Opinião
- 05 de janeiro de 2015
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O Óbvio e o Novo
“Vejam, estou fazendo uma coisa nova! Ela já está surgindo! Vocês não o percebem?” (Is 43.19).
Dois mil e quatorze encerrou-se e dois mil e quinze já está ai, marchando a passos largos. O ano que findou de fato é passado, história, lembrança, saudade ou não. O fato é que não poderemos mudar nada já feito e acabado. Podemos sim aprender com os erros, reconsiderar, reatar, quem sabe até começar de novo. Mas, não há como eximir-nos de nossas responsabilidades e nem neutralizar as consequências de nossas opções. Algumas marcas hão de acompanhar-nos ainda por muito tempo. Mas, antes do Novo vem o Óbvio. As previsões e os videntes estão mais em alta do que nunca: “Em dois mil e quinze: Um casal famoso vai de separar! Um ator global vai morrer! Um grande time vai cair pra segunda divisão! (tomara que não seja o Santos). Teremos dias difíceis na economia! Um novo escândalo vai sacudir a política nacional e a República! As intempéries da natureza castigarão regiões no Brasil! O mundo estará em guerra...e por aí vai. Ah, e quase me esqueci de um desastre aéreo, sempre importante mencionar”. Óbvio, óbvio e ululante! Tão óbvias são as promessas de ano novo: “emagrecer, sair do sedentarismo, parar de fumar, dedica-se mais as coisas de Deus e da espiritualidade, guardar mais dinheiro, em fim obviedades”. Então, o que há de ser novo em dois mil e quinze? Não há nada de novo debaixo do sol, diria Salomão no livro de Eclesiastes. Também “não há sabedoria em dizer que os anos do passado são melhores que os atuais” (Ec 7.10). Só há novidade numa vida centrada em Deus e em seu Evangelho. Deus nunca envelhece, seus planos nunca saem de moda. Seu amor não muda com a moda e não se incomoda ou influencia com o politicamente correto. A verdade de Deus e sobre Ele não sofrem os “ajustes” do relativismo, de uma nova hermenêutica filosófica. Contudo, sendo imutável, Deus permanece tanto um mistério inescrutável quanto uma eterna novidade e uma boa notícia alvissareira para o homem. Em Deus tudo é sempre novo. Suas Misericórdias, por exemplo, se renovam a cada manhã (Lm 3.22), Deus tem sempre a proposta de renovação de seus pensamentos de paz e de salvação a nosso respeito. Não há lugar para o desespero porque suas misericórdias se levantam sobre nós com a aurora de cada amanhecer. E o que dizer do amor de Deus? Este amor nunca morre, jamais se extingue, é eterno, imutável, generoso, gracioso, e ativo agora mesmo: Em seu amor Deus cuida e providencia tudo para todos indistintamente, conquanto ame a ponto de salvar só os que lhe pertencem. Mas, mesmo assim, a chuva e o sol, dádivas de Deus, são para todos os homens, justos e injustos, santos e pecadores gratos e malfeitores. Todos plantam, todos colhem, todos são cuidados em amor por este Deus que é amor! Os que centram a sua vida em Deus vivem com as esperanças renovadas. A esperança nascida de Deus e que é semeada em nosso coração, não é a expectativa de coisas que poderão acontecer. Não! Esta esperança é fundada nas promessas do Senhor, então, é a expectativa daquilo que certamente há de acontecer. E, como esta esperança não decepciona (Rm 5.5) então deduzimos que tudo coopera para o bem dos que amam a Deus (Rm 8.28). Uma vida a parte da vida de Deus e do Evangelho tem lá sim os seus momentos fugazes de alegria inebriante. Mas, como na história das Bodas de Caná no Evangelho de João capítulo 2, quando a vida corre marginal e indiferente à presença de Cristo, as primeiras sensações de alegria e felicidade atingem a vida dos homens. Porém, esta alegria não se sustenta. Não dura muito. Não resiste aos reclamos e as exigências de novas sensações. Nada e ninguém conseguem o tempo todo satisfazer-nos, daqui surgem muitas de nossas depressões, frustrações e falta de sentido existencial. Todavia, uma vida que tem Cristo como eixo e que gira em torno de sua presença pode passar e certamente passará por maus bocados. Entretanto o milagre do vinho melhor, daquele transformado da água, indica sempre que o melhor Deus é sempre o por vir. Claro, o melhor de Deus foi-nos dado em Cristo e em sua obra. Mas, há outras bênçãos conquistadas na cruz e são tantas que numa só existência breve como a nossa é impossível desfrutar. Então, os melhor de Deus surpreender-nos a cada dia, uma bênção sucede uma dádiva que nos prepara para uma graça e sempre num crescente gozo. E, passados esses dias e esta vida, as bênçãos novas e as novas alegrias continuam na eternidade feliz junto de Deus e com os anjos e santos. Desejo a você um ano novo cuja novidade seja uma vida centrada em Deus e na novidade do Evangelho da Graça.
