 50% envolveram jovens de 15 a 29 anos. Os índices de homicídios têm crescido especialmente no Nordeste do Brasil e em territórios mais pobres e vulneráveis das grandes cidades onde a Visão Mundial tem maior presença.
Com a crise econômica e a consequente diminuição de recursos para a educação, saúde e segurança pública, a tendência é o aumento das vulnerabilidades das crianças, suas famílias e comunidades. Especialistas indicam que o Brasil terá anos difíceis pela frente por causa de todos os ajustes fiscais e o foco dado pelo governo à economia e a redução de direitos em detrimento das vidas humanas. Apesar desse quadro preocupante, nós cremos no Deus que cuida de todos e todas, mas que tem um carinho especial para os mais pobres e vulneráveis, de maneira que estamos confiantes que seguiremos avançando na parceria com as igrejas, poder público, empresas e outras organizações para garantir vida plena para todas as crianças, adolescentes e jovens do Brasil.
• Raissa Rossiter é diretora nacional da Visão Mundial Brasil e membro da Igreja Presbiteriana Esperança, em Brasília, DF.
> Confira a matéria completa, Tendências dos caminhos da missão em 2019, na edição 375 da revista Ultimato.
Leia mais
» Missões entre os surdos
» Como iniciar um ministério com surdos na igreja
» Breve trajetória de missões com surdos: a plantação igrejas em Libras
Ultimatoonline publica uma série de perguntas feitas a líderes brasileiros em missão sobre temas e campos específicos de atuação. A matéria completa foi publicada pela revista Ultimato, na sua primeira edição de 2019.
Quais os possíveis efeitos para o trabalho de igrejas e organizações cristãs que trabalham com desenvolvimento integral?
Raissa Rossiter: A Visão Mundial (VM) está no Brasil há mais de quarenta anos trabalhando ao lado de igrejas, comunidades e governos nos diversos níveis na busca da transformação integral com foco na proteção da criança. Nesses anos, a VM passou por vários momentos onde o Brasil viveu instabilidade social, econômica e política e, pela graça de Deus, continuamos aumentando o nosso impacto na vida das crianças, suas comunidades e famílias.
Com a crise financeira e política que o Brasil vive nos últimos anos, com a forte ênfase em ajustes econômicos e o crescimento do desemprego, mantemos os olhos atentos nos possíveis impactos que essa realidade pode causar ao ministério da Visão Mundial. Estudos apontam o aumento da pobreza e, como a pobreza no Brasil atinge mais diretamente as crianças, adolescentes e jovens, o desafio de continuar abençoando essas vidas será ainda maior.
Outro tema preocupante é a grande onda de violência que atinge nossa sociedade. Em 2017 foram 63 mil homicídios; desses, 50% envolveram jovens de 15 a 29 anos. Os índices de homicídios têm crescido especialmente no Nordeste do Brasil e em territórios mais pobres e vulneráveis das grandes cidades onde a Visão Mundial tem maior presença.
Com a crise econômica e a consequente diminuição de recursos para a educação, saúde e segurança pública, a tendência é o aumento das vulnerabilidades das crianças, suas famílias e comunidades. Especialistas indicam que o Brasil terá anos difíceis pela frente por causa de todos os ajustes fiscais e o foco dado pelo governo à economia e a redução de direitos em detrimento das vidas humanas. Apesar desse quadro preocupante, nós cremos no Deus que cuida de todos e todas, mas que tem um carinho especial para os mais pobres e vulneráveis, de maneira que estamos confiantes que seguiremos avançando na parceria com as igrejas, poder público, empresas e outras organizações para garantir vida plena para todas as crianças, adolescentes e jovens do Brasil.
• Raissa Rossiter é diretora nacional da Visão Mundial Brasil e membro da Igreja Presbiteriana Esperança, em Brasília, DF.
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