Feliz Ano Novo! Feliz 2015!
Reverendo Luiz Fernando dos Santos é Ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil em Itapira.
Dois mil e quatorze encerrou-se e dois mil e quinze já está ai, marchando a passos largos. O ano que findou de fato é passado, história, lembrança, saudade ou não. O fato é que não poderemos mudar nada já feito e acabado. Podemos sim aprender com os erros, reconsiderar, reatar, quem sabe até começar de novo. Mas, não há como eximir-nos de nossas responsabilidades e nem neutralizar as consequências de nossas opções. Algumas marcas hão de acompanhar-nos ainda por muito tempo. Mas, antes do Novo vem o Óbvio. As previsões e os videntes estão mais em alta do que nunca: “Em dois mil e quinze: Um casal famoso vai de separar! Um ator global vai morrer! Um grande time vai cair pra segunda divisão! (tomara que não seja o Santos). Teremos dias difíceis na economia! Um novo escândalo vai sacudir a política nacional e a República! As intempéries da natureza castigarão regiões no Brasil! O mundo estará em guerra...e por aí vai. Ah, e quase me esqueci de um desastre aéreo, sempre importante mencionar”. Óbvio, óbvio e ululante! Tão óbvias são as promessas de ano novo: “emagrecer, sair do sedentarismo, parar de fumar, dedica-se mais as coisas de Deus e da espiritualidade, guardar mais dinheiro, em fim obviedades”. Então, o que há de ser novo em dois mil e quinze? Não há nada de novo debaixo do sol, diria Salomão no livro de Eclesiastes. Também “não há sabedoria em dizer que os anos do passado são melhores que os atuais” (Ec 7.10). Só há novidade numa vida centrada em Deus e em seu Evangelho. Deus nunca envelhece, seus planos nunca saem de moda. Seu amor não muda com a moda e não se incomoda ou influencia com o politicamente correto. A verdade de Deus e sobre Ele não sofrem os “ajustes” do relativismo, de uma nova hermenêutica filosófica. Contudo, sendo imutável, Deus permanece tanto um mistério inescrutável quanto uma eterna novidade e uma boa notícia alvissareira para o homem. Em Deus tudo é sempre novo. Suas Misericórdias, por exemplo, se renovam a cada manhã (Lm 3.22), Deus tem sempre a proposta de renovação de seus pensamentos de paz e de salvação a nosso respeito. Não há lugar para o desespero porque suas misericórdias se levantam sobre nós com a aurora de cada amanhecer. E o que dizer do amor de Deus? Este amor nunca morre, jamais se extingue, é eterno, imutável, generoso, gracioso, e ativo agora mesmo: Em seu amor Deus cuida e providencia tudo para todos indistintamente, conquanto ame a ponto de salvar só os que lhe pertencem. Mas, mesmo assim, a chuva e o sol, dádivas de Deus, são para todos os homens, justos e injustos, santos e pecadores gratos e malfeitores. Todos plantam, todos colhem, todos são cuidados em amor por este Deus que é amor! Os que centram a sua vida em Deus vivem com as esperanças renovadas. A esperança nascida de Deus e que é semeada em nosso coração, não é a expectativa de coisas que poderão acontecer. Não! Esta esperança é fundada nas promessas do Senhor, então, é a expectativa daquilo que certamente há de acontecer. E, como esta esperança não decepciona (Rm 5.5) então deduzimos que tudo coopera para o bem dos que amam a Deus (Rm 8.28). Uma vida a parte da vida de Deus e do Evangelho tem lá sim os seus momentos fugazes de alegria inebriante. Mas, como na história das Bodas de Caná no Evangelho de João capítulo 2, quando a vida corre marginal e indiferente à presença de Cristo, as primeiras sensações de alegria e felicidade atingem a vida dos homens. Porém, esta alegria não se sustenta. Não dura muito. Não resiste aos reclamos e as exigências de novas sensações. Nada e ninguém conseguem o tempo todo satisfazer-nos, daqui surgem muitas de nossas depressões, frustrações e falta de sentido existencial. Todavia, uma vida que tem Cristo como eixo e que gira em torno de sua presença pode passar e certamente passará por maus bocados. Entretanto o milagre do vinho melhor, daquele transformado da água, indica sempre que o melhor Deus é sempre o por vir. Claro, o melhor de Deus foi-nos dado em Cristo e em sua obra. Mas, há outras bênçãos conquistadas na cruz e são tantas que numa só existência breve como a nossa é impossível desfrutar. Então, os melhor de Deus surpreender-nos a cada dia, uma bênção sucede uma dádiva que nos prepara para uma graça e sempre num crescente gozo. E, passados esses dias e esta vida, as bênçãos novas e as novas alegrias continuam na eternidade feliz junto de Deus e com os anjos e santos. Desejo a você um ano novo cuja novidade seja uma vida centrada em Deus e na novidade do Evangelho da Graça.
